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quinta-feira, 29 de março de 2012

O Mestre Castrador


Certa vez tive um mestre que sabia muito, mas quando eu quis aprender com outro
mestre, ele não deixou.

Não deixou, pois dizia que ninguém mais teria a garantia da espiritualidade
verdadeira que somente ele tinha e por ter muito respeito por ele; acatei e
matei a minha vontade de conhecer outras estradas e outros pontos de vista e
querendo ficar acordado, dormi...

Porém, o aprendiz em mim não dormia e tão logo, percebi que daquilo que ele me
ensinava, nada mais saia, daí decidi sair dele e o mestre me acusou de estar
passando por cima da sua autoridade, e tentei explicar, mas quanto mais eu
dizia, mas eu sabia que ele nunca me deixaria partir e descobri, por fim, o
quanto estive preso.

Preso na vaidade de um mestre que temia que os outros pudessem me ensinar algo
que ele não sabia e eu deixasse de respeitá-lo como o único mestre que existia
de fato.

Fato é que existe muitos caminhos na vida e cada um tem seu mestre. Mestre que é
mestre liberta o aprendiz e aplaude a sua vontade de buscar maturidade e
aprendiz de verdade percebe a mentira do mestre quando ele flerta com a vaidade,
e esse aprendiz nunca se deixa prender para aprender.


Frank.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Deva Premal and Miten - Gayatri Mantra

Simplesmente oceânico

The Flute of Krishna 1925

Quando o amor é distração (ou a próxima paixão mudará nossas vidas?)


Por Ivan Martins

Depois de algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, é inevitável que a gente tenha a sensação que já fez de tudo e que a vida – aquela de todos os dias, ano após ano - está se repetindo. Quando eu tinha 17 anos, um dos meus melhores amigos, um ano apenas mais velho do que eu, decidiu se casar. Durante a conversa que tivemos sobre isso, argumentei que a decisão era pra lá de precoce, mas ele respondeu, cheio de si: “Eu sinto que já fiz de tudo.”

Os tempos mudam, mas algumas coisas permanecem.

Nos anos 70, quando essa conversa aconteceu, havia pressa entre os garotos em tornar-se homens. Para alguns, como esse amigo, mais conservadores, isso se dava por meio do casamento. Você provava ao mundo e a si mesmo que havia crescido ao entrar na igreja e ter um filho, preferencialmente com um intervalo de alguns meses entre uma coisa e outra.

Hoje em dia talvez seja o contrário. Há uma determinação coletiva em esticar a adolescência além do limite razoável. A sensação predominante, aquilo que alguns chamam de espírito do tempo, é que nós todos viveremos como Oscar Niemeyer ou Domingos de Oliveira. Talvez mesmo como Matusalém, aquele personagem bíblico que bateu sandálias aos 969 anos. Com frequência eu escuto conversas assim: “Eu tenho 25anos, sou moleque, mas...” Obviamente mudou a idade em que as pessoas sentem que cresceram.

O que não mudou desde a calça boca de sino foi a maneira que as pessoas escolhem para mudar a vida. Quando as sensações estão se repetindo, quando um ciclo aparentemente se esgotou, elas se apaixonam. Temos até uma frase para explicar isso: quando estamos prontos, a pessoa certa aparece. A “pessoa certa” varia de uma vida para outra, mas a função dela, eu acho, é sempre encerrar uma etapa e dar início a outra. Recomeçar.

O motivo é simples: a paixão nos dá a sensação de voltar ai zero. Ou quase. Eros, na mitologia grega, não encarna apenas a força brutal do amor e do erotismo. É também o deus da natureza, com seus ciclos indomáveis de morte e renascimento. Estar apaixonado é florescer, tanto quando se entorpecer ou enlouquecer. Meu amigo percebia isso aos 18 anos. Pegou carona na energia da paixão para mudar a vida na direção que imaginava correta. Um novo amor, um novo começo, a possibilidade de uma nova vida. Quem nunca embarcou nessa?

Mas eu vejo um problema com essa forma de mudar as coisas: a energia da paixão é ambígua. Ela pode ajudar a promover mudanças reais ou pode encobrir, sob uma camada de novidade e erotismo, a vontade de mudança que não se realiza em outros aspectos da vida. O amor pode ser ação, mas pode ser apenas distração.

Escrevo isso porque, frequentemente, tenho a sensação de que transferimos para o amor a responsabilidade por milagres que ele não tem capacidade de operar.



É comum, por exemplo, estar tão enfastiado com o trabalho que a vida pareça insuportável. Quem pode ser feliz fazendo o que não gosta todos os dias? Ou indo a um lugar onde não gostaria de estar? Ou tratando diariamente com pessoas que não gostaria de ver?

Mas é igualmente comum que, em vez de tentar alterar esse aspecto essencial da existência, as pessoas se atirem a mudanças de outra ordem, sobretudo afetivas, em busca de uma satisfação que será necessariamente temporária e que não vai mudar em nada o problema essencial. Eu já fiz isso e já vi dezenas de pessoas fazerem igual.

(Minha sensação é que as pessoas práticas, aquelas capazes de mudar com mais eficiência os aspectos materiais da sua existência, têm menos necessidade de revolucionar seu mundo afetivo a cada par de meses ou anos. Elas se renovam mudando outros aspectos da vida.)



Há também a paixão que nos consola das nossas questões interiores. Das nossas dores permanentes. Da nossa ansiedade intolerável. Por algum tempo ela nos distrai de nós mesmos. É uma fuga que tende a se repetir. Gente angustiada e sedutora faz isso o tempo inteiro: troca de parceiro e de paixão sem conseguir trocar o essencial em si mesmo. Eu já conheci gente assim, você também. Um belo dia elas acordam, percebem que a velha dor está lá, e vão embora, atrás de outra paixão que consiga preencher o buraco impreenchível.

Qual é a moral dessa história?

Que talvez tenhamos de desconfiar de nós mesmos (e de nossas razões) mesmo quando estivermos sendo levados ao céu pelo anjo inesperado e providencial da paixão. Se o anjo aparece toda vez que a vida se torna insuportável, talvez não passe de uma requintada muleta com asas. Ou de uma ilusão. Quem sabe um analgésico.

O meu amigo decidiu que já tinha vivido tudo aos 18 anos e que a paixão e o casamento resolveriam suas angústias de adolescência. Obviamente ele era um tolo e as coisas não aconteceram como ele previa. A maioria de nós fez 18 anos há muito tempo, mas, de uma forma silenciosa e quase inconfessável, muitos continuamos esperando que o amor (o próximo amor, o casamento, ou aquele cara...) vá solucionar, repentinamente, nossa vida. Eu acho que não acontece assim. Pelo menos comigo não tem acontecido.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI252338-15230,00.html

A reencarnação de Emmanuel em SP - Comentado por: Chico Xavier, Divaldo ...

Indo contra a manada.


Homem contraria a multidão e se nega a saudar Hitler.
Demonstrando que lucidez é coisa rara. August Landmesse não segue a manada. Firma sua posição de consciência. demonstrando que lavagem cerebral pode ser identificada e combatida.
A foto foi feia em 1936, no Porto de Hamburgo, e o homem que resiste na imagem é August Landmesse, operário do estaleiro de Hamburgo. Landmesse foi expulso do Partido Nazista em 1935 por ter se caso com uma judia. Em 1941, foi enviado à guerra e algum tempo depois desapareceu em combate, tendo sido como morto. Sua história ganhou publicidade em 1991 quando August foi identificado. Sua filha o reconheceu quando a foto foi publicada em um jornal alemão. A imagem tornou-se recentemente uma febre em redes sociais como o Facebook.Fonte: Felipe Sáles, da Revista de História da Biblioteca Nacionalhttp://www.revistadehistoria.com.br/secao/nota/a-coragem-de-dizer-nao

segunda-feira, 12 de março de 2012

A Mosca

Viviane Mosé - Filósofa - Linda e de lambuja recita dois poemas seus.




eu acho que a vida anda passando a mão em mim eu …

eu acho que a vida anda passando a mão em mim

eu acho que a vida anda passando a mão em mim

eu acho que a vida anda passando

eu acho que a vida anda

a vida anda em mim

a vida anda

eu acho que há vida em mim

há vida em mim

acho que a vida anda passando

a vida anda passando a mão em mim

e por falar em sexo

quem anda me comendo é o tempo

se bem que já faz tempo, mas eu escondia

porque ele me pegava a força

e por trás

até que um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo, se você tem que me comer

que seja com meu consentimento, e me olhando nos olhos…

eu acho que eu ganhei o tempo

de lá pra cá ele tem sido bom comigo

dizem

que ando até remoçando.

(viviane mosé – vida/tempo)


poema da mãe Viviane Mosé:

Sonhei que dos meus peitos nasciam flores e frutos
De minhas pernas, brotavam amoras e figos
E todos se ajoelhavam
- É uma santa! – diziam.
Acordei com os peitos inchados

Derramando leite por todo o lado
Eu havia dado fruto
O milagre da vida havia em mim se revelado
Era como se a terra toda brotasse
Era como se meu corpo a terra fosse
Era como se a vida em meus olhos olhasse
Como se as mãos, ela me desse
Era como se calada, eu desde sempre estivesse
Somente agora de mim a palavra nascesse
A palavra VIDA como única palavra se fazendo corpo em meu corpo estava
Meu corpo de lençóis exposto ao vento
Agora mar mais que rio, é o espaço mais que o tempo
Eu disse sim quando pari
Eu disse eu topo, eu aceito e afirmo
Mesmo com medo
Todas as coisas
- foi o que eu disse quando eu fiz um filho.
E foi aí que ele me fez.

domingo, 11 de março de 2012

Um caso de Autismo Severo- Lições da Vida

O Responsável.

Coração, coragem, abra-o...








Quando o olho não está bloqueado, o resultado é a visão.

Quando a mente não está bloqueada, o resultado é a sabedoria,
e quando o espírito não está bloqueado, o resultado é o Amor.

Provérbio Chinês




RIO E O OCEANO




RIO E O OCEANO

Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme
de medo.
Olha para trás, para toda a jornada,os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos
povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar
nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar.Voltar é impossível na existência. Você
pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo
desaparece.
Porque apenas então o rio saberá que não se trata de
desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é
renascimento.
Assim somos nós.
Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem !! Avance firme e torne-se Oceano!!!



sábado, 10 de março de 2012

Planet Earth Forever

Terra, Uno-me com toda a vontade do meu ser, todos meus átomos em ti.
Que todos os seres sejam felizes.
Que a Paz vibre em todos.
Terra, vibro meu coração ao coração de todos os seres.
Todos Somos Um.


Viva, procure, cresça - Live Curious

Participe, viva, aprenda, você não é uma parede, expanda...

Valorize cada momento dessa vida.

Gedri dança poesia -Grupo Espírita de Dança Reforma íntima apresenta

apresenta dança e musica de uma poesia psicografada por Casimiro Cunha


Esta coreografia faz parte do espetáculo "Parnaso de Além-Túmulo", feito em parceria com o Grupo ANIMA de Teatro Espírita.
Poesia: "Sombra e Luz", de Casimiro Cunha.


Sombra e Luz (Parnaso de Além-Túmulo) - GEDRI from GEDRI on Vimeo.


Sombra e Luz

Vem a noite, volta o dia,
Cresce o broto, nasce a flor,
Vai a dor, surge a alegria
Dourando a manhã do Amor.
Assim, depois da amargura
Que a vida terrena traz,
A alma encontra na Altura
A luz, a ventura e a paz..


Espírito Casemiro Cunha
Francisco Cândido Xavier
Da obra: Parnaso de Além -Túmulo.

apresenta dança e musica de uma poesia psicografada por Casimiro Cunha


Esta coreografia faz parte do espetáculo "Parnaso de Além-Túmulo", feito em parceria com o Grupo ANIMA de Teatro Espírita.
Poesia: "Sombra e Luz", de Casimiro Cunha.


Sombra e Luz (Parnaso de Além-Túmulo) - GEDRI from GEDRI on Vimeo.




Sombra e Luz


Vem a noite, volta o dia,
Cresce o broto, nasce a flor,
Vai a dor, surge a alegria
Dourando a manhã do Amor.
Assim, depois da amargura
Que a vida terrena traz,
A alma encontra na Altura
A luz, a ventura e a paz..


Espírito Casemiro Cunha
Francisco Cândido Xavier
Da obra: Parnaso de Além -Túmulo.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Guerra aos canudinhos - Straw Wars


Eles são descartados aos milhares todos os dias. Só na rede do McDonnald’s no Reino Unido, são consumidos 35 mil canudinhos a cada 24 horas. Imagine a soma de todos os restaurantes, bares e baladas. Juntos eles têm impacto grande nos aterros sanitários, lixões e mares – onde vão parar se não são enviados para a reciclagem –, já que demoram muitos anos para se decompor e acabam sendo engolidos pelos animais marinhos.

Para diminuir o consumo exagerado desses descartáveis de vida útil muito curta, a campanhaStraw Wars (Guerra dos Canudos, em inglês), que surgiu no bairro do Soho, mobiliza o comércio de Londres para parar de oferecer canudinhos. Eles só serão entregues quando o cliente pedir. Uma ação simples que faz repensar os hábitos de consumo, não é mesmo?

Os estabelecimentos interessados em evitar os canudos de plástico podem se cadastrar no site da campanha*, onde um mapa da cidade indica seus endereços. Assista abaixo ao vídeo:


Strawwars.org from Myoo on Vimeo.

terça-feira, 6 de março de 2012

Constatações sobre o planeta dos macacos


A humanidade que se encontra em constante estado de conflito, vive em busca do gênio da lampada, cujo upgrade, forneça muito mais que três pedidos. O pior, é que hoje em dia, o que não falta são idealistas falidos, portadores de "Guruzite Crônica" ou "Iluminose Sobérbica", se auto-intitulando o tal gênio da lampada. Em seus encontros, não passam de um complexado grupo de macacos discutindo o modo certo de como comer bananas, sem possuírem a mínima consciência de que ainda nem se quer se tornaram humanos.

Nelson Jonas R. de Oliveira

REUNINDO EXPERIÊNCIAS DE VIDA

Por John Garrigues

A Experiência Humana Mais

Importante é a da Compreensão




A roda de samsara da tradição do Oriente

simboliza a vivência repetitiva da vida material.


Pergunta:

Se ensina que o aprendizado só pode ser feito pela experiência, e que devemos passar por todas as experiências. Pergunto se isso significa que devemos passar através decada uma das experiências que vemos na vida, mesmo as que são horríveis e revoltantes, para então podermos compreender tanto a simpatia como os seus opostos.

Resposta:

(...)cada um de nós pode saber, por si mesmo, que o aprendizado só ocorre através da experiência e da observação.

Há três aspectos na experiência. Ela ocorre:

(a) Quando é imposta aos outros;

(b) Quando é imposta a nós; e

(c) Quando observamos a experiência, quer ela ocorra conosco ou com outros.

O que temos que aprender é o significado da Vida que cada um de nós é, e que todos nós somos. Devemos saber os poderes, as potencialidades, o desenvolvimento, o uso e o propósito desta Vida.

Conhecendo a lei do Carma e da Reencarnação, devemos compreender que cada um de nós já passou incontáveis vezes através de cada experiência concebível no mundo material, desde os seus estados mais elevados até os mais inferiores, e desde as suas formas mais simples até as mais complexas.

Nenhum ser humano, portanto, necessita qualquer experiência a mais, no sentido em que a palavra “experiência” é usada na pergunta acima. O que todo ser humano necessita é compreender estas experiências. A compreensão surge pelo contraste, pela comparação, pelo raciocínio, pela reflexão e, sobretudo, pela percepção de que toda a Vida é idêntica, e pela percepção da lei que abrange toda a Vida.

(...) nenhum ser humano pode ter uma experiência nova. Ele só pode ter a repetição de experiências velhas, sejam elas boas, más ou indiferentes. Ele continua nesta situação até compreender que elas são efeitos e começar a viver e agir no plano das causas.

A pergunta feita acima surge com frequência.

Ela não pode ser respondida através da obtenção de qualquer número de experiências. O que nós percebemos são efeitos, e são estes efeitos que nós chamamos de experiências. Mas o mundo do Espírito ou puro Ser, e o mundo das Causas, ou mundo da existência mental, são também mundos de experiência, tanto quanto o mundo dos meros efeitos e, na verdade, mais do que ele.

O ser humano encarnado vive em três mundos: o mundo do ser, o mundo das causas, e o mundo dos efeitos. A palavra “experiência”, no seu sentido mais completo, significa a compreensão harmoniosa da unidade entre estes três mundos. Enquanto a experiência parecer para nós como algo “horrível” e “revoltante”, não podemos compreendê-la, porque a experiência é neste caso percebida apenas através da nossa natureza psíquica ou inferior.

É quando uma experiência de qualquer tipo é vista como experiência, e não como algo bom ou mau, agradável e desagradável, que começamos a fazer distinções espirituais e inteligentes, e passamos a tomar decisões práticas decorrentes destas distinções. A libertação surge da compreensão da Unidade da Vida, e não de qualquer quantidade imaginável de experiências relativas à sua manifestação ou aos seus efeitos.


John Garrigues

( Este artigo foi publicado pelaprimeira vez na revista “Theosophy”,

de Los Angeles, em fevereiro de 1928)

Veja-o na íntegra aqui.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Vestida de Luz


Vestida de Luz
©Anna Müller

E depois da vastidão que cobriu
o denso céu do negro tom das minhas dores,
hoje sinto a paz em minha alma,
sinto os clarins dos anjos a
clamar pelo celeste azul das estrelas.
A lua traz consigo o radiante brilho
que guia o meu coração até a verdade...
Os cometas o futuro de quem espera
com a esperança nas mãos ainda trementes.
O sol que emana tanta força cósmica,
nos revigora pelos poros, o sangue
que um dia corria gélido e fraco...
dá a vida no corpo já quase fenecido.
Hoje, sinto-me vestida de luz, a caminhar
sobre um mar de vida, de amor, de esperança
sobrecarregada de um sonho que de luz
me faz esperar.

Espiritualidade e Consciência



Espiritualidade e Consciência

Por: Wagner Borges

Espiritualidade é um estado de consciência; não é doutrina, não!
É o que se leva dentro do coração.
É o discernimento em ação!
É o amor em profusão.
É a luz nas idéias e equilíbrio na senda.
É o valor consciencial da alegria na jornada.
É a valorização da vida e de todos os aprendizados.
É mais do que só viver; é sentir a vida que pulsa em todas as coisas.
É respeitar a si mesmo, para respeitar o próximo e a natureza.
É ter a plena noção de que nada acaba na morte do corpo, pois a consciência segue além, algures, na eternidade…

É saber disso – com certeza -, e não apenas crer nisso.
É viver isso – com clareza -, sem fraquejar na senda.

É ser um presente, para si mesmo, para os outros e para a própria vida.
Espiritualidade é brilho nos olhos e luz nas mãos.
E isso não depende dessa ou daquela doutrina; depende apenas do próprio despertar espiritual; depende do discernimento consciencial se unir aos sentimentos legais, no equilíbrio das próprias energias, nos atos da vida.

Ah, espiritualidade é qualidade perene; não se perde nem se ganha; apenas é!
É valor interno, que descerra o olhar para o infinito… para além dos sentidos convencionais. É janela espiritual que se abre, dentro de si mesmo, para ver a luz que está em tudo!

Espiritualidade é essa maravilha: o encontro consigo mesmo, em paz.

Espiritualidade é ser feliz, mesmo que ninguém entenda por quê.

É quando você se alegra, só pelo fato de estar vivo!
É quando o seu chacra do coração se abre igual a uma rosa, e você se sente possuído por um amor que não é condicionado a coisa alguma, mas que ama tudo.
É quando você nem sabe explicar porque ama; só sabe que ama.

Espiritualidade não depende de estar na Terra ou no Espaço; de estar solteiro ou casado; de pertencer a esse ou aquele lugar; ou de crer nisso ou naquilo.
É valor de consciência, alcançado por esforço próprio e faz o viver se tornar sadio.

Espiritualidade é apenas isso: SER FELIZ!
Ou, como ensinavam os sábios celtas de outrora: SER UM PRESENTE!
Paz e Luz.

Animus e Anima

Animus e Anima- Excertos de textos variados



A figura interior de mulher contida num homem e a figura de homem atuando na psique de uma mulher. Embora desiguais nos modos como se manifestam, anima e animus têm certas características em comum. Ambos são IMAGENS psíquicas. Cada qual é uma configuração que emana de uma estrutura arquetípica básica (ver ARQUÉTIPO). Como as formas fundamentais que subjazem aos aspectos “femininos” do homem e aos aspectos “masculinos” da mulher, são considerados como OPOSTOS. Como componentes psíquicos, são subliminares à consciência e funcionam a partir de dentro da psique inconsciente;

Jung postulou uma estrutura inconsciente que representa a parte sexual oposta de cada indivíduo; ele denomina tal estrutura de Anima no homem e Animus na mulher. Esta estrutura psíquica básica funciona como um ponto de convergência para todo material psíquico que não se adapta à auto-imagem consciente de um indivíduo como homem ou mulher.

Portanto, na medida em que uma mulher define a si mesma em termos femininos, seu Animus vai incluir aquelas tendências e experiências dissociadas que ela definiu como masculinas.

Todo homem carrega dentro de si a eterna imagem da mulher, não a imagem desta ou daquela mulher em particular, mas uma imagem feminina definitiva. Esta imagem é uma marca ou Arquétipo de todas as experiências ancestrais do feminino, um depósito, por assim dizer, de todas as impressões já dadas pela mulher. Uma vez que esta imagem é inconsciente, ela é sempre inconscientemente projetada na pessoa amada e é uma das principais razões para atrações ou aversões apaixonadas.

De acordo com Jung, o pai de sexo oposto ao da criança é uma importante influência no desenvolvimento da Anima ou Animus, e todas as relações com o sexo oposto, incluindo os pais, são intensamente afetadas pela projeção das fantasias da Anima ou Animus. Este Arquétipo é um dos mais influentes reguladores do comportamento. Ele aparece em sonhos e fantasias como figuras do sexo oposto, e funciona como um mediador fundamental entre processos inconscientes e conscientes. Ele é orientado basicamente para os processos internos, da mesma forma como a Persona é orientada para processos externos. É a fonte de projeções, a fonte da formação de imagens e a porta da criatividade na psique. (Não é surpreendente, pois, que escritores e artistas homens tenham pintado suas musas como deusas femininas.)

O confronto com a Anima ou o Animus traz, em si, todo o problema do relacionamento com o inconsciente e com a psique coletiva. A Anima pode acarretar súbitas mudanças emocionais ou instabilidade de humor num homem. Nas mulheres, o Animus freqüentemente se manifesta sob a forma de opiniões irracionais, mantidas de forma rígida. (Devemos nos lembrar de que a discussão de Jung sobre Anima e Animus não constitui uma descrição da masculinidade e da feminilidade em geral. O conteúdo da Anima ou do Animus é o complemento de nossa concepção consciente de nós mesmos como masculinos ou femininos, a qual, na maioria das pessoas, é fortemente determinada por valores culturais e papéis sexuais definidos em sociedade.)



Em virtude de suas conexões arquetípicas, anima e animus foram representados em muitas formas e figuras COLETIVAS: como Afrodite, Atena, Helena de Tróia, Maria, Sabedoria e Beatriz; ou como Hermes, Apolo, Hércules, Alexandre, o Grande, e Romeu. Na projeção, atraem atenção e fervor emocional como figuras públicas, mas também como amigos, amantes, viúvas e maridos, banais e comuns. Deparamos com eles como consortes em nossos sonhos. Como componentes personificados da PSIQUE, nos ligam e nos envolvem com a vida.


Jung resumiu anima / animus como “imagens da alma”. Posteriormente elucidou esta afirmação chamando a cada uma delas de não-eu. Ser não-eu para um homem corresponde, com muita probabilidade, a algo feminino e, porque é não-eu, está fora de si próprio, pertencendo à sua alma ou ao seu espírito. A anima (ou animus, conforme o caso) é um fator que acontece a um indivíduo, um elemento apriorístico de disposições, reações, impulsos no homem; de compromissos, crenças, inspirações em uma mulher – e, para ambos, algo que induz o indivíduo a tomar conhecimento do que é espontâneo e significativo na vida psíquica. Por trás do animus, alegava Jung, jaz “o arquétipo de significado; exatamente da mesma forma que anima é o arquétipo da própria vida (...)


A possessão pela anima ou pelo animus transforma a personalidade de modo a dar proeminência àqueles traços que são considerados psicologicamente característicos do sexo oposto. Em um ou outro caso, uma pessoa perde a individualidade, antes de tudo, e, conseqüentemente, tanto o encanto como os valores. Em um homem, ele fica dominado pela anima e pelo princípio de EROS com conotações de inquietação, promiscuidade, mau humor, sentimentalidade – o que quer se possa definir como uma emocionalidade irreprimida. Uma mulher sujeita à autoridade do animus e do LOGOS é controladora, obstinada, cruel, dominadora. Ambos tornam-se unilaterais. Ele é seduzido por pessoas inferiores e forma ligações pouco significativas; ela, sendo absorvida por um pensamento de segunda classe, marcha à frente sob a égide de convicções que não levam em conta os relacionamentos(...)


A Anima expressa as tendências psicológicas femininas na psique masculina. É a imago materna, já que a primeira projeção da anima do filho é em sua mãe (JUNG, 1986). Segundo Von Franz (1964, p. 177) são características da Anima, os “humores e sentimentos instáveis, as intuições proféticas, a receptividade ao irracional, a capacidade de amar, a sensibilidade à natureza e, por fim, mas nem por isso menos importante, o relacionamento com o inconsciente”. Algumas funções da anima seriam: a escolha da esposa, sensibilização da mente masculina aos seus valores internos, auxiliar no discernimento interno e mediar o contato do ego com o Self.
Já o Animus são os aspectos masculinos na psique feminina, correspondendo ao Logos paterno. Suas características são: as convicções, opiniões, argumentos, etc. Atender ao seu animus, auxiliar a mulher a ter mais iniciativa, coragem e objetividade em suas decisões, características essenciais do Logos (palavra, verbo, criação) (ibid.).
Esses dois arquétipos mediam nossas relações com o Outro, a alteridade, a diferença, a realização da polaridade (feminino e masculino) (MAGALHÃES, 1984). Eles geralmente são projetados para os indivíduos do sexo oposto. Por esse motivo, a forma como lidamos com o sexo oposto nos fornecem indícios sobre como lidamos com as nossas características femininas e masculinas.



O amor e a busca da Alma Gêmea


O amor e a busca da Alma Gêmea

:: Maria Aparecida Diniz Bressani ::

Uma leitura junguiana

Se nos reportarmos ao Mito do Andrógino*, de Platão, podemos perceber que ele nos conta sobre um tempo em que havia um ser esférico de conformação e constituição em duplicata como se houvesse naquele corpo a fusão de dois seres humanos e que em determinado momento, por inveja e medo do confronto das forças e poder, os deuses decidiram separá-los, tornando-os, então, frágeis e partes daquilo que antes era o todo. Psicologicamente, como entendemos esta situação?

Aquela conformação e constituição dava ao Andrógino* a sensação de completitude e onipotência, a ponto de se sentir como deus, com força e poder de desafiar os próprios deuses do Olimpo. Com a separação houve um desequilíbrio – a leitura psicológica nos faz entender que houve um desequilíbrio psíquico – dividiu-se, o que antes era único, em dois. Este desequilíbrio psíquico foi decorrente desta sensação de perda da Totalidade. O que acontece, então?

Num primeiro momento tenta-se a adaptação à situação, mas como seres humanos não nos conformamos passivamente, e, como seres inteligentes que somos, buscamos alternativas para solucionar tal desequilíbrio – nos colocamos ativamente à procura da nossa parte tão cara e perdida. E por que esta parte perdida nos é tão cara?

Porque nos dava a sensação de Totalidade e, narcisicamente, de onipotência: perdê-la é nos tirar esta sensação de ser um deus caído na Terra. Então, reencontrar aquela parte – nossa Alma Gêmea – perdida, é resgatar a sensação de Totalidade e onipotência.
Será que é por isso que é tão difícil, para a grande maioria, conseguir encontrar – no Outro – sua Alma Gêmea? Ou será que não é exatamente no Outro que está nossa fração perdida? Então, onde estará? Jung diz que temos tudo dentro de nós.

Então, podemos deduzir que devemos, sim, procurar esta parte perdida dentro de nós mesmos.
Se entendermos o que Platão diz neste Mito, sobre sensação de ser fração do ser humano – Andrógino* – que já fora; fazendo um paralelo com o que Jung diz, sobre se ter tudo dentro de nós próprios, veremos que esta busca está na direção errada.
Jung nos fala sobre o SELF. Que o SELF seria a Totalidade psíquica, abrangendo a consciência e a inconsciência.
Quando nascemos, nascemos como SELF, nascemos andróginos: até então vivemos em plenitude, dentro do útero materno. Ao nascermos há, num primeiro momento, um corte físico: o do cordão umbilical e, em seguida, conforme vamos desenvolvendo consciência, um corte psicológico.
Este corte psicológico seria o corte do SELF – da Totalidade para nos tornarmos partes. O que, antes, éramos um ser único, pleno, sem nenhuma necessidade – auto-nutridos pelo cordão umbilical e imersos no líquido amniótico, tornamo-nos, ao nascer, um ser dividido, carente e imerso na necessidade de sobreviver a qualquer custo. Trazemos, então, a lembrança intuitiva de que já houve, um dia, aquela sensação de completitude, totalidade e onipotência. E a queremos de volta!

Para Jung o desenvolvimento da consciência acontece com a eleição, ainda inconsciente, de algumas qualidades com as quais sabemos que somos reconhecidos, aceitos e amados por tê-las, identificando-nos, e, com a supressão e repressão, também inconsciente, de algumas qualidades que rejeitamos como sendo nossas, porque não somos reconhecidos, aceitos e amados por possuí-las ou porque não nos reconhecemos atuando-as. De um ser total, tornamo-nos, divididos, em Eu e não-Eu – consciência e inconsciência.

A consciência é o senso do Eu – concepção da nossa Identidade – composta de Ego e Persona. O Ego conteria aquelas qualidades que eu sei que tenho – mesmo que não sejam tão nobres, mas, eu sou assim!. Já a Persona, significa máscara. (Jung tirou este termo do Teatro Grego antigo, onde os atores para representar qualquer personagem utilizavam-se de máscara para identificá-lo.) Portanto, Persona abarcaria algumas qualidades do Ego e algumas qualidades que eu utilizo exclusivamente em situações sociais, formais, sem qualquer intimidade e para me apresentar às pessoas. Aquelas atitudes tudo pelo social!. Então, com as qualidades do Ego e da Persona formamos nosso senso de identidade, o nosso Eu. Quando me descrevo utilizo tais qualidades (quando falo em qualidade, falo tanto no sentido positivo quanto no sentido negativo).
E aquela parte que suprimimos e reprimimos da nossa consciência, toda aquela parte que rejeitamos e que nos rejeitaram quando a apresentamos ao nosso mundo de então, vai para a inconsciência, formando-se a Sombra Pessoal. Mesmo aquelas qualidades e talentos que admiramos no Outro são suprimidos e reprimidos em nós, caso, por alguma razão, não passe a priori pelo crivo da nossa Identidade.

Então, a formação da nossa Identidade, do nosso Eu, acontece com a seleção e a exclusão de qualidades com as quais, (por algum sistema de crença inconsciente tal como necessidade de amor, de reconhecimento, de aprovação das pessoas de quem precisamos para sobreviver...) ocorre a Identificação.
Jung nos fala sobre Arquétipos, que seriam modelos típicos de ser, a partir dos quais, no processo de desenvolvimento da consciência/inconsciência, instituímos representações – inconscientes – de tais modelos, com os quais atuamos no decorrer da nossa vida de acordo com as exigências das situações correspondentes. Seria como que um script, com características estabelecidas, a priori, e que temos para cada situação de vida.
Falando numa linguagem atual, Arquétipo seria como um programa da internet, amplo e abrangente, do qual fazemos download, mas apenas utilizando aquilo de que necessitamos para que o nosso programa de computador funcione.

Dentro da situação amorosa, homem/mulher, Jung nos apresenta dois arquétipos: Anima e Animus. Anima seria a porção feminina no homem e, Animus, a porção masculina na mulher.
Para Jung, o homem tem sua identidade consciente associada à energia masculina e tem sua contraparte sexual no inconsciente, a Anima, sua energia feminina. Enquanto que a mulher tem sua identidade consciente associada à energia feminina e sua contraparte sexual, também no inconsciente, o Animus, sua energia masculina. O que acontece em relacionamento homem/mulher através deste enfoque junguiano?

Para Jung, as relações humanas ocorrem através de Identificação/Projeção – Eu e o Não-Eu – Eu e o Outro.
Como já foi dito, Identificação é tudo aquilo que se refere à noção do Eu. Enquanto na Projeção estão todas as qualidades (positivas e negativas) avessas à noção do Eu.
Existiriam dois tipos de Projeções: a Projeção Positiva e a Projeção Negativa.

Na Projeção Positiva percebemos que o Eu projeta no Outro partes do seu Eu, de sua Sombra e de sua Anima ou do seu Animus, dependendo se for homem ou mulher. A projeção de partes do Eu proporciona o sentimento de afinidade – aquilo que eles têm em comum. A projeção das partes da Sombra leva o Eu a ver as diferenças que há entre eles, as arestas que terão que aparar, as incompatibilidades... e, por fim, a projeção de parte de sua Anima ou de seu Animus, reconhece no Outro sua contraparte sexual.
Na relação onde ocorre a Projeção Positiva busca-se a complementação, ou seja: completar o que temos a ilusão de não ter. É através da Projeção Positiva que admiramos, respeitamos, amamos e/ou nos apaixonamos por alguém. É a partir deste tipo de projeção que acontece desde a simpatia leve até a paixão avassaladora; tudo vai depender do grau e das partes projetadas.
Então, quando um homem busca uma mulher, ele, na verdade, busca sua Anima (sua “mulher” interna) e que quando uma mulher busca um homem, ela, realmente, procura seu Ânimus (seu “Homem” interno).
Quando uma mulher se apaixona por um homem, ele terá algumas características determinantes de seu Animus, se essas características forem essenciais para ela, (no seu entendimento do que é ser um homem), ela entenderá que encontrou “o homem de sua vida”. O mesmo acontecerá com um homem quando se apaixona por uma mulher.

Na Projeção Negativa é o caso clássico da antipatia, onde o Eu projeta no Outro, apenas a parte negativa de sua Sombra e de sua Anima ou de seu Animus. Quando olhamos para alguém e falamos: “Nada a ver!!” Não conseguimos sentir haver a menor possibilidade de nos relacionar com aquela pessoa, pois não conseguimos ver nem um tipo de afinidade, vendo às vezes, muito pelo contrário, tipos de pessoas absolutamente diferentes, que acreditam em coisas diferentes e vivem estilos de vida totalmente diferentes.
A Projeção Negativa também pode ocorrer apenas depois que passa a “febre” da paixão, onde só ocorre única e exclusivamente a Projeção Positiva, com alto índice da projeção das partes positivas do Eu e da Anima, ou do Animus, e onde a projeção da Sombra contém, predominantemente, elementos e qualidades que admiramos, apesar de acreditar não tê-los (o Outro tem!). Então, quando passa a “febre” da paixão (produzida pela Projeção Positiva), surge, imediatamente, a Projeção Negativa (como se fosse uma ressaca), com a mesmo rapidez com que aconteceu a primeira.

Precisamos nos dar conta de que, no relacionamento humano, a soma do Eu + Outro é igual a Nós. Somos Um Indivíduo que num relacionamento se soma à mais Um Indivíduo obtendo o total de Dois Indivíduos se relacionando. Não somos metade de um. Num relacionamento somos uma somatória que tem como resultado, no mínimo, dois. (Afinal, levamos conosco aquele “pacote” completo de Eu, Sombra e Anima/Animus – e o Outro, idem!). E, portanto, isto exige-nos – a ambos – capacidade de adaptação, de fazer concessão e grande dose do “quesito” doação.
Doar? Mas, doar o quê? AMOR!
Jung já não nos disse que temos tudo dentro de nós?

O Mito do Andrógino*, que Platão nos apresenta, demonstra que a verdadeira carência que temos na vida é do ‘Outro’ na nossa vida, que se deu através daquele corte divino.
Jung nos demonstra através de sua teoria que essa sensação de falta, que vivemos, na verdade, é a falta das qualidades inconscientes, e que temos dentro de nós – suprimidas e reprimidas no desenvolvimento da consciência/inconsciência – corte, divino e necessário, para a formação da Individualidade e da Personalidade (reforçada e estimulada pela educação, por nossos pais e educadores).

Até agora não se falou daquele “detalhe” tão perseguido na vida: o Amor; a necessidade de ter amor através da relação... a necessidade de ser amado por alguém.
O que é o Amor? O que significa o Amor para mim? Como entendo que tenho o Amor em minha vida? Como decodifico o Amor nas situações?
Todos temos uma idéia abstrata e, muitas vezes, difusa do que é o Amor, mas poucos conseguimos identificar quando o temos em nossa vida.
Jung diz que onde temos Amor, não temos Poder, e, onde temos Poder, não temos Amor.
Um relacionamento torna-se de ALMA quando há Amor e generosidade como ingredientes na sua base e abrimos mão do Poder de modificar o Outro para que se adeqüe às minhas necessidades e ao meu Eu. O grande ingrediente capaz de facilitar a adaptação e as concessões tão necessárias às relações é o AMOR.

É o AMOR que nos ajuda a proporcionar e/ou recuperar o equilíbrio nas relações, seja Eu comigo mesmo ou Eu com o Outro.

É o AMOR que pode nos dar consciência de que não encontraremos alguém “pronto” para que possamos nos relacionar, mesmo que seja nossa “Alma Gêmea” – não o encontraremos “pronto”, pois, segundo Jung, todo “encontro” é transformador. Transformamos e somos transformados em toda e qualquer relação e situação de vida em que estamos envolvidos.

O AMOR deve ser o recheio deste sanduíche que se chama relacionamento amoroso – como o nome já diz: é um relacionamento de AMOR.
E, quando, verdadeiramente, estabelecemos uma relação amorosa, temos a sensibilidade para perceber o Outro como distinto e diferente do meu Eu; não buscando no Outro os suprimentos que nós mesmos devemos nos dar.

Quando, verdadeiramente, estabelecemos uma relação amorosa, estabelecemos uma relação de doação e de troca: Eu dou o Meu AMOR e o Outro me dá o Seu AMOR. Não há medições nem competições de quem dá mais, simplesmente, trocamos... simplesmente, aceita-se o que o outro tem para nos dar e como ele o pode!

A nossa Alma Gêmea é aquela pessoa com quem estabelecemos uma relação de respeito, cumplicidade e real intimidade, cultivada com Amor.
Eu o(a) respeito e o(a) aceito como ele(a) é, “apesar” de ser diferente do meu Eu.
Somos cúmplices, isto é, acreditamos e apostamos um no outro e na relação que temos. “Comungamos” de sonhos e projetos comuns para a nossa vida em comum, sem perder de vista nossos sonhos e projetos individuais.

Cultivamos real intimidade, sem invasão do espaço individual de cada um. Não impomos nossa presença, nem nossas “verdades”. Compartilhamos a presença um do outro em nossas respectivas vidas. Apresentamos nossas crenças, sentimentos e verdades que são acolhidas pelo Outro e vice-versa.
E... deixamos o tempo fazer o resto e “modelar” esta relação.
Isto, para mim, é viver o Amor com a nossa Alma Gêmea.

(este artigo foi elaborado como base para a Palestra na Universidade Ibirapuera, que eu ministrei no dia 29/08/2002, durante a Semana da Psicologia desta Intituição)

Maria Aparecida Diniz Bressani é psicóloga e psicoterapeuta Junguiana,
especializada em atendimento individual de jovens e adultos,
em seu consultório em São Paulo.

Email: mariahbressani@yahoo.com.br




Extraído do site Somos todos Um.