Só ser bonzinho não resolve os problemas do mundo!
Publicado por luxcuritiba em maio 23, 2012
por Bruno J. Gimenes
Não dá mais para apenas ser “bonzinho”. Isso está
ultrapassado, sabia?
Pois é, o Universo está andando a todo vapor, as coisas
estão acontecendo, as pessoas estão se mexendo e a zona de conforto hoje em dia
é uma completa ilusão. Não estou dizendo que não é possível ter paz e uma vida
tranqüila, claro que é! Refiro-me aqui a ser boa pessoa, pagar as contas direitinho
e não fazer mal para ninguém: isso já não é suficiente para que a pessoa tenha
evolução espiritual ou apenas não vai garantir que a missão da pessoa esteja
plenamente realizada. Muito longe disso!
Estamos vivendo um momento da atualidade em que o Universo
está “fechado para balanço”. O que isso significa? Que estamos em franca
movimentação, que tudo está sendo questionado, as prateleiras da nossa
consciência estão sendo avaliadas. O nosso estoque divino está sendo
questionado. Na verdade esse balanço que o Universo está fazendo refere-se a
uma verdadeira auditoria na alma de cada ser que habita essa dimensão.
Você acha mesmo que ser só bonzinho, pagar as contas, honrar
as obrigações e ser do bem resolve tudo? Você acha mesmo que um planeta tão
doente como o nosso, aguentaria quantos anos com pessoas apenas sendo
boazinhas? Nosso momento é crítico, precisamos desenvolver a bem-aventurança e
um estado de consciência baseados na vontade interior de ajudar o Todo e não
apenas olhar para o próprio umbigo.
O objetivo deste texto é ajudar você a despertar a sua
consciência para a espiritualidade e com isso adquirir capacidade de entender
que trabalhar duro para ajudar o planeta a evoluir é muito mais que uma causa
nobre, é uma necessidade emergente. Por isso ser bonzinho apenas é negligência,
já que o planeta está doente. Não podemos ignorar a doença, ela deve ser
tratada, a consciência deve ser promovida, estimulada.
Com isso tudo, o que eu estou tentando dizer é que se você
tiver a sua consciência minimamente espiritualizada, sem que ninguém precise
lembrá-lo da sua responsabilidade, sua própria consciência mais compassiva irá
lhe mostrar os papéis e atitudes a serem tomadas. Quando a pessoa entende que
nossos irmãos, vizinhos, amigos e inimigos fazem parte de um todo em que
estamos inseridos, e que esse todo recebe como reflexo as vibrações psíquicas,
emocionais dessas mesmas pessoas, compreende-se que não dá para ser feliz
sozinho.
Está claro que querer ajudar o próximo é uma ação de
compaixão, pois baseia-se em querer ajudar a pessoa a diminuir sua dor e
sofrimento. Vejo pessoas incríveis doando amor, estimuladas por uma energia
linda que vem do coração. Pessoas que ajudam incondicionalmente e realmente
fico extasiado com essa compaixão. Mas vale lembrar que, na verdade, isso não
deveria ser chamado de compaixão e sim de bom senso!
É importante dizer que a compaixão é e será um dos
principais sentimentos e energias capazes de renovar nossas mentes e corações
nesse século e nesse período evolutivo da história da humanidade. Nesse caso, o
que quero dizer aqui é que essa compaixão que devemos desenvolver por nosso
semelhante, é apenas uma questão de inteligência.
Quanto você é espiritualizado se você não consegue perceber
isso? Qual é o nível da sua consciência espiritual se você não a desenvolve
através de atos simples que tornam o seu dia-a-dia e o das pessoas ao seu lado
um pouco melhor?
Recentemente a humanidade experimenta um período incrível de
acesso a informações, espiritualidade, religiões, etc.. Isso possibilita que
finalmente as pessoas tenham a liberdade de acessar literaturas, cursos,
ensinamentos, vivências, em qualquer doutrina, religião ou filosofia, o que é
um presente de Deus para seus filhos que vivem na atualidade. Perceba que em
nenhum período da história as pessoas puderam estudar a Bíblia, os Sutras
Budistas, Os Vedas, O Bhagavad gita, o Evangelho segundo o Espiritismo, o Tao
Te Ching e outros livros sagrados, todos eles juntos, sem quaisquer problemas,
nunca! E isso é possível agora!
Isso tudo facilita a imersão espiritual de qualquer pessoa.
Ajuda qualquer um a encontrar seus caminhos de crescimento espiritual, o que se
configura ótimo instrumento de apoio para elevarmos nossas consciências.
Mas tudo é questão de equilíbrio, já que a espiritualidade é
um estado de consciência. Esse estado de consciência basicamente deve anular o
determinismo, o excesso de ego, a arrogância e outras inferioridades. Então, eu
pergunto: se somos arrogantes, egocêntricos, dogmáticos e deterministas, que
tipo de consciência espiritual é essa? Quanto espiritualizados verdadeiramente
somos?
Com base nesta reflexão estou concluindo que a
espiritualidade de uma pessoa é um estado de consciência que traz a capacidade
de aniquilar algumas inferioridades do ego. Pois bem, então seria correto dizer
que as pessoas mais espiritualizadas do mundo estão nas igrejas, nos templos,
centros espíritas/espiritualistas entre outras casas denominadas como “de
Deus”.
Essa seria a verdade mais sensata e coerente, não é mesmo? O
que vemos na realidade não é isso… É claro que não estou generalizando. Estou
querendo dizer que se espiritualidade é um estado de consciência que deveria
anular as inferioridades do ego, então por que essas casas, templos e igrejas
estão inundados de pessoas cheias de dogmas, paradigmas, determinismo e
arrogância? Pessoas que se enchem de “razão” e que têm a coragem de teorizar
conceitos espirituais, que não podem ser explicados com palavras ou raciocínio
da terceira dimensão.
As pessoas se dizem espiritualizadas, só que estão convictas
que o caminho certo segue essa receita ou aquela. As pessoas se dizem
evoluídas, só que falam de culpa, de castigos e punições divinas. As pessoas se
dizem espiritualizadas, mas discriminam os homossexuais, aidéticos, viciados e
até os de outras cores de pele. E isso a gente vê todos os dias na TV, no rádio
ou nas revistas. Que espiritualidade é essa que faz tanta distinção quanto ao
poder aquisitivo e aparência?
A consciência espiritual traz a qualquer pessoa a noção de
que somos espíritos em evolução, que nossos corpos físicos e estruturas de vida
são apenas instrumento de nossa evolução e, principalmente, são temporários,
impermanentes. Que ser espiritualizado é esse que não compreende essa lógica
cósmica? Quão espiritualizados somos se não respeitamos os caminhos e escolhas
alheias ou o livre-arbítrio de cada um?
E é isso que nos entristece: vermos que as estruturas
religiosas, em sua grande maioria, estão em crise. Estão borbulhando pessoas
que não são nem um pingo espiritualizadas, porque se assim fossem, jamais se
fixariam apenas em uma doutrina, enraizadas como uma figueira de quarenta anos
de vida, rígidas e imóveis. Penso que a verdadeira espiritualidade é um estado
que transcende a isso e que seus pilares são baseados na simplicidade e leveza
que vêm do canal do coração.
José Luiz Santana
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