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sábado, 26 de outubro de 2013

Valores Reais e Valores idealizados.

Reflexão é a base da mudança: 1º informação. 2º reconhecimento de que aquela informação, apesar de ser reconhecida como um valor, é um valor não vivido. Admirado, mas não vivido. Portanto é algo externo a nossa própria vida. Só será um valor nosso, quando o vivermos.
E a vivência é realidade quando é vivida, não quando é escrita, pregada, pensada ou admirada. Vivida.
Quando faz parte da nossa vida é um valor.
A apresentação da informação nova é o primeiro passo. Depois a reflexão entre o que vivo e a informação nova. E depois, se o informe novo for, de fato, percebido por mim como algo interessante, a busca da vivência, por que eu decidi e quero isso. E não por que é o correto, o que a religião diz que tem que ser, que os outros vão achar bonito, nada disso.
Meus valores são o que vivo, o que sou, o que transpiro agora, hoje, ontem, é portanto um valor meu. Identificá-lo não é sempre fácil, devido aos hábitos arraigados que temos de nos esconder até mesmo de nós mesmos.
Construímos barreiras para não nos ver. Vemos no outro, mas isso não significa nada. Pois na verdade, o íntimo do outro só pode ser percebido com longa observação, diálogo e quando realmente sabemos quais são os nossos valores. Enquanto isso não está claro. O outro é apenas alguém que utilizamos para nos projetar valores que não vivemos, mas que achamos dominar e que fazem parte da nossa vida. Não fazem.
Isso não me ajuda a crescer. Ao contrário, ao não perceber o jogo que fazemos entre valores e máscaras de valores que usamos para agradar e ficar bem conosco mesmo e com o mundo, infelizmente estamos apenas fazendo o que sempre fizemos, escondendo-nos, disputando, usando de subterfúgios perfeitamente construídos para evitar o auto confronto.
O único que realmente interessa.
O autoengano nosso é pensar que valores idolatrados, cantados, postados no facebook, pregados e escritos são, por isso mesmo, meus valores.
Na verdade, os meus valores são aqueles que eu vivo, sinto, executo.
Se posto aqui algo sobre maledicência ou faço uma palestra sobre a maledicência, mas tenho o hábito de antipatizar e mal dizer sem saber a fundo, ainda que pregue contra, a não maledicência ainda não é um valor meu.
É um valor ideológico do meio que vivo, mas ainda não faz parte do conjunto de valores pessoais meus. Identificar essa diferença fará toda a diferença. A gente começa a se ver sem as máscaras sociais convenientes, e nos vemos como nós somos. O que nem sempre é algo agradável.
Mas imprescindível se quisermos nos conhecer realmente. Não as verdades adocicadas que repetimos para nós e para os outros, repetimos tanto que acabamos acreditando que são nossos valores, apenas por que os admiramos. Só serão nossos valores quando os vivermos.
Enquanto forem algo que gostamos, admiramos, aplaudimos e até que achamos que somos, mas que não se tornam uma realidade vivida, na vida diária. Não são nossos valores.
Urge observarmo-nos com atenção. Sem culpas, sem pomadinhas homeopáticas, sem vitimizações, ou “mea culpa”. Apenas vermos o que de fato falamos, fazemos, agimos, nos comportamos. O que valorizamos, o que nos atrai. Esses são nossos valores. Gostemos deles ou não. Os valores ideais, os pregados pelos livros sagrados, pelas religiões, manuais, pregadores, livros, posts de facebook, esses NÃO são nossos valores, ainda. E só o serão quando eles estiverem inseridos na nossa vivência cotidiana.
E isso só acontecerá se retirarmos as máscaras sociais tão apertadas e nos confrontemos. Não para dizer “ ai como sou pequeno”, “ai como sou denso” ou “ai como sou devasso”, nada disso.
Mas para sabermos por que esses valores fazem parte da nossa vida. Se devem continuar fazendo. E por que se algum desses valores não são aquilo que admiramos, pregamos e queremos ao nosso redor, por que estamos separados dos valores que achamos ideais.
Serão esses valores ideias, realmente ideais para mim nesse momento evolutivo que estou vivendo?
Conhecer nossos valores reais é imprescindível para que nos conheçamos e possamos nos abrir para o outro. Sem comparações ou disputas. Reconhecendo que o humano é real e que o ideal é ideal, paramos de olhar para o mundo com um olhar de juiz. E passamos a mudar o discurso aceso idealista religioso para um que inclua todos os seres e coisas.
Urge identificarmos nossa ficha de valores pessoais, sem medos, hipocrisias ou exposição pública, mas, para, a partir disso, nos conhecermos realmente, sem medos, sem fugas, sem comparações. E, se por algum acaso, reconhecermos que os valores que vivemos não são aqueles que queremos para nós, agora sim, sem máscaras, conseguiremos com relativa facilidade, caminhar na direção de valores idealizados, que apesar de não serem ainda os nossos valores, reconhecemos como sendo àqueles que queremos na nossa vida.
E veremos que em muito pouco tempo, teremos esses valores como parte intrínseca de nossas vidas.
Anderson.

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