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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ciumes é desequilíbrio emocional



 

"Os ciumentos não precisam de causa para o ciúme: têm ciúme, nada mais. O ciúme é monstro que se gera em si mesmo e de si nasce" 
Willian Shakespeare, Otelo

 

O ciúme é a inquietação mental causada por suspeita ou receio de rivalidade nos relacionamentos humanos. É uma distorção, um exagero, um desequilíbrio do sentimento de zelo. 

Adentrando na intimidade deste sentimento, vamos descobrir que ele é "medo", medo de algum dia ser dispensável à pessoa com a qual se relaciona; é o medo de ser abandonado, rejeitado ou menosprezado; medo de não mais ser importante; medo de não ser mais amado, enfim, é, de certa forma, medo da solidão. 

O psiquiatra e psicoterapeuta Eduardo Ferreira Santos, revela que tal sentimento é totalmente voltado para si mesmo, egocentrado no indivíduo, e por esta afirmação podemos entender o porquê da frase do personagem "lago", de Shakespeare, dizendo que o ciúme não precisa de causas exteriores, que se gera em si mesmo. 

Suas causas interiores, segundo Joanna de Ângelis, Espírito, são encontradas principalmente na insegurança psicológica, na baixa auto-estima, no orgulho avassalador que não suporta rivalidades, e no egoísmo, que ainda nos faz ver aqueles que estão à nossa volta como posses. 

O ser inseguro transfere para o outro a causa desta insegurança, dizendo-se vítima, quando apenas é escravo de idéias absurdas, fantasias, ilusões, criadas em sua mente, que ateia "incêndios em ocorrências imaginárias". 

Agravado este sentir leva a psicoses, a problemas neuropsiquiátricos, como diversos tipos de disritmias cerebrais, sendo causador de agressões físicas e crimes passionais. 

Além disso, não podemos esquecer que sua existência é sempre uma porta aberta para a obsessão, uma oportunidade de sermos influenciados por aqueles que desejam nosso mal. 

O ciúme é um sinal de alerta mostrando que algo não vai bem, que algo precisa ser reparado, repensado. Sua erradicação de nossos viveres somente será realizada com a análise íntima constante, com o vigiar dos pensamentos, dos atos, lembrando sempre que "ninguém é de ninguém", que não possuímos as pessoas, e que o verdadeiro amor LIBERTA e CONFIA. 

O ciúme "insegurança" precisa ser substituído pela CONFIANÇA "certeza", que é sim uma real prova de amor. 

  

Fonte: Jornal Mundo Espírita – Março/2001

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