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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Aborto, visão espírita, budismo, renascimento e reencarnação

Escritos e debates em grupo da internet. O tema: o polêmico tema do aborto e budismo e renascimento e reencarnação, rsss..

Coloco abaixo os textos meus e dos interlocutores para melhor situar o assunto.

A pessoa X afirmou isso aqui:

"Em budismo dizemos que nenhuma ação é desvinculada do contexto em que ocorre, vc só pode agir pq junto a essa ação outros "atores" estão envolvidos agindo em conjunto. Assim, eu sou responsável pelo que eu faço, assim como o outro tbem é responsável pelo que ele faz.
Desse modo, de acordo com o viés espírita, qdo ocorre uma gravidez é pq pais e futuro filho tem um acerto karmico já contraído de vidas anteriores...assim, o nascimento já foi negociado no período entre vidas.
Então, se os pais desistem, gera mais karma pra eles.
Bom, e se eu não acredito nisso, como fica? Eu não lembro do período entre vidas, eu agora no físico sequer acredito nele...então, eu não vou levar gravidez nenhuma adiante. ESSA É A MINHA AÇÃO"

Aí eu respondi:

X, se você segue as idéias budistas toda essa discussão é desnecessária. O niilismo budista desconhece reencarnação e vida após a morte. Essa discussão não chegará a lugar nenhum. Na época do orkut, uma das mais preciosas experiências de diálogo que eu tive foi com uma.monja budista do Rio Grande do Sul, numa sala budista. Eu não estava lá para impor minhas crenças, e ela, percebeu rapidamente minhas crenças pelo teor de.minhas perguntas e estabelecemos um diálogo possível entre visões de mundo díspares. Aprendi muito sobre o niilismo budista. E VI que não se enquadra para.mim como caminho, mas que possui muitas reflexões interessantes, que me servem.

Uma pessoa que vê luz no ventre de uma pessoa e diz para a pessoa que ela está grávida, a pessoa que participa de um processo de reencarnação de outro, uma pessoa que conversa com o espírito antes dele nascer, não interessa o que o budismo ou Krishnamurti falem, ele terá uma visão diferente. Não importa se evangélicos, católicos, ateus, agnósticos, budistas e outros não acreditem.

A experiência de conversar com um abortado é minha, não irei abrir mão dela por que evangélicos ou budistas não acreditam que isso seja possível.

Então esse debate será inútil e só levará a tensões desnecessárias. Quem defende o aborto como meio anticoncepcional que fazer? Exponha suas ideias, divulgue-as. E quem tem uma visão de mundo espiritual, numa democracia , também tem o mesmo direito de defender suas ideias. Ninguém irá mudar as idéias de ninguém. E cada um poderá sempre buscar entender, se quiser as idéias do outro.
Como já disse, ilusão ou não , as experiências para mim são concludentes, e ficar aqui se expondo e até tendo sua sanidade ou Vivências sendo postas em dúvida é desnecessário, penso eu. Cada lado já expôs com clareza suas posições.

Outro companheiro, CT, da lista espiritualista me corrigiu corretamente:
(a gente quando fala de outras crenças sempre corre o risco de pisar no tomate, rsss)

CT falou: "O budismo fala em renascimento. Isso não contradiz a reencarnação. Toda a reencarnação é renascimento mas nem todo o renascimento é reencarnação. Renascimento é mais abrangente. A doutrina espírita coloca reencarnação dentro uma camisa de força dogmática. È necessário manter a mente aberta para o verdadeiro despertar."

Aí eu respondi:

Realmente CT, deixa eu corrigir o que falei acima. O budismo aceita de certa forma a reencarnação, ao qual ele subsume ao processo de renascimento. Ele, como não quer dar ênfase a reencarnação como algo consolidado pois fixaria a pessoa na roda de sansara. Fala não de individualidade que permanece mas dos agregados que perduram enquanto a pessoa perdura em fixar-se enquanto personalidade. Daí que apesar de aceitar de certa forma que a pessoa renasce, o budismo em sua técnica de emancipação da roda sansarica não se atém a ideia da reencarnação. A reencarnação enquanto um processo evolutivo foi escrito filosóficamemte por Allan Kardec em 1857. Depois teósofos e ocultistas também a adotaram, essa forma era perfeitamente possível de ser entendida pelos ocidentais pois era uma época que as idéias de progresso e de evolução estavam fervilhando. A conscienciologia de Vieira, segue as idéias de Kardec, apesar de Vieira nunca ter dado a este seu reconhecimento, convenientemente ao se definir como Zéfiro, ele se coloca acima deste e se auto-proclama o proclamador, apagando para seus adeptos, a visão de que ele simplesmente adotou um sistema que já existia.. Enfim Vieira e suas vieiríces...

Muitas culturas tinham a ideia da possibilidade do retorno. Mas na maioria isso estava ínsito a uma série de especulações e visões cosmogônicos e teológicas. Sidarta Gautama era indiano. E via que o sistema de castas criava a miséria e a separatividade. Na verdade, em termos históricos, o sistema de castas existiu em quase todas as sociedades antigas. Cada pessoa tinha seu papel definido e raramente conseguia passar de estamento para o outro. Acontecia, mas era raríssimo. Judeus, egípcios, chineses, romanos, persas, medos, gregos, e durante toda a Idade Média, etc...vivia-se em sociedades segregadas. Ou seja castas. Mas voltando ao Buda. Em termos históricos, o Buda será um dos primeiros a se voltar contra esse sistema, ao qual na Índia, estava fortemente ligado a ideia do karma. Da punição, da expiação e por isso mesmo, da não possibilidade de mudança ou de mescla social. O budismo então se volta contra essa ideia, e em seu sistema busca anular a ideia de karma como algo fatal. Quanto mais a pessoa cria que era isso, fixava-se em uma crença, mas ela se enredava nessa crença, e por consequência no sansara.

O budismo entendia e entende que a vida humana possibilita uma oportunidade única, a de sair do sansara e que sua atenção deveria ser dado a isso, a sair desse fluxo, pois a qualquer pessoa em sua encarnaçao humana, essa oportunidade está aberta. ( nessa visao sansarica budista, o ser poderia renascer ora como animal, como deus, como semi deus, como fantasma faminto, mas só quando ele renasce como humano é que ele poderia sair da roda sansárica. )
Então na prática, sua filosofia, na Índia daquela época, anulava o sistema de castas.
Não precisa dizer que o budismo não conseguiu permanecer muito tempo na Índia.
O sistema do renascimento budista é filosófico, é complicado, mas é um sistema próprio, eles deixam claro que não querem se confundir com a visão de reencarnação enquanto um processo evolutivo, ascensional, mas por não conhecerem bem, os conceitos espíritas, não sabem que a visão espírita é evolutiva, mas não é dicotômica, ela entende a vida como una. Se se entender que o indivíduo segue um fluxo de muitos renascimentos. Mas são coisas distintas. Deixo um link para quem não conhece as idéias budistas, me parece que fica claro que eles aceitam mas não trabalham
em cima da ideia, por achar que ela fixa a personalidade no ser, e a personalidade é uma ilusão. Enfim, estou dando meu enfoque, me perdoem os budistas da lista, é enfoque possível, por quem tem uma visão "evolutiva" da vida.

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