Total de visualizações de página

sexta-feira, 19 de julho de 2024

O Espiritismo não tem mistérios

Já se deu conta de sua conduta de obsessor?

 




O queixoso julgador está sempre a espera para diminuir, criticar destrutivamente, se promover as custas do outro. Ele, ao falar mal do outro se coloca como melhor, mais evoluído, mais isso, mais aquilo. Quem julga agredindo, fazendo coro contra o outro, não é amigo, não está fazendo bem, é apenas uma pessoa que usa os outros para se sentir melhor. Um vampirizador. Irradia antipatia para se alimentar do prazer de diminuir, é uma vampirização emocional. Se alimenta do antagonismo, da energia antagônica, dá risinhos, fala de canto, está sempre com o tacape nas costas esperando o outro cair. Pobre alma doente.
Antipatizando constantemente denuncia seu profundo estado patológico. Não caia na armadilha da pessoa que julga, detonando o tempo todo, quanto mais rápido ela busca ser d0ona da razão, menos ela olha para si mesma, e quem não olha para si mesmo, é incapaz de uma apreciação útil.
É cega da realidade de si e do mundo, daí sua necessidade de estar sempre com o tacão do julgamento ácido e nunca da compaixão, incapaz de uma apreciação por que a antipatia se tornou um hábito que a alimenta.
Um obsessor encarnado.

JESUS” NUNCA FALOU PARA ALGUÉM FICAR DORMINDO DEPOIS DA MORTE

 “JESUS” NUNCA FALOU PARA ALGUÉM FICAR DORMINDO DEPOIS DA MORTE, PORQUE “ELE” NUNCA NOS DEIXOU EM ESPÍRITO E VERDADE. ELE DISSE: "EU VIM PARA QUE TENHAM VIDA, VIDA EM ABUNDÂNCIA"...


"Há um terrível engano na informação que depois da “Desencarnação”, o Espírito fica “Dormindo”, esperando a volta de Jesus, que vai soar a “Trombeta” e julgar os “Vivos e os Mortos”, porque “Jesus” é o Governador do Orbe Terreno e nunca nos deixou em Espírito e Verdade. Se observar bem, Ele está aí ao seu lado e ao lado de todos que acreditam na sua extrema Bondade e Misericórdia. Se não acredita nisso, por que rezar pedindo ajuda a Ele? Milhares de Irmãos que estavam “Dormindo”, são Socorridos nos Trabalhos Mediúnicos do nosso Grupo Socorrista Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça Ribeiro, completamente inconsciente, em verdadeiro estado de paralisia cerebral, fato que dificulta extremamente o “Despertamento”.

Não existe um “Tribunal” para julgar nós “Seres Humanos”, Encarnados e Desencarnados, pelas nossas misérias humanas, pois Deus sabe do nosso atraso Espiritual e sempre nos dá novas oportunidades, através da maravilhosa “Lei da Reencarnação”, que sempre dá: “A cada um, segundo suas próprias Obras”, que é o mesmo: “A cada um, segundo seu próprio Merecimento”. O Verdadeiro Juiz, somos nós mesmos, que somos julgados, todos os dias, através da nossa “Consciência”, recebendo dela o “Veredito” de acordo com a extensão dos “Débitos”. 

Por exemplo, se tiramos a vida de um Irmão, através de um tiro de revólver, assim que tomarmos “Consciência” do nosso delito, nós mesmos nos condenamos e pedimos para Reencarnarmos sem o Braço, para não tiramos novamente a Vida de um Irmão. Se fomos “Alcoólatra”, pedimos para vir com enormes problemas de Saúde, fato comprovado, todos os dias, através de milhares de crianças que Reencarnam com “Cirrose Hepática”.

Diz a doutrina espírita que, depois da morte, há uma nova vida: esta é uma jornada certa e cheia de revelações para os espíritos desencarnados. Agora, descubra mais sobre o lado de lá. Há quem diga que a morte é a única certeza que temos na vida. Para os adeptos do espiritismo, no entanto, há uma certeza ainda mais significativa: o fato de que, depois da morte do corpo físico, o espírito se liberta, tornando-se consciente e verdadeiramente vivo.

Mas, afinal, como é essa tal de vida espiritual? Para onde vamos, o que fazemos, com o que nos preocupamos quando chegamos ao lado de lá? Segundo os kardecistas, há várias respostas possíveis.

Após a morte, os caminhos de cada um se abrem conforme diferentes circunstâncias, desde a forma como morremos até a maneira como agimos na Terra.

Uma coisa é certa: cada ser une-se a outros que possuem o mesmo padrão vibratório de pensamento. Assim, todos têm possibilidade de desenvolver-se ao lado de seus semelhantes, como em uma escola, até que estejam aptos a alcançar níveis superiores da espiritualidade.

Recém-chegados. Como o espírito é totalmente ligado ao pensamento, a consciência da vida após a morte não é a mesma para todos. 

Seja por desconhecimento do mundo espiritual ou, simplesmente, porque sofreram morte repentina, muitos recém-chegados nem sequer têm noção de que desencarnaram. Em casos assim, é muito comum manter o indivíduo dormindo enquanto ele é preparado, por espíritos socorristas, para receber e entender a notícia da morte sem grandes choques.

Segundo os ensinamentos de Allan Kardec, há também os casos de pessoas que morrem por problemas de saúde ou acidentes violentos e, ao chegar do outro lado, acabam indo para verdadeiros hospitais, a fim de que se recuperem completamente da doença. 

“Quem desencarna doente continua o tratamento no mundo espiritual até estar curado”, explica Regina Helena Tuma Carlini, uma das diretoras da Federação Espírita do Estado de São Paulo.

Os socorristas, segundo Regina, podem ser espíritos próximos, como parentes desencarnados há mais tempo, grandes amigos e, também, aqueles que já trabalhavam no auxílio ao próximo na vida terrena, como médicos e enfermeiros que já passaram pela aprendizagem do outro lado da vida, evoluíram e, agora, podem auxiliar os que chegam."





 



                            Mergulhe no meio das coisas,

suje as mãos,
caia de joelhos
e só então procure alcançar as estrelas.

John L. Curcio



 





Que as forças Divinas que comandam a natureza limpem tudo!!!!
Limpem nossa mente. Limpem formas pensamentos. Limpem emoções dispensáveis.
Que a luz divina encha nossa casa de paz e bênçãos.
Que as Forças gloriosas de Deus limpe toda a nossa casa.
Que só o bem permaneça.
Tudo que não for amor seja levado pela força dos ventos espirituais. Que aqueles seres que trabalham com os ventos divinos limpem toda sujeira psíquica, dentro e fora de nós.
Que nosso coração espiritual, centro divino do sentimento, irradie benção e luz em todas as direções.
Que as Forças da Natureza, Natureza que está em harmonia com Deus, com o Sagrado, com o Divino, Absoluto, Transcendental rompa toda dificuldade, toda amarração, todo assédio. Que o AMor vibre dentro de nós.
Que àqueles que conhecem e coordenam os caminhos da luz, nos conectem com todos os neófitos do caminho!!!
Que todos os seres, de todos os mundos, sejam felizes!!!
Que àqueles que outrora tiveram a sabedoria do manejo dos elementos, olhem para nós agora e nos inspirem!!!
Que as forças vivas, os elementos água, terra, ar e fogo purifiquem nosso inconscientes, livrando-nos da barbárie ancestral, dos autoassédios e das obsessões internas e externas!!!
Pela lei das afinidades todos os que manejam os elementos, suas forças a serviço da Luz inspirem-nos para que entremos em sintonia com o Cosmos.
QUE o Criador, a causa primária, absoluta, eterna, o sol eterno do Amor nos coloque em sintonia com as forças da natureza, seus raios e inspiração trazendo-nos a libertação do passado negativo: culpas, dependências, angústias, orgulhos, egoísmos, apegos, medos, paixões, depressões, baixa-estima, doença, e desorganização, JÁ!!!!
Tudo é AMor. Agora é Amor. Você é AMor.

"Você tem certeza que quer encarnar na Terra?"

 



"Você tem certeza que quer encarnar na Terra?"

- Totalmente. A decisão é tomada.

- "Você está ciente dos desafios que enfrentará?"
- Eu nunca encarnei naquele planeta antes, então não sei o que realmente significam os conceitos de "medo", "dor", "solidão" ou "tristeza". Talvez o que mais me preocupa seja o da "morte" ... Não entendo a idéia de deixar de existir para sempre: isso é impossível, mas os humanos acreditam que é assim. Seja como for, minha alma quer "descer" e experimentar tudo isso, trazer minha luz e contribuir com meu ser para a mudança de consciência.

- Quando você está lá embaixo, limitado pelo corpo físico e se perguntando o que faz naquele lugar, "entenderá" ... Desse estado de consciência, você não pode nem intuir o que significa experimentar densidade e limitação.
- "Eu assumo o desafio ...

- Então, se essa é a sua vontade, só posso lhe desejar uma feliz viagem pelo mundo tridimensional e lembrá-lo de que estaremos com você, a partir desta dimensão, observando e guiando você. Se você conseguir abrir o seu coração o suficiente, uma tarefa que não é nada simples, você será capaz de "ouvir" e perceber nossos sinais.
- "E qual é a melhor maneira de abrir o coração?"

- "Preste atenção nele." Escute sua voz interior. Deixe-se ir e deixe ir a resistência de que as coisas na Terra não são como você deseja ... Aceite, em resumo, como você é. Somente dessa maneira você pode aceitar os outros e honrar o aprendizado deles. A paz e o amor que surgirão em você como resultado dessa aceitação automaticamente o colocarão em "contato" conosco.
- "Ok, eu vou manter isso em mente."

- "Não, meu amigo ... você vai esquecer." São as regras. Você terá que se lembrar disso na medida que seu corpo físico, já contaminado com julgamentos, apegos e crenças negativas, cresce e se torna adulto. A luz da sua alma deve emergir através das trevas do medo, desconfiança e incompreensão. Confie, nosso amado: temos certeza de que você será capaz de alcançá-lo.

- O que é isso?
- "É a barriga da sua mãe terrena." E aquele pequeno embrião com membros que você pode ver por dentro é o corpo físico no qual você encarnará. Boa viagem, alma das estrelas!

Guido Antonio Barreto


 

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Anna Blackwell defende Kardec e a reencarnação perante as acusações de Aksakof

 Anna Blackwell

Conforme publicação no blog de Vital Cruvinel, o pesquisador Alexander Aksakof publicou artigo que traz duras críticas a obra e a pessoa de Kardec, o que não poderia ter ficado sem resposta dado o seu teor agressivo. E não ficou!

Passados alguns dias da publicação deste artigo, Anna Blackwell, que traduziu o Livro dos Espíritos para o Inglês, publicou na mesma revista The Spiritualist a sua resposta. Esta também está reproduzida no jornal eletrônico Psypioneer (edição de fevereiro de 2009).

 Vejamos a tradução disponibilizada no blog:

Excelentíssimo senhor, ocupada como eu sou, devo pedir-lhe que me permita oferecer algumas observações em referência ao artigo do senhor Aksakof no número do The Spiritualist que acabo de receber.


Por mais que a opinião do senhor Aksakof seja contrária, a maioria de seus leitores certamente irá concordar comigo que "o ponto essencial da crítica de qualquer livro" é saber o que o livro contém, e examinar seus pontos de vista, argumentos e conclusões. Se o senhor Aksakof tivesse feito isso em relação às obras de Allan Kardec, ele poderia ter se poupado do trabalho de escrever seu artigo; pois ele teria visto primeiro, que, invariavelmente, Allan Kardec define sua obra como tendo sido o estabelecimento de uma forma coerente e sistemática das observações que foram realizadas, mais ou menos vagamente, por eminentes pensadores de todas as épocas desde a mais remota antiguidade até os dias atuais, mas que tem sido estabelecida de forma mais completa, clara, e consistente, através da instrumentalidade dos médiuns modernos. Em segundo lugar, que, longe de "apresentar a Reencarnação como um dogma", ele sempre a trata como uma questão a ser resolvida exclusivamente pelo argumento e pela razão. Em terceiro lugar (e isto me leva à essência do referido artigo), que ele repete, mais de uma vez, que todos os seus livros foram compilados por ele a partir das comunicações simultâneas dos médiuns em todas as partes do mundo. Agora, é evidente que, sendo este o caso, era impossível para Allan Kardec citar os nomes de todos os médiuns cujas comunicações foram usadas na compilação dos livros; e ele decidiu (aliás, a pedido de muitos deles) não citar o nome de nenhum deles. O senhor Aksakof está mal informado em relação ao início e à primeira aparição de O Livro dos Espíritos; pode ser visto no prefácio, onde eu apresento as declarações que me foram dadas sobre o assunto pela esposa de Allan Kardec, e por seus amigos mais íntimos, bem como os resultados do meu conhecimento pessoal sobre ele. É possível que alguns trechos do conteúdo adicional introduzido na "edição revista" (que permaneceu como a forma definitiva de O Livro dos Espíritos) podem ter sido obtidos pelos dois médiuns cujas declarações do senhor Aksakof teriam recebido por regra; mas eles não devem ter tido nenhuma participação na primeira produção da obra que esse senhor atribui a eles. E a sugestão de que "os espíritas tenham enterrado vivos estes dois médiuns", como a fábula que coloca Allan Kardec como integrante do L'Univers, é muito absurda para uma refutação séria.


A afirmação do senhor Aksakof de que "as manifestações físicas são sempre contrárias à reencarnação" é desmentida pelos fatos. No meu caso, as indicações relativas às minhas existências passadas me foram dadas através de vários dos nossos melhores médiuns de efeitos físicos e, em alguns casos, não aceito por eles (como uma vez, pelo senhor Home, em transe), em outros (como no da jovem senhora Marshall), para sua grande surpresa; e um imenso número de pessoas poderiam testemunhar experiências semelhantes. Além disso, "John King", como já salientei no Espiritualismo e Espiritismo, tem afirmado repetidamente que ele viveu na terra nos reinados da rainha Elizabeth e de Charles II; e sua filha "Katie" fez, você vai se lembrar, uma conjectura semelhante, ao príncipe Emile de Sayn-Wittgenstein, de estar ligada a ele em uma de suas encarnações anteriores. O último número do The Medium também contém uma consideração extremamente interessante, da afirmação de suas reencarnações pelo "espírito materializado" de "Thomas Ronalds", e isso em um grupo de assistentes que não parece ser favorável à doutrina da pluralidade de nossas existências terrestres, das quais, no entanto, abundante confirmação de um caráter semelhante sem dúvida está por vir tão logo este ramo da arte da manifestação se torne comum entre os povos do mundo espiritual.


Quanto à acusação de que o jovem médium francês, Camille Brédif, agora fazendo um bom serviço na Rússia, não foi mencionado na Revista Espírita, o senhor Aksakof parece não ter consciência do fato de que a atual fase de Camille na mediunidade, como a do coitado do Firman, só foi desenvolvida no ano passado e, como conseqüência direta da visita do senhor Williams a Paris; antes desta visita a influência que torna a "materialização" possível, não parece ter atravessado o Canal da Mancha, e a mediunidade de Camille produziu apenas raps, com o movimento de objetos em sessões escuras, que não se pode dizer que tenha feito muito para convencer os céticos.


Igualmente infeliz é a afirmação do senhor Aksakof de que Allan Kardec tenha "ignorado" o senhor Home e as manifestações obtidas por seu intermédio; se ele tivesse lido O Livro dos Médiuns, ele teria visto que elas são tratadas neste trabalho.


O senhor Aksakof diz que Pezzani e Cahagnet acolheram a doutrina da reencarnação antes de Allan Kardec; mas por que é que ele se refere apenas a esses dois? No The Testimony of the Ages eu tenho dado uma lista "tão extensa quanto o meu braço" de modernos escritores que têm, como "precursores", preparado o caminho para a completa apresentação da lei de nossas existências sucessivas de que Allan Kardec foi destinado a elucidar mostrando, não mais como uma simples idéia filosófica, mas como parte integrante do plano geral da Providência para todos os tempos, mundos, e reinos. O trabalho específico de Allan Kardec, como ele mesmo define, é o de um comparador, conferidor, compilador; mas, não obstante, apresenta, na sua totalidade, um conjunto filosófico, que é reconhecido como novo, original, único por todos os que tomaram o trabalho de verificar por si mesmos o que realmente é.


O senhor Aksakof conclui seu artigo comentando, muito verdadeiramente, que é "mesmo necessário ressaltar que tudo que ele afirmou não afeta a questão da reencarnação considerada por seus próprios méritos"; para cuja admissão acrescento que o problema em questão, levantado pelos livros que estou me dedicando em trazer ao alcance do mundo de fala inglesa, acabará por ser resolvido, única e exclusivamente, pelos seus próprios méritos, apesar de todos os esforços dos seus adversários em tirar o foco da questão, ignorando o próprio conteúdo desses livros, e substituindo a análise desapaixonada da sua argumentação pelo descrédito desprovido de provas, e pela repetição de afirmações infundadas ou distorcidas não tendo nada a ver com a questão em causa, inicialmente vindos à tona pela inveja e ciúme, e que foram tratados por Allan Kardec, durante a sua vida, com a magnanimidade do silencioso desprezo.


Anna Blackwell.


Wimille, Pas de Calais, 15 de julho de 1875


Fonte:

http://decodificando-livro-espiritos.blogspot.com.br/2010/04/uma-controversia-com-anna-blackwell.html


Pesquisa derruba teses acerca das adulterações das obras de Kardec

 Pesquisa derruba teses acerca das adulterações das obras de Kardec


por Orson Peter Carrara


Entrevista


Orson Peter Carrara entrevista o pesquisador Carlos Seth Bastos


Natural de São José dos Campos e residente em Jacareí, ambos municípios do interior paulista, Carlos Seth Bastos (foto) tem formação em Engenharia eletrônica, está aposentado e preside o Centro Espírita Amor a Jesus, em sua cidade. Entrevistamo-lo sobre as pesquisas históricas especialmente relacionadas com as polêmicas acerca das adulterações das obras de Kardec.


Como se tornou espírita? 


Buscando ajuda para um problema familiar.


O que mais lhe chama atenção no pensamento espírita? 


A lógica filosófica.


De onde lhe veio o interesse pela pesquisa histórica? 


Ao longo destes mais de 30 anos como espírita, depois de muito estudar Allan Kardec e André Luiz, resolvi fazer uma análise crítica dos estudos científicos dedicados às questões espíritas, por exemplo, as experiências de quase morte, as experiências fora do corpo, a precisão mediúnica, as marcas de nascença como evidências reencarnatórias etc., mas infelizmente a quantidade de estudos e os resultados encontrados não eram muito relevantes, mostrando que ainda se levará um bom tempo para que convirjam à prova dos fundamentos espíritas. Neste processo de análise acabei por incorporar o método hipotético-dedutivo, isto é, o método científico, a muitas das futuras pesquisas históricas. Como muito pouco se sabia sobre os médiuns utilizados por Kardec, resolvi então concentrar os esforços para enriquecer a historiografia espírita. Estas pesquisas acabaram desdobrando-se também para o período pré-Kardec, e para o pós-Kardec, cobrindo pouco mais de 100 anos, de 1804 até 1905.


De suas pesquisas acerca das chamadas adulterações de obras básicas, podemos afirmar que o próprio Kardec fez alterações que depois foram confundidas com adulterações?


Exatamente! A confusão surgiu por uma suposição formulada em função da indisponibilidade de uma edição específica da Gênese, que teria de ser analisada para completar a pesquisa. Explico melhor. Quando a autora de “O Legado de Allan Kardec”, Simoni Privato, investigou a questão, ela se deparou com um documento relevante - a Declaração de Impressão de fevereiro de 1869. Por ela soubemos que, cerca de um mês antes de Kardec falecer, a tipografia registrou, em seu nome, um aviso para o governo francês de que iria imprimir dois mil exemplares de A Gênese. Privato também demonstrou que a 4ª edição da obra foi publicada ainda em 1868 e a 5ª somente em 1872. Logo, que edição saiu em 1869, cumprindo o último pedido autorizado por Kardec? Ela não informou no livro, já que não localizou nenhuma edição daquele ano. E sem ter acesso a esta edição faltante, sua investigação permanecia inconclusiva.


Uma publicação póstuma se torna adulteração somente se restar comprovado que a atualização não foi feita pelo autor. Esse foi o caso que Privato procurou demonstrar ter ocorrido. Na impossibilidade de folhear a edição de 1869 e checar seu conteúdo, ela desenvolveu uma interpretação jurídica. Observando que um registro previsto em lei estava ausente - o Depósito Legal - ela supôs que este deveria ser feito somente se o conteúdo da obra tivesse sofrido alteração. Dizemos "supôs" porque o Decreto Imperial de dezembro de 1810 (legislação apresentada no seu livro) cita a necessidade do registro, mas não indica restrição a casos específicos, e Privato também não informou em qual artigo e em qual outra lei francesa consta o que ela afirmou (sabemos que essa regra é a definida para o Depósito Legal no Brasil, segundo a lei vigente hoje).


Foi essa suposição, somada aos documentos por ela encontrados, que levou Privato à conclusão pela adulteração. Para ela, a falta desse registro indicaria que os exemplares da edição desconhecida de 1869 teriam necessariamente o mesmo conteúdo da quarta e, por isso, Kardec não teria publicado nem autorizado a publicação do conteúdo atualizado.  Sendo baseada numa suposição, a pesquisa de Privato nunca chegou de fato a ser conclusiva, embora alguns a tenham adotado como verdade incontestável.


Que elementos novos você trouxe para elucidar a questão?


A edição de A Gênese, publicada em 1869, peça que faltava para completar essa história, foi encontrada, em fevereiro de 2020, numa biblioteca na Suíça. De posse desse exemplar, pudemos conhecer e analisar a última edição autorizada por Kardec, da mesma forma que Privato analisou as demais. Trata-se da 1ª impressão da 5ª edição. A constatação de que seu conteúdo é idêntico ao da 5ª edição de 1872 é a primeira demonstração que contraria a suposição de Privato e, portanto, a tese concluída a partir dela.


Ainda assim, a confusão entre alteração e adulteração persistiu, decorrente de alguns pesquisadores terem assumido que a Declaração de Impressão de Fevereiro de 1869 seria o pedido da 4ª edição e, por consequência, esta edição seria de 1869. Esse é o mesmo argumento usado para desqualificar a 5ª edição de 1869 e considerá-la clandestina, já que esta não teria sequer Declaração de Impressão. A proposta desta linha de pesquisa discorda do demonstrado por Privato de que a 4ª edição de A Gênese é de 1868 e da ausência de informação da edição correspondente ao último pedido de impressão, sem comprovar por que eles estariam certos e ela equivocada, caindo, portanto, no terreno da suposição.


Não nos furtamos à análise jurídica para verificar se a suposição de Privato sobre o Depósito Legal tinha ou não fundamento. Consultamos todas as alterações ao Decreto Imperial de 1810 e localizamos, no artigo 14 da lei de 21 de outubro de 1814, que o registro do Depósito Legal da edição era obrigatório para todas as Declarações de Impressão, mesmo que seu conteúdo fosse igual ao depositado anteriormente (e foi o que observamos em registros de diversas edições idênticas de outras obras de Kardec). Assim, a suposição de Privato se mostrou infundada. O que ela de fato descobriu foi que a tipografia descumpriu a lei. O debate sobre a edição de 1869 poder ou não ser comercializada, segundo a legislação da época, não influencia na identificação do autor das alterações, que é o foco da nossa pesquisa.


Aliadas a essas demonstrações, diversas fontes diretas, baseadas em documentos históricos, não deixam quaisquer dúvidas sobre a autoria de Kardec. Por exemplo, numa carta de setembro de 1868 ele deixa claro que já tinha feito as alterações na 5ª edição de A Gênese e que 50% da obra já estava impressa, a fim de passar por revisão [1]. Como reforço, faltava encontrar outros elementos que corroborassem esta declaração do próprio Kardec. Foi o que fizemos, encontrando mais de 20 provas, algumas circunstanciais, outras bastante robustas.


O mesmo aconteceu com a tese de adulteração da 4ª edição de O Céu e o Inferno, que identificamos não ter fundamento, já que esta edição foi impressa em fevereiro de 1869, com Kardec em vida, e publicada cerca de quatro meses depois.


Como foram localizados esses documentos? 


Localizamos várias fontes, entre manuscritos e impressos, de diferentes origens. Descreveremos aqui como encontramos as mais relevantes. A primeira, como já dissemos, é a própria edição de 1869 relativa à 5ª edição de A Gênese, que foi localizada na biblioteca da Universidade de Neuchâtel, na Suíça, graças a uma busca no WorldCat, considerado o maior catálogo digital do mundo. Uma vez localizada a obra, entramos em contato com o bibliotecário e finalmente obtivemos uma cópia digitalizada dela. A segunda fonte é a Declaração de Impressão de fevereiro de 1869, que é um documento apresentado pela tipografia ao governo, mostrando a intenção de começar a impressão em série de determinada obra, encontrada por Simoni Privato nos Arquivos Nacionais da França. Uma terceira prova é um inventário da Livraria Espírita de 1873, encontrado na Livraria Leymarie e adquirido pelo Museu AKOL. Nele vemos descrito que a 5ª e 6ª edições de A Gênese são de 1869 e a 4ª edição de O Céu e o Inferno foi impressa em fevereiro de 1869, portanto com Kardec ainda vivo. Este inventário é referido na ata da Assembleia Geral Ordinária de 1873 da Sociedade Anônima, assinada por Amélie Boudet, pelo Conselho Fiscal, e por Leymarie, pela administração. Os originais, disponíveis nos Arquivos Municipais de Paris, foram achados pelo colega Charles Kempf. A carta de setembro de 1868, na caligrafia de Kardec, pertence ao acervo de Canuto Abreu, de posse da FEAL. As atualizações da legislação de impressão da França, no século XIX, foram identificadas no Google Books. Manuscritos de diálogos entre Kardec e espíritos sobre A Gênese pertencem ao Museu AKOL.


Para os interessados em conhecer tais documentos históricos, onde procurar? 


Para quem quiser tocar os documentos originais será preciso viajar até Neuchâtel e Paris, e ainda entrar em contato com o Museu AKOL e a FEAL. Para os que se satisfazem com cópias digitalizadas, todas elas estão disponíveis, junto com a nossa pesquisa, em várias mídias, por exemplo:


Nas redes sociais: link-1 (buscar na lupa por #AG e #OCEOI) ou youtube.com (buscar por "Investigação: O caso A Gênese", “As obras de Kardec foram adulteradas?”, “A Gênese e as novas descobertas” etc.);


No Museu AKOL: allankardec.online (buscar por “Em respeito a Kardec, A Gênese investigada”);


No Jornal de Estudos Espíritas: link-2.



O que foi mais expressivo para a pesquisa em sua busca? E agora, com os documentos catalogados, o que é mais marcante?  


Até hoje, quase dois anos depois de iniciada a pesquisa, grande parte dos que tomaram conhecimento da tese da adulteração a desconhece totalmente, deixando-se levar por suposições carentes de fundamentos. Observamos também que uma parte do movimento espírita não está a par de que A Gênese foi atualizada, nem da suspeita de adulteração. Com isso, pessoas podem ter adquirido, sem saber, a tradução da 1ª edição de A Gênese, publicada por algumas editoras no Brasil e, caso não leiam a apresentação dos editores, não saberão que fizeram a escolha de desconsiderar a atualização da obra. Podem, inclusive, surpreender-se ao descobrir, em um grupo de estudo, que seu exemplar é diferente dos demais, que foi o que aconteceu com Carlos de Brito Imbassahy no início do século XXI, fato que o levou a acusar indevidamente Guillon Ribeiro de ter adulterado a tradução brasileira da obra.


De suas lembranças em todo esse trabalho, qual a mais emocionante? 


Evidentemente foi o e-mail recebido do bibliotecário com as cópias das páginas que havia solicitado, e que eram a referência para termos certeza de que o livro encontrado em Neuchâtel correspondia à 5ª edição de A Gênese, embora datada de 1869, quando na época, em fevereiro de 2020, todos ainda acreditavam que tal edição seria de 1872.


Algo mais que gostaria de acrescentar? 


Temos que reconhecer que todos podemos ter hoje opiniões, mas a história se faz com fatos e documentos, que é o que chamamos de fontes diretas ou fontes primárias. Não nos vinculamos a nenhuma federativa, portanto nossa independência nos permite prospectar sem qualquer viés a favor ou contra determinada hipótese. Simplesmente pesquisamos e publicitamos as informações que daí emergem. Chegamos a calcular a probabilidade de uma adulteração hipotética em menos de 1,6%, pois um improvável adulterador teria que ter obtido uma cópia do texto atualizado por Kardec (para ser adulterado por ele), ter tempo para escrever suas mudanças, convencer a tipografia a alterar os caracteres móveis da nova edição, reimprimir o que já estava impresso, convencer o profissional da estereotipia a refazer as matrizes (que já haviam sido feitas e pagas por Kardec), ter dinheiro para cobrir todos esses custos e agir sem ser descoberto por Amélie e demais espíritas próximos a Kardec, nem ser delatado pelos profissionais envolvidos, ou seja, praticar um crime perfeito.


Suas palavras finais. 


Se já não nos consideramos mais necessitados ou doentes, como muitos que no início procuramos a ajuda do Espiritismo, seria bom buscarmos entender a evolução do pensamento de Kardec através da revisão, correção e ampliação das suas obras, feitas por ele mesmo. O conhecimento da História do Espiritismo é um importante auxiliar neste entendimento, pois compreendemos melhor as motivações, o contexto e os personagens envolvidos, mas tudo fundamentado na ciência e não em evidências temporais recortadas para a adequação às hipóteses de cada um.



[1] Carta de Kardec sobre A Gênese: uma análise de fonte primária, por Adair Ribeiro, Carlos Seth Bastos e Luciana Farias: para acessar, clique em link-3

kARDEC CONFIRMA ANDRÉ LUIZ SOBRE O SOFRIMENTO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO ESPIRITUAL

 No seu "O céu e o inferno", após desconstruir a ideia de inferno no capítulo IV, afirma sobre o purgatório:

"O espiritismo não nega, pois, antes confirma, a penalidade futura. O que ele destrói é o inferno localizado com suas fornalhas e penas irremissíveis. Não nega, outrossim, o purgatório, pois prova que nele nos achamos."... (p. 65)

Certamente, Kardec não subscreve a ideia de purgatório, assim como não subscreve a ideia de anjos. Ele apenas diz que os princípios dessas ideias são coerentes com o pensamento espírita. Ao ler essa passagem, à qual remeto o leitor, perguntei-me: Ele se refere apenas ao sofrimento das pessoas encarnadas ou também ao purgatório como condição de sofrimento das pessoas desencarnadas? No mesmo texto, mais à frente se lê:

"Seja qual for a duração do castigo, na vida espiritual ou na Terra, onde que que se verifique, tem sempre um termo, próximo ou remoto."

O mestre francês está preocupado com a tese da justiça divina, e não com a descrição dos sofrimentos nesse capítulo, por isso critica diversas vezes a "irremissibilidade dos erros". 

Ele ainda retorna à questão da circunscrição do espaço do "purgatório", e diz que:

"... eis por que mais naturalmente se aplica à Terra do que ao Espaço infinito onde erram os Espíritos sofredores" (p. 66)


Note o leitor que ele associa o conceito ao sofrimento, e por isso o amplia. Há muito sofrimento na Terra entre os encarnados, assim como existe sofrimento moral (ou psicológico) entre os desencarnados. Kardec não exclui o conceito de purgatório do "Espaço infinito", apenas o aproxima do sofrimento dos Espíritos encarnados.


Outra diferença entre o pensamento de Kardec e a tradição medieval cristã, é que o sofrimento não é o fim da inferioridade humana, mas meio, através do qual o Espírito pode conscientizar-se e empreender a reparação dos seus erros. 


"Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências" (p. 93)


Outro ponto pouco conhecido,  no mesmo livro, é o capítulo IV, que trata dos espíritos sofredores. Allan Kardec publica um ditado do espírito Georges, que explica como ficam os espíritos endurecidos e maus após a morte. Destaquei o seguinte parágrafo:


"Não elevam o olhar às moradas dos Espíritos elevados, consideram o que os cerca e, então, compreendendo o abatimento dos Espíritos fracos e punidos, se agarrarão a eles como a uma presa, utilizando-se da lembrança de suas faltas passadas, que eles põem continuamente em ação pelos seus gestos ridículos" (p. 263)


Essa é uma descrição de Georges sobre o mundo espiritual, no parágrafo posterior ele trata da ação desses espíritos na Terra, e trata da ação espiritual entre os homens.


Allan Kardec continua seu trabalho, identificando essa instrução nos relatos de espíritos em sofrimento.


Novel (p. 265-266), descreve sua perseguição pelos maus Espíritos no plano espiritual.


O Espírito de um boêmio (p. 269-270) segue com a influência da matéria no além túmulo, "sem que a morte lhes ponha termo aos apetites que a sua vista ... procura em vão os meios de os saciar."


O príncipe Ouran (p. 275) explica que "liberto da matéria, o sentimento moral aumentou-se, para mim, de tudo quanto as cruéis sensações físicas tinham de horrível".


Ferdinand Bertin (p. 279) assim descreve sua situação no mundo espiritual:


"Estou num medonho abismo! Auxilia-me... Oh! Meu Deus! Quem me tirará desse abismo?" E ele se sente ainda colhido pelo mar, onde faleceu. 


Claire, descreve sua experiência no mundo espiritual: "Também eu posso responder à pergunta relativa às trevas, pois vaguei e sofri por muito tempo nesses limbos onde tudo é soluço e misérias. Sim, existem as trevas visíveis de que fala a Escritura, e os desgraçados que deixam a vida, ignorantes ou culpados,  depois das provações terrenas são impelidos à fria região, inconscientes de si mesmos e do seu destino.


Palmyre (p. 306-308), que suicidou-se juntamente com o Sr. D., seu amante, ao descrever sua vida após a morte refere-se aos Espíritos que estão com ela no mundo espiritual, e diz que ouve "risos infernais e vozes horrendas que bradam: sempre assim!"


Se continuarmos a pesquisa, com certeza teremos mais elementos sobre as relações entre os Espíritos no mundo espiritual na obra de Kardec. 


Este tipo de descrição da interação e das relações entre Espíritos inferiores ou superiores no mundo espiritual foi realizado também por médiuns brasileiros, como Francisco Cândido Xavier, Yvonne do Amaral Pereira, Divaldo Pereira Franco e também através da série Histórias que os espíritos contaram, escrita pelo estudioso Hermínio C. Miranda. 


Jader Sampaio

Chico fala sobre o surgimento das obras de André Luiz

O SURGIMENTO E A VIBRAÇÃO DAS OBRAS DE ANDRÉ LUIZ

¨¨¨¨¨¨

 “Noto, contudo, que Emmanuel, desde fins de 1941, se dedica, afetuosamente, aos trabalhos de André Luiz. Por essa época, disse-me ele a propósito de “algumas autoridades espirituais” que estavam desejosas de algo lançar em nosso meio, com objetivos de despertamento.

Falou-me que projetavam trazer páginas que nos dessem a conhecer aspectos da vida que nos espera no “outro lado”, e, desde então, onde me concentrasse, via sempre aquele “cavalheiro espiritual”, que depois se revelou por André Luiz, ao lado de Emmanuel. Assim decorreram quase dois anos, antes do “Nosso Lar”.

“(…) Desde então, vejo que o esforço de Emmanuel e de outros amigos nossos concentrou-se nele, acreditando, intimamente, que André Luiz está representando um círculo talvez vasto de entidades superiores. Assim digo porque quando estava psicografando o “Missionários da Luz”, houve um dia em que o trabalho se interrompeu.

Levou vários dias parado. Depois, informou-me Emmanuel, quando o trabalho teve reinício, que haviam sido realizadas algumas reuniões para o exame de certas teses que André Luiz deveria ou poderia apresentar ou não no livro. Em psicografando o capítulo Reencarnação, do mesmo trabalho, por mais de uma vez, vi Emmanuel e Bezerra de Menezes, associados ao autor, fiscalizando ou amparando o trabalho.”

“(…) A luz que, por vezes, me rodeia me amedronta. Vejo, ouço, e me movimento, no círculo destes trabalhos, mas, podes, crer, vivo sempre com a angústia de quem se sente indigno e incapaz. Cada dia que passa, mais observo que a luz é luz e que a minha sombra é sombra. Reconhecendo a minha indigência, tenho medo de tantas responsabilidades e rogo a Jesus me socorra.”

Fragmentos de carta de Chico Xavier a Wantuil de Freitas em 1946.

 Do livro “Testemunhos de Chico Xavier” de Suely Caldas Schubert.


As diversas reencarnações de Chico Xavier

No livro “Chico, Diálogos e Recordações”, o autor Carlos Alberto Braga realiza um trabalho sério e dedicado por quatro anos com Arnaldo Rocha, que teve quase 50 anos de convivência com Chico Xavier. 
Arnaldo revelou uma série de reencarnações de si mesmo e de “Nossa Alma Querida”, como se refere a Chico. Arnaldo Rocha foi o doutrinador de um grupo de desobsessão que Chico Xavier participava. O nome era “Grupo Coração Aberto”, onde muitas revelações sobre vidas passadas na história planetária foram reveladas.
 O resultado do trabalho pode ser parcialmente visto nos livros “Instruções Psicofônicas” e “Vozes do Grande Além”. 
Dentre várias encarnações de Francisco Cândido Xavier, algumas já foram elucidadas:

 Hatshepsut (Egito) (aproximadamente de 1490 AC a 1450 AC) 

 Era uma farani – feminino de faraó – que herdou o trono egípcio em função da morte do irmão. A regência dela foi muito importante para o Egito, já que suspendeu os processos bélicos e de expansão territorial. Trouxe ao povo um pensamento intrínseco e mais religioso. Viveu numa época em que surgiram as escritas nos papiros, o livro dos mortos. Hatshepsut foi muito respeitada e admirada pelo povo egípcio. Obesa e diabética, com câncer nos ossos, desencarnou em torno dos 40 anos, por causa de uma infecção generalizada. Hatshepsut foi a primeira faraó (mulher) da história. Governou o Egito sozinha por 22 anos, na época o Estado era um dos mais ricos.

 Chams (Egito) (por volta de 800 AC) 

 Rainha do Egito durante o império babilônico de Cemirames. Vários amigos de Chico Xavier também estavam encarnados na época, como Camilo Chaves, o próprio Arnaldo Rocha e Emmanuel, que era sacerdote e professor de Chams. 

 Sacerdotisa (Delphos-Grécia) (cerca de 600 AC) Não se tem registros de qual o nome Chico Xavier recebeu nesta encarnação. Ela se tornou sacerdotisa por causa do tio (Emmanuel reencarnado), que a encaminhou para a sacerdotisação. 

 Lucina (Roma-Itália) (aproximadamente 60 AC) Lucina era casada com o general romano chamado Tito Livonio (Arnaldo Rocha reencarnado), nos tempos da revolução de Catilina. Nesta jornada, Lucina teve como pai Publius Cornelius Lentulus Sura, senador romano, avô de Publius Cornelius Lentulus (Emmanuel). 

 Flavia Cornélia (Roma-Itália) (de 26 DC a 79 DC) Nesta encarnação, Chico Xavier era filha do senador romano Publius Cornelius Lentulus (Emmanuel). Arnaldo Rocha confidenciou que quando Chico se lembrava da reencarnação de Flavia sentia muitas dores, porque ela teve hanseníase. Também se percebia um forte odor que se exalava. 

 Lívia (Ciprus, Massilia, Lugdunm e Neapolis) (de 233 DC a 256 DC) Foi abandonada numa estrada e achada por um escravo, que trabalhava como afinador de instrumento, e tinha o nome de Basílio (Emmanuel reencarnado).

 Ele a adota e coloca o nome de Lívia – ler Ave Cristo. Nesta ocasião, Arnaldo Rocha era Taciano, um homem casado que tinha uma filha chamada Blandina (Meimei reencarnada).

 Certa vez, os três se encontraram e Taciano chegou a propor uma relação conjugal com Lívia, que era casada com Marcelo Volusian. Quando a proposta foi feita, Lívia alertou que todos tinham um compromisso assumido, tanto Taciano com sua esposa, quanto ela com o seu marido. 

 Na oportunidade, Lívia disse: “Além de tudo, nós temos que dar exemplo a essa criança. Imagina ela ter uma referência de pais que abandonam esses compromissos. Confiemos na providência divina porque nos encontraremos em Blandina num futuro distante”, numa clara alusão ao primeiro encontro entre Arnaldo Rocha e Chico Xavier, na Rua Santos Dumont, em Belo Horizonte, em 1946, quando o médium revelou as mensagens de Meimei do Plano Espiritual. 


 Clara (França) (por volta de 1150 DC) Chico Xavier, quando esteve na França, foi nas ruínas dos Cátaros e se lembrou quando, em nome da 1ª Cruzada, toda uma cidade foi às chamas. Essa lembrança foi dolorosa para Chico. No século seguinte, a 2ª Cruzada foi coordenada por Godofredo de Buillon (Rômulo Joviano encarnado – patrão de Chico Xavier na Fazenda Modelo em Pedro Leopoldo), que tinha um irmão chamado Luis de Buillon (Arnaldo Rocha reencarnado), casado com Cecile (Meimei ou Blandina reencarnada). Godofredo e Luis tinham mais um irmão, com o nome de Carlos, casado com Clara (Chico Xavier, reencarnado). 

 Meimei, no livro “Meimei Vida e Mensagem”, de Wallace Leal Rodrigues, descreve todos esses nomes, sem falar das reencarnações, e se refere a Chico como quem tem o afeto das mães, numa clara citação das várias encarnações femininas que teve o médium: “… Meu afeto ao Carlos, Dorothy, Lucilla, Cleone e a todos os que se encontram mencionados em nossa história, sem me esquecer do Chico, a quem peço continue velando por nós com o afeto das mães, cuja ternura é o orvalho bendito, alertando-nos para viver, lutar e redimir” (mensagem psicofônica de Meimei pelo médium Chico Xavier, em 13 de agosto de 1950). 

 Lucrezja di Colonna (Itália) (Século XIII) Nesta encarnação, Chico Xavier nasceu na família de Colonna, assim como Arnaldo Rocha, que era Pepino de Colonna, e Clóvis Tavares, na época Pierino de Colonna. Os três viveram na época de Francisco de Assis e tiveram contatos, encarnados, com este espírito iluminado. 

 Joanne D’Arencourt (Arras-França) (Século XVIII) Joanne D’Arencourt fugiu da perseguição durante a Revolução Francesa sob a proteção de Camile Desmoulins (Luciano dos Anjos, reencarnado). Veio desencarnar tuberculosa em Barcelona em 1789. 

 Joana de Castela (Espanha) (1479 a 1556) Joana de Castela era filha de reis católicos – Fernando de Aragão (Rômulo Joviano, encarnado) e Isabel de Castela. Casou-se com Felipe El Hermoso, neto de Maximiliano I, da Áustria, da família dos Habsburgos. O casamento foi político, mas apressado pelo grande amor que existia. Desde criança, Joana via espíritos e, por viver numa sociedade católica, era considerada como louca. Com a desencarnação dos pais de Joana, o marido Felipe e, o pai dele, Felipe I (Arnaldo Rocha reencarnado) disputavam o trono. Para evitar que Joana de Castela assumisse, acusaram ela de louca, porque via e falava com os espíritos. Depois que Felipe desencarnou, Joana foi enclausurada por 45 anos em Tordesilhas, na Espanha. A dor era muito grande, mas o que a consolava era o contato com os espíritos. A clausura tem muita relação com a vida de Chico Xavier. Foi uma espécie de preparação para o que viria. Chico sempre foi muito popular, mas fazia questão de sair do foco para que a Doutrina Espírita fosse ressaltada. 

 Ruth Céline Japhet (Paris-França) Encarnação anterior à de Chico
Xavier (1837/1885) Sua infância lembra os infortúnios de Chico Xavier, tal a luta que empreendeu pela saúde combalida. Era médium desde pequena, mas só por volta dos 12 anos começou a distinguir a realidade entre este mundo e o espiritual. Na infância, confundia os dois. Acamada por mais de dois anos, foi um magnetizador chamado Ricard quem constatou que ela era médium (sonâmbula, na designação da época), colocando-a em transe pela primeira vez. Filha de judeu, Ruth Céline Japhet contribuiu com Allan Kardec para trabalhar na revisão de “O Livro dos Espíritos” e do “Evangelho Segundo o Espiritismo”, durante as reuniões nas casas dos Srs. Roustan e Japhet. Isso pode explicar por que Chico sabia, desde pequeno, todo o Evangelho.

 Para contrariar o pressuposto de que Chico Xavier foi Allan Kardec, o próprio médium mineiro relatou a admiração pelo codificador em carta publicada no livro “Para Sempre Chico Xavier”, de Nena Galves: “Allan Kardec vive. Esta é uma afirmativa que eu quisera pronunciar com uma voz que no momento não tenho, mas com todo o meu coração repito: Deus engrandeça o nosso codificador, o codificador da nossa Doutrina. Que ele se sinta cada vez mais feliz em observar que as suas idéias e as suas lições permanecem acima do tempo, auxiliando-nos a viver. É o que eu pobremente posso dizer na saudação que Allan Kardec merece de todos nós. Sei que cada um de nós, na intimidade doméstica, torná-lo á lembrado e cada vez mais honrado não só pelos espíritas do Brasil, mas de todo o mundo. Kardec vive”. 

 PUBLICADO NO JORNAL CORREIO ESPÍRITA EM JUNHO DE 2010

quinta-feira, 4 de julho de 2024