Total de visualizações de página

sábado, 26 de outubro de 2013

ofício de professor...

Nesse link uma reflexão engraçada e interessante sobre o ofício de professor.

http://comoeumesintoquando.tumblr.com/post/33653255449/sou-professor

http://comoeumesintoquando.tumblr.com/post/33653255449/sou-professor


Aqui minhas reflexões depois de ver o post nessse blog....


AFS.



Interessante como diante da situação educacional brasileira. Da desordem e da deseducação, do fracasso escolar e do fracasso social em que vivemos, como o professor é a classe culpada direta ou discretamente.

Todos parabenizam, mas ninguém se joga, compra a briga, muda formas de conduta....

E cá ficamos nós, os tais que ensinam em sala de aula, em tempo curto, com cobranças, esquecimentos e desconsiderações....

Professor:

Classe incompreendida, mal remunerada, desprezada, acusada, largada, enfim, tudo conspira para que abandonemos esse ofício, assim que a oportunidade permitir.

Infelizmente não acredito que partidos políticos possam dar a esse país alguma melhora. Não tenho a fé em ideologias materialistas de alguns, nem que partidos ou pessoas carismáticas isoladas adoradas e isoladas possam resolver o problema que é de todos.

Tenho certeza absoluta que só a Educação poderá tirar os traços de barbárie que espocam por todo lado.

Mas como valorizar algo que não se tem? Como valorizar o discernimento numa sociedade em que a aparência e a perda de lucidez em sensações dominam ou predominam?

Como estimular em alunos que vem de famílias que são um caos, alunos cheios de problemas pessoais, que carregam dentro de si, ainda cedo, uma série de influências e vivências dolorosas e profundas?

Como estimular a essa massa ignara, a valorizar o esforço próprio e a dedicação se isso nem sempre vem com a remuneração desejada?

De repente, diante de duas pessoas que rapidamente observei de longe esta semana. Ricas, matadoras e fazedoras de votos... idosas, mas vitoriosas naquilo que o mundo tem de bárbaro, agressivo, rude, denso...

a gente se percebe: imaturo e ingênuo, sonhador e menino...diante dos tais fodões que dominam nosso mundo e ditam a ordem das coisas...

Muito inteligentes construíram a realidade de tal modo que há uma inversão de valores....

A pesquisa, a dedicação, o sentimento, a sinceridade são vistos como coisa de gente fora da realidade, sonhadores À luz do dia, rebeldes de causa perdida....
professor é um tecedor de sonhos...

Apesar Coréia do Sul, Noruega, Alemanha, Japão testemunharem minhas falas, não com teorias, mas são realidades....

Mas não vivemos lá, e aqui, na nossa sociedade terceiro-mundista, sociedade construída para a disputa, para subir pisando, olhando de cima, poderosos.... na forma que eu vejo: doentes....

da alma...

A barbárie que há na Costa de Marfim, como um amigo me contou domingo, há aqui, nos diversos nichos sociais em que vivemos ou sobrevivemos...

Em Ruanda, No Haiti, encontramos aqui....com nuances diferentes...

Pois aqui se sorri mais, o lúdico inebria e tira a percepção das coisas....
Não me excluo disso. Estou inserido no processo e por isso mesmo vejo o por quê de sermos tão lúdicos, tão apegados a aparência....

É uma forma suave de brutalidade, brutalidade da alma....
Encarcerados mentais, explosões emocionais, interesses pessoais, dinheiro, corrupção e "jeitinho"....

Não há espaço para sonhadores, amantes da vida, da paz e da generosidade....
De compartilhar saberes, de tecer conhecimento, de construir relações abertas, reflexivas, sem disputas....

Diante dessa onda tão grande, o professor com seus livros e textos, ideias e performances, sendo espoliado, injuriado, oprimido, xingado e explorado....

Acaba ele mesmo adotando para sua vida ações e atitudes que são ela mesmas detonadoras do mundo pelo qual sonha, paradoxos...

Mesmo no seu campo de trabalho a falta de valorização de seus superiores, a disputa entre pares...

reproduzindo o delírio neoliberal, da educação feita para ter lucros, dividendos, poderes....

não sei sabe, não sei....

Sei que canto essas coisas por aqui, que como diz minha amiga Kátia, ninguém lê, e talvez por isso me estendo e me estendo, para que os bárbaros não leiam e os tais fodões da vida, deem risadinhas de desprezo...

E lá se vai, mais um dia...

Anderson F. dos Santos.



                                                          

Nenhum comentário: