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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Aborto e o utilitarismo hedonista materialista

 



Argumentaram que meu discurso está cheio de ideologia.

Sim, ideologia todo discurso tem. Simplesmente por que as ideologias baseiam o raciocínio humano. Seja qual for. Mesmo que uma pessoa não se identifique com alguma ideia ou conceito, ela, mesmo aí, traz consigo uma série de ideologias subjacentes. Conscientes e, as piores, inconscientes.
Não utilizei, por acaso, na longa argumentação apresentada anteriormente , ideias reencarnacionistas, por acaso não utilizei dessa vez, poderia ter usado. Mas quis basear meus s argumentos queriam ou pretendiam ser em cima da consciência crítica. Tentando pretensiosamente fazer uma relação entre os novos discursos utilitaristas, forjados pela sociedade pós-moderna que, baseada no lucro, formata idéias em que o humano tem valor menor.
Lembrando a eugenia do nazismo e a Igreja respaldando a escravidão negra colonial. Discursos ditos confiáveis em suas épocas e utilizados para respaldar ações contra o ser humano. O aborto que leva a um argumento que tenta dizer que a criança no útero tem menos direitos do que a criança fora do útero e que já que não se vê a criança ela pode ser morta, digas os argumentos que quiserem dizer , me parece que fere Estado democrático de Direito que tem como apanágio o princípio da igualdade e da justiça que busca dar aos desiguais um tratamento que busque minimizar as discrepâncias seja no campo dos direitos, seja no campo social.

Quando disse que ao abortista foi dado a chance de viver, em momento algum estava me referindo a Deus. Mas aos pais dos abortistas. Eles, os pais, deram essa chance. Estava pensando em mim que quase fui abortado, e por sorte meu pai soube e "abortou a ideia" de suas irmãs. Então peço que leia o que escrevi aí em cima, não para concordar nem nada, mas você verá que não houve um suposto reencarnacionista ou religioso nos argumentos.
Também não manipulei argumentos científicos para me dar razão. Eu usei o argumento científico para relatar um fato simples: Quando a vida humana surge. E o que li e tenho artigos na scientific american para respaldar é que isso é medido no momento que cessam as fusões, e mutações celulares. Quando o que está ali é aquilo que sairá, apenas com a diferença do desenvolvimento embriogênico, mas sem maiores adendos em sua composição e isso ocorre após o surgimento do embrião.
Como provavelmente vc não leu o longo texto que escrevi repito, utilizei a argumentação confrontando o utilitarismo.
O NEOLIBERALISMO como forma de conquista e ascese demarcou um fracasso moral DA pós-modernidade, como modelo para relações entre seres humanos e não um fracasso da ética NA pós modernidade. Por que a organização neoliberal da sociedade deixa as pessoas isoladas, egoístas, indiferentes, agressivas. Em que os atrativos ao lúdico e ao prazer numa sofreguidão por viver intensamente, no prazer sem fim, num narcisismo que vai dar lá no aborto como forma de " se livrar" dos transtornos causados pelos atos inconseqüentes.

Daí o discurso feminista de levar a questão do aborto como direito que a mulher tem sobre o seu corpo. Um discurso cínico, pois o corpo da mulher não implica o filho, a criança que está alie tem como força biológica natural um impulso à vida. Tente parar de respirar que se entenderá o que quero dizer, o corpo conspira para querer respirar...impulso para a vida.
O individualismo, construído pelas exigências neoliberais, jogou o povo que trabalha na situação atual. Para que as empresas e as elites prosperem mais e mais, todos sofremos as ameaças de um recrudescimento da selvageria capitalista que havia no início Revolução Industrial, antes das idéias de Bem Estar Social que distencionaram as relações entre trabalhador e empregador. Agora, caminhamos para um caminho que se não for questionado nos levará a o retorno da barbárie nas relações. Isso já ocorre com o alargamento do número de horas do trabalho na medida em que precisamos ter mais de um emprego para se manter....
A China, outrora socialista mercadeja produtos a preço de banana com mão de obra semi escrava. Laissez faire torna as relações humanas um salve-se quem puder e uma conseqüente busca por prazer como processo de compensação fugaz, ao sucesso alcançado ou não alcançado ou impossível de se alcançar, a atividade lúdica se lastreia e se torna uma grande indústria de consumo movimentando bilhões de dólares e tudo isso , se reflete no aborto, pois os efeitos do mercantilismo sem peias, em que as mega organizações elegem os presidentes das nações tem permitido que discursos de base utilitarista assemelhem-se aos antigos discursos eugênicos que respaldou o nazismo com "pseudo-ciência".
Ou seja, falácia. O mesmo imperativo cínico utilizado pela Igreja para dizer que negro não tinha alma e portanto poderia ser escravizado.
Para respaldar a cultura do prazer, o aborto é jogado ao campo da defesa religiosa e portanto lá deve ficar confinado, deixando que os não religiosos façam o que quiser com "o seu corpo".
O problema do aborto, no entanto, não é um problema religioso. É um debate da sociedade e deve ser encarado em toda sua amplitude. Achar que as questões éticas e morais são questões religiosas é maximizar o alcance das religiões que nem são tão éticas assim....
O argumento aqui é sobre a vida humana. A vida em sociedade leva a um questionamento constante aos valores que cultivamos. A existência cobra de nós, a cada minuto uma tomada de posição seguindo escolha de valores. Não temos como retirar a idéia de valor nas ações das coisas por que isso na verdade é impossível, os valores estão permeados de intenções, crenças, metas, condicionamentos, ideologias. Fazer uma crítica aos valores que desvalorizam o humano é fundamental em uma sociedade em que somos colocados no papel secundário de : havidos consumidores. Crentes que é uma livre escolha entre a Tv de 54 polegadas e a TV de 42 polegadas e a TV wifi ou a Tv 3d...
Todo ser humano em qualquer lugar do mundo busca realizar um fim, permeado por valores, a crítica ao aborto aqui feita pretende denunciar o utilitarismo consumista e hedonista como ponta de lança de um discurso que minimiza o humano em detrimento do prazer.
O problema é, repito: Eu, você e todos os abortistas nasceram por que nossos pais o permitiram. E, depois que saímos do útero, mostramos nossa cara lindinha para todos. Dizer que o ser humano só se torna ser humano quando mostra a cara para o mundo, é sim, uma falácia cínica inconsistente cientificamente, e isso , nada tem que ver com acreditar em Deus ou não ou saber que a reencarnação é um fato ou não.
Isso tem a ver com valores humanos essenciais que não podem se perder devido as pressões mercantilistas da pós-modernidade. O discurso relativista absoluto é apenas uma forma cínica de voltarmos À barbárie nas relações em que os vitoriosos classe média deificam a si mesmos e acabam com mínimas regras morais que balizam as relações sociais em nome do prazer imediato e desvairado.
Quem não quer ter filhos após uma relação sexual deve se organizar para isso. Antes. Isso sim deve ser dito. Sexo pressupõe um mínimo de responsabilidade com seus resultados. E isso não só é relativo Às questões do prazer, mas também das conseqüências pós relação. Sonegar essa informação e estimular campanhas pró-aborto é ao meu ver um caminho fácil e de adesão rápida, mas irresponsável éticamente com relação aos valores humanos.


Faça sexo sem matar crianças. Simples assim

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