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sábado, 29 de novembro de 2014

Preservação – distinguindo as dimensões de Verdade e de Amor




...a Verdade não depõe contra o Amor; em realidade, ela é o pano de fundo onde este se faz possível. A Verdade depõe, outrossim, contra o mundo do controle – a compreensível, mas perigosa dimensão de esperar que a realidade toda possa ser reduzida apenas à realidade do Amor.
(...)
Para que um indivíduo se entregue à esperança e não ao desespero, é imprescindível algum nível de integração da realidade da Verdade a do Amor. Como céus e terra que se beijam suavemente no horizonte, a Verdade é irredutível ao Amor, mas a partir de um se pode chegar ao outro. O simples conhecimento da realidade da Verdade não é em si um antídoto para o desespero. Muitas vezes esta dimensão é confundida como sendo a própria dimensão da desordem, do caos. Somente através da integração e incorporação da dimensão da Verdade a nossas vidas como a expressão de uma ordem de natureza distinta, é que se consegue conter o impulso ao desespero. A fé, portanto, não é a capacidade de esperar por aquilo que gostaríamos que acontecesse, mas acima de tudo é a capacidade de integração daquilo que está além de nosso querer. É a quase impossível tarefa de encontrar alegria na concretização daquilo que deve ser. É um nível de entrega que não se alcança através da reflexão, mas através da constante arte de saber honrar e celebrar as perdas e os ganhos da vida. (*Trecho do livro A arte de se salvar, de Nilton Bonder)

Nilton Bonder

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