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sábado, 2 de abril de 2011

Parece com ele


“- Parece com ele.”

Meses após a identificação feita por Chico Xavier, adquirimos dois volumes do livro

Meu Pai, recentemente lançado pela Casa de Oswaldo Cruz – Fundação Oswaldo Cruz, do Rio

de Janeiro, RJ, em 1993, rica biografia do cientista Carlos Chagas, fartamente ilustrado, com

294 páginas, de autoria de Carlos Chagas Filho (1911-2000), igualmente cientista famoso,

pesquisador honorário da Fundação Oswaldo Cruz, membro da Academia Brasileira de Letras,

destacando-se também como Presidente da Academia Pontifícia de Ciências do Vaticano, no

período de 1971 a 1988.

A compra de dois volumes foi com a intenção de também presentear o médium amigo

de Uberaba, com um dos dois volumes, o que fizemos na primeira oportunidade.

Ao entregar-lhe o livro, Chico agradeceu-nos e, após analisar atentamente a capa do

mesmo, ilustrada com a imagem do Dr. Carlos Chagas, em bela aquarela de Glauco Rodrigues,

disse-nos: “– Parece com ele.”, evidentemente referindo-se à semelhança da fisionomia do

biografado com André Luiz, Espírito.

“Recordações de meu Pai” – um perfil de Carlos Chagas

O último capítulo da obra acima citada (que apresenta a expressiva dedicatória: “A

Evandro, meu irmão, cujo espírito me acompanhou na elaboração deste trabalho.”) focaliza as

recordações íntimas do autor, constituindo um belo perfil da personalidade de seu genitor, do

qual transcrevemos, a seguir, alguns tópicos:

“De seu último período em Manguinhos, guardo a recordação de nossas conversas.

Eram horas e horas em que ficava a escutá-lo e, pelas suas palavras, pude penetrar em grande

parte de sua alma e conhecer episódios de sua vida. Foi o momento no qual, certamente, mais

procurou influir em mim e formar a minha personalidade, contando-me sobretudo os erros –

tão poucos! – que cometera. Ensinou-me a difícil tarefa de compreender as gentes e amá-las.”

“Guardo de meu pai a certeza de que era um homem simples, no que a palavra tem de

mais autêntico. Honrarias, louvações e atitudes de subserviência nada lhe diziam. Sendo um

homem forte, queria que os que acompanhassem assim fossem e não aceitassem suas

palavras como irrebatíveis.

Sua indiferença frente dos aspectos materiais da vida era total, a não ser a pequena

vaidade de gostar de vestir-se com esmero, vaidade que aos poucos foi desaparecendo.

Quando morreu não deixou bens, senão a casa da rua Paissandu.”

“Várias vezes procurei saber qual a sua posição em face da religião. Mostrou-se

sempre avesso a esse debate. Creio que o seu espírito se dividia entre a profunda religiosidade

de sua mãe e de seus tios – muitos dos quais sempre de terço na mão – e o agnosticismo, que

era a tônica de grande maioria dos cientistas de sua geração. Profundamente respeitador do

sentimento alheio, nunca o ouvi discutir este assunto, nem dizer uma frase de mínimo

desacordo com o fato de que, a partir de um certo momento, comecei a freqüentar a Igreja.

Não importa tentar perquirir a intimidade de seu sentimento religioso. O importante é

assinalar que a sua vida se completou dentro dos preceitos mais fundamentais do Evangelho.”

“Meu pai não foi um cientista acadêmico, um homem de laboratório, interessado

somente no seu próprio progresso intelectual e na ascensão do seu reconhecimento

internacional. O que desejou, na verdade, foi servir o povo brasileiro, tirando do seu convívio

com os filhos dos colonos das fazendas em que viveu, com as agentes com quem conviveu em

Lassance e com aqueles que amou na bacia Amazônica, a força para entregar-se ao que há de

demais importante na vida de um homem: não viver para si, mais viver para servir o seu

próximo. Analisando a vida de meu pai, penso que dele nos deixa uma grande mensagem: a de

que a vida humana só tem significação quando utilizada para servir. Esta é a lição que ele

aprendeu na freqüência da miséria que viu em Minas, na Amazônia e um pouco por todo o

Brasil.”

“Até mesmo quando, no ano de sua morte, Gustavo Pitaluga, chefiando um grupo de

patologista europeus, escreveu-lhe pedindo todas as suas publicações e o seu currículo para

apresentá-lo como candidato ao prêmio Nobel de 1936, sua emoção não chegou a modificarlhe

o clima de vida, nem mesmo suas aspirações. Seu interesse pelos de menor situação na

sociedade traduzia-se, perfeitamente, na maneira suave e carinhosa com a qual se aproximava

dos pacientes nos hospitais que o vi freqüentar. Para ele, cada ser humano tinha uma

expressão própria que devia ser respeitada no mais profundo sentido ético que tem o

substantivo “ser”. Sua vida pode traduzir-se pela oposição que deu ao “ser” em relação ao

“haver”.”

“Quando cheguei a Lassance, 21 anos depois do momento em que meu pai descobriu a

doença de Chagas, as histórias de sua devoção aos enfermos e de sua preocupação com os

pobres com quem se avistava era a moeda mais corrente dos entretenimentos que tive a parte

da população que tão bem se lembrava dele.”

“Durante o exercício da medicina, na ocasião de sua instalação, pouco duradoura, na

rua da Assembléia, muitas vezes – como já foi assinalado – tirava do seu bolso a soma

necessária para pagar a receita que prescrevera na consulta, a mais das vezes nem cobrada.

Não por uma injustificável soberba, mas porque achava que a medicina devia ser exercida

gratuitamente. (...) Chagas era um homem devotado ao seus semelhante, qualquer que fosse a

sua situação social ou econômica. Entretanto, o dinheiro que não recebia dos pacientes, ou

que lhes dava para aviamento da receita, faltava, às vezes, fortemente, ao orçamento

doméstico.”

Estas “Recordações” representam um expressivo coroamento da extensa e rica

biografia que recebeu o título carinhoso de Meu Pai. Revelam-nos o homem virtuoso que

cumpriu elevada missão na Terra, pautando sua vida à luz do Evangelho.

Portanto, ele estava preparado para desempenhar nova e sublime tarefa, sob as

bênçãos de Jesus, que se iniciou com o livro Nosso Lar, utilizando-se o pseudônimo André Luiz.

Autor de autêntica revelação dentro da Terceira Revelação

Integrando a obra literária de André Luiz(Espírito), recebida pelos médiuns Francisco

Cândido Xavier e Waldo Vieira, a Coleção “A Vida do Mundo Espiritual”, composta de 13 livros,

todos no estilo romanceado de Nosso Lar (1943) e E a Vida Continua... (1968), trouxe tantas

informações novas do Mais Além, que tem sido considerada, judiciosamente, como verdadeira

revelação dentro da Terceira Revelação.

O seus relatos preciosos, acompanhados de elevadas lições de Benfeitores abalizados,

incluindo avançadas revelações científicas, trazem sempre um importante conteúdo

evangélico.

Enaltecendo a Coleção referida, também chamada Série “Nosso Lar”, o renomado

cientista espírita Dr. Hernani Guimarães Andrade (1913-2003) fez a seguinte previsão: “As

obras de André Luiz, psicografadas por Francisco Cândido Xavier, serão, futuramente, objeto

de estudo sério e efetivo nas maiores universidades do mundo, e consideradas como a mais

perfeita informação acerca da natureza do homem e da sua vida após a morte do corpo físico.”

(A Matéria Psi, Hernani G. Andrade, O Clarim, p. 15)

Em princípios de 2000, as Organizações Candeia, de Catanduva, SP, realizou oportuna

pesquisa bibliográfica para definir quais os dez melhores livros espirituais do século XX. E, na

relação dos escolhidos, aparecem três de André Luiz: Nosso Lar, o mais votado, Evolução em

Dois Mundos e Missionários da Luz. (Anuário Espírita 2001, p. 35)

Além da Série “Nosso Lar”, André Luiz escreveu 15 obras, sendo seis (6) em parceria

com Emmanuel e uma (1) com Lucius / F.C. Xavier e Heigorina Cunha (Cidade no Além);

também participou de muitas outras de Autores Diversos.

Fonte: Mediunidade na Bíblia, Editora Ide, Autor: Hércio M. C. Arantes.

1º Edição, Junho 2006 Páginas 187 à 194.

Inserida no Anuário Espírita de 2004 - IDE - Araras, (Autor: Hércio M. C.

Arantes)

Veja também na mesma Obra Depoimento Valioso na Questão Chico Kardec

Apêndice – Identidade Espiritual Kardec/ Chico Xavier indícios Significativos

Pág: 226

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