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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Idealizações do passado - lembranças e representações

Tem um conceito que, a priori, foi desenvolvido por Aristóteles, mas que foi aprofundado pelos sociólogos, psicólogos, linguistas, e pelo pessoal da fenomenologia. É o conceito de “Hábitus”, que “nada mais” seria do que um estado mental entre as experiências passadas e as que estão para acontecer, ou seja, todas as experiências que tivemos no passado servem como referência, como um tipo de capital pessoal histórico acumulado, para que eu possa usar como critério para as coisas que ocorrem agora no meu presente, e o que é presente será o capital acumulado para o que é futuro. Ou seja, pelo menos do ponto de vista da atividade mental, retirando qualquer interpretação religiosa ou espiritualista, é impossível que a gente viva sem abrir mão desse “porão” de pensamentos. 

No entanto, se a gente parar pra pensar, passado e futuro só existem enquanto representações, mas não muito enquanto realidade, então, o saudosismo seria esse apego a representação de coisas que fazem parte do passado, que geralmente idealizamos. Veja, geralmente o primeiro beijo não é uma grande experiência pra grande parte das pessoas, mas quando elas envelhecem, a lembrança do primeiro beijo surge de forma idealizada, assim como as recordações da época de nossa infância.

 Nenhuma criança é super, hiper, mega feliz e satisfeita em ser criança, tanto que sonham com a chegada rápida da vida adulta, mas o adulto tende a pensar a sua infância como algo “florido”, porque ele não tá mais vivendo a infância, mas a representando com a finalidade de dá algum sentido ou significação a própria vida. E os prejuízos do saudosismo em demasia? É que o saudosismo em demasia é a negação da vida. 


(anônimo - não achei o nome do autor)

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