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sábado, 31 de dezembro de 2011


A EDUCAÇÃO DO GRANDE IRMÃO

A educação deve começar em casa. Mas quando não é possível começar em casa, porque as famílias estão desestruturadas e não existem mais valores a defender que não sejam aqueles ligados à luta pela vida – o que é uma coisa insana, porque vivemos em um país que joga todos contra todos e o maior come o menor e o menor, quando não morre, vai catar lixo e viver embaixo da ponte... (...)


E a educação pelo Estado tem sido sucateada propositadamente pelo próprio Estado, já faz mais de 16 anos. Compram-se computadores, kits escolares e constroem-se escolas, mas o ensino é péssimo. Em geral, os professores tem um baixo nível cultural, não passando de repetidores, e são muito mal pagos.

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O governo que se diz de esquerda optou pelo ensino de direita: nenhum desenvolvimento do senso crítico dos alunos, nenhum conhecimento da própria realidade.

Professores que são meros repetidores, aos poucos ficam desprovidos de idéias. E os alunos que recebem aquelas aulas ocas, que em nada lhes estimulam a curiosidade pelo saber, preferem faltar, não estudar, preencher a sua força de vida, a sua vontade de agir e de não somente pertencerem ao mundo, com coisas que julgam interessantes, como as drogas. E, como viciados ficam ainda mais imbecilizados.

O Estado facilita tudo isso. As faltas não são computadas, ou raramente o são, não é colocado nenhum limite ao educando, que faz o que quer durante as aulas e as provas não são referenciais do saber, porque no novo ensino brasileiro o aluno passa de ano automaticamente, estudando ou não.

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Sucatear a educação nas escolas públicas, torná-la cada vez pior e alvo de todas as críticas faz parte da estratégia de fazer do ensino pago e privado o único que poderá oferecer uma educação de verdade, aos olhos da população.

Este é um país cada vez mais capitalista e no capitalismo a educação também é um produto que somente poderá ser adquirido por aqueles que tem dinheiro.

O ensino pago é extremamente alienante, formando castas sociais que passam a deter o saber que é orientado de fora do país, da matriz. Aqueles que se formam em escolas privadas tem uma educação voltada para a competição, para o ganho a qualquer custo, com nenhuma preocupação social, porque se julgam superiores à grande maioria que é jogada nos ghetos escolares do Estado.

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A obscenidade é ainda maior. Maior anunciante do país, o governo federal tem à disposição R$ 622,8 milhões para aplicar em publicidade neste ano. Deste valor, o equivalente a R$ 210,3 milhões referem-se a anúncios diretamente vinculados à Presidência da República, que tem o maior orçamento entre todas as pastas dos Três Poderes.

Para um governo assim, a educação deve ficar em último lugar, porque não dá retorno.

Se as famílias estão desestruturadas e a escola pública é uma vergonha, sempre o governo terá a televisão e as drogas para iludirem o povo.

Na televisão, para um povo drogado e submisso, tem aqueles programas estúpidos e licenciosos, que dizem ao povo que ele é “livre” para fazer o que quiser. Os BBBs e as novelas ensinam que você deve matar – ou eliminar – o próximo, para o seu próprio bem. Estimulam a concorrência desleal, a perfídia, a corrupção.

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Os mesmos veículos de comunicação que promovem esse tipo de programa são pagos para fazerem a propaganda governamental, e um governo que precisa de propaganda é um governo que não acredita em si mesmo e tem medo do despertar do povo.

Para que esse despertar nunca aconteça, continuará promovendo, com a sua política de educação zero, o amor pelo futebol e pelo carnaval, pela maconha e pelo crack.

Para os mais ricos, cocaína.

Fausto Brignol

Este texto não está na íntegra aqui. Se quiser vê-lo na íntegra, vá no site original:

http://fausto-diogenes.blogspot.com/2011/01/educacao-do-grande-irmao.html

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