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terça-feira, 6 de março de 2012

REUNINDO EXPERIÊNCIAS DE VIDA

Por John Garrigues

A Experiência Humana Mais

Importante é a da Compreensão




A roda de samsara da tradição do Oriente

simboliza a vivência repetitiva da vida material.


Pergunta:

Se ensina que o aprendizado só pode ser feito pela experiência, e que devemos passar por todas as experiências. Pergunto se isso significa que devemos passar através decada uma das experiências que vemos na vida, mesmo as que são horríveis e revoltantes, para então podermos compreender tanto a simpatia como os seus opostos.

Resposta:

(...)cada um de nós pode saber, por si mesmo, que o aprendizado só ocorre através da experiência e da observação.

Há três aspectos na experiência. Ela ocorre:

(a) Quando é imposta aos outros;

(b) Quando é imposta a nós; e

(c) Quando observamos a experiência, quer ela ocorra conosco ou com outros.

O que temos que aprender é o significado da Vida que cada um de nós é, e que todos nós somos. Devemos saber os poderes, as potencialidades, o desenvolvimento, o uso e o propósito desta Vida.

Conhecendo a lei do Carma e da Reencarnação, devemos compreender que cada um de nós já passou incontáveis vezes através de cada experiência concebível no mundo material, desde os seus estados mais elevados até os mais inferiores, e desde as suas formas mais simples até as mais complexas.

Nenhum ser humano, portanto, necessita qualquer experiência a mais, no sentido em que a palavra “experiência” é usada na pergunta acima. O que todo ser humano necessita é compreender estas experiências. A compreensão surge pelo contraste, pela comparação, pelo raciocínio, pela reflexão e, sobretudo, pela percepção de que toda a Vida é idêntica, e pela percepção da lei que abrange toda a Vida.

(...) nenhum ser humano pode ter uma experiência nova. Ele só pode ter a repetição de experiências velhas, sejam elas boas, más ou indiferentes. Ele continua nesta situação até compreender que elas são efeitos e começar a viver e agir no plano das causas.

A pergunta feita acima surge com frequência.

Ela não pode ser respondida através da obtenção de qualquer número de experiências. O que nós percebemos são efeitos, e são estes efeitos que nós chamamos de experiências. Mas o mundo do Espírito ou puro Ser, e o mundo das Causas, ou mundo da existência mental, são também mundos de experiência, tanto quanto o mundo dos meros efeitos e, na verdade, mais do que ele.

O ser humano encarnado vive em três mundos: o mundo do ser, o mundo das causas, e o mundo dos efeitos. A palavra “experiência”, no seu sentido mais completo, significa a compreensão harmoniosa da unidade entre estes três mundos. Enquanto a experiência parecer para nós como algo “horrível” e “revoltante”, não podemos compreendê-la, porque a experiência é neste caso percebida apenas através da nossa natureza psíquica ou inferior.

É quando uma experiência de qualquer tipo é vista como experiência, e não como algo bom ou mau, agradável e desagradável, que começamos a fazer distinções espirituais e inteligentes, e passamos a tomar decisões práticas decorrentes destas distinções. A libertação surge da compreensão da Unidade da Vida, e não de qualquer quantidade imaginável de experiências relativas à sua manifestação ou aos seus efeitos.


John Garrigues

( Este artigo foi publicado pelaprimeira vez na revista “Theosophy”,

de Los Angeles, em fevereiro de 1928)

Veja-o na íntegra aqui.

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