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domingo, 26 de janeiro de 2014

Embates entre religião e ciência



As duas são incompatíveis. Primeiro que Religião em si, não existe. Ciência existe e tem seus métodos e exclusões, sem o qual deixa de ser ciência.

 Religião por sua vez é um conceito mega abrangente que abarca coisas muito diferentes entre si, forçadamente colocadas com o nome religião, a partir de um olhar eurocêntrico.


 Isso causa muitos problemas como pude expor em minha monografia. Roma por exemplo, sua religião cívica não é, exatamente uma religião no sentido que entendemos.


 Igualmente ocorre com gregos e muitos outros povos.


 Assim, em muitos povos a crença nos deuses e a guerra estão intrinsecamente inter-relacionadas. O deus ou deuses estão sempre relacionados ao povo. A conquista do povo, resulta na conquista do deus. A vitória “prova” ao crente que os deuses ou são mais fortes ou são o único, como é o caso da visão Hebraica.

 Ou mesmo como em muitos episódios na Roma Antiga, significaria para eles que o deus do outro povo passou para o seu lado.


 Associar crenças a deuses ou ao invisível como RELIGIÃO, tendo sempre, inconscientemente ou não, as religiões monoteístas cristãs como modelo para olhar as outras manifestações é um erro grave que percebo em muitos textos acadêmicos.

 O eurocentrismo cristão fazendo “ligas” e domando o olhar do pesquisador, incapaz de abandonar condicionamentos que antes de serem religiosos, são culturais e de longa duração.


 Sempre que vejo alguém falar religião é isso, religião é aquilo, me pergunto o que a pessoa está querendo provar com isso, pois religião como uma coisa não existe. O que existe são "religiões", crenças, experiências, específicas e nem sempre passíveis de serem equiparadas.


 Tratar as diversas manifestações de crença, práticas, ritos, mitos, visão de mundo y otras cositas más com o nome religião, me parece aceitável se nos referirmos ao vulgo comum,

 mas deve ser trabalhada com muito apuro do que se quer dizer, pois esse conceito é muito inebriante, fácil, condicionado e limitante, tornando sempre arriscado sua abordagem se não for bem criteriosa e demarcada suas significações se a abordagem for pesquisística.


 Religião deve buscar aprimorar seu discurso, olhar para as descobertas científicas e, se sua teologia permitir usufruir seus adeptos desses saberes. Mas, a rigor, tem limites frágeis, pois é crença. È fidelidade a ideias que não se provam, nem querem se provar. O diálogo não deve existir para convencer, mas por que sendo dosi campos de saber humano, precisam se respeitar.

 A rigor as religiões estão fadadas a extinção. A descoberta das leis espirituais que dirigem o cosmos acabarão, mais cedo, mais tarde com a necessidade de sacerdotes e hierarquias, intermediários para com a divindade. O processo ficará , paulatinamente na mão da pessoa. Ela entra em contato comDeus, sem intermediários.


 A espiritualidade emergente já está assim. As pessoas hoje, não estão tão ligadas a gurus e sacerdotes, buscam a espiritualidade a partir de si. É lógico que ainda teremos os seguidores cegos dos outros por um bom tempo, mas na medida que as sociedades maturarem seu processo educacional, politico e ético, naturalmente se caminhará para uma relação com sua espiritualidade mas independente, se responsabilizando de fato pelas suas escolhas, aluz de um conhecimento espiritual inteligente, sábio e vivenciado.


 A ciência sabe que a religião sempre que teve oportunidade a calou, a limitou, a condicionou a suas teologias cegas. Por isso, todo cuidado é pouco. Um cientista pode seguir a religião que quiser, mas não deve confundir suas crenças pessoais com a ciência que pesquisa. Por pena de estar utilizando de "métodos científicos" para converter os não adeptos. Não é crime isso, vejam bem. Mas é o uso do "discurso de autoridade" visando convencer os outros de que as suas crenças, em geral meramente tradicionais, são: A verdade.

Anderson.

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