“Em 1959 ficamos conhecendo o Newton Boechat. Ele acabara de
findar um roteiro de palestras e, passando por São Paulo, aproveitou a
oportunidade para visitar-nos, iniciando então um relacionamento amistoso
conosco, o qual tem durado até os dias de hoje, cada vez mais firme e cordial.
Naquela ocasião ouvíamos interessados, as informações muito
atualizadas que o Newton nos comunicava sobre o momento espírita, e
particularmente, a respeito de seu convívio com o grande médium de Pedro
Leopoldo: Chico Xavier.
Newton Boechat esteve recentemente no Instituto Brasileiro de
Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP), para uma breve visita, dia 16 de janeiro de
1989, às 14h, em companhia do Prof. Apoio Oliva Filho e sua digna esposa, d.
Neyde Gandolfi Oliva. Nessa oportunidade aproveitamos para relembrar o nosso
primeiro encontro ocorrido há trinta anos. Pedi ao Newton que tornasse a contar
o episódio que lhe fora revelado por Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, e que ele
me transmitira naquela ocasião em que nos vimos pela primeira vez. Os que
conhecem o Newton são testemunhas de sua notável memória. Aproveitamos então,
para obter a gravação do seu depoimento e conservá-lo, mais fielmente, para a
posteridade e para os arquivos do IBPE. Eis uma súmula do que nos foi informado
pela segunda vez.Newton Boechat iniciou explicando que inúmeros fatos têm sido
contados por Chico Xavier, em caráter íntimo, aos amigos e que, na ocasião,
algumas vezes não era oportuna a sua revelação ao público. Entretanto, com o
passar do tempo, tais confidências foram-se tornando livres de censura e
poderiam ser dadas a conhecer, sem quaisquer inconvenientes. Assim, por
exemplo, quando Newton estivera com Chico Xavier, em 1947, na
cidade de Pedro Leopoldo, o livro intitulado No Mundo Maior tinha sido recentemente psicografado por aquele médium (mais precisamente, terminou de recebê-lo em 25 de março de 1947). Nesse livro há capítulo versando sobre o sexo (Cap. XI). Cerca de 30% da matéria desse capítulo, recebido psicograficamente, tiveram de ser suprimidos, para não causar reações negativas, devido aos preconceitos ainda vigentes em nosso meio naquela época. Somente mais tarde, puderam vir a lume livros que abordaram um tanto livremente as questões ligadas ao sexo. Mas o episódio que Newton ficou sabendo foi-lhe relatado justamente logo após o Chico Xavier haver recebido o livro No Mundo Maior, aproximadamente há uns 41 anos. Em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, havia um bambuzal onde o médium costumava passear e conversar com os amigos que o procuravam. Foi ali que o Chico revelou o caso ao Newton. Ei-lo:
cidade de Pedro Leopoldo, o livro intitulado No Mundo Maior tinha sido recentemente psicografado por aquele médium (mais precisamente, terminou de recebê-lo em 25 de março de 1947). Nesse livro há capítulo versando sobre o sexo (Cap. XI). Cerca de 30% da matéria desse capítulo, recebido psicograficamente, tiveram de ser suprimidos, para não causar reações negativas, devido aos preconceitos ainda vigentes em nosso meio naquela época. Somente mais tarde, puderam vir a lume livros que abordaram um tanto livremente as questões ligadas ao sexo. Mas o episódio que Newton ficou sabendo foi-lhe relatado justamente logo após o Chico Xavier haver recebido o livro No Mundo Maior, aproximadamente há uns 41 anos. Em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, havia um bambuzal onde o médium costumava passear e conversar com os amigos que o procuravam. Foi ali que o Chico revelou o caso ao Newton. Ei-lo:
“Em um dos constantes desdobramentos astrais ocorridos com o nosso
médium maior, durante o sono, Emmanuel conduziu o duplo- astral de Chico Xavier
a uma imensa cidade espiritual, situada na região do Umbral. Esta lhe pareceu
extremamente inferior e bastante próxima da crosta planetária. Era uma cidade
estranha não só pelo seu aspecto desarmônico e antiestético, como pelas
manifestações de luxúria, degradação de costumes e sensualidade de seus habitantes,
exibidas em todos os logradouros públicos, ruas, praças, etc.
Emmanuel informou ao Chico que aquela vasta comunidade espiritual
era governada por entidades mentalmente vigorosas porém negativas em termos de
ética e sentimentos humanos. Eram estes maiorais que davam as ordens e
faziam-se obedecer, exercendo sobre aquelas entidades um poder do tipo da
sugestão hipnótica, ao qual tais Espíritos estariam submetidos, ainda mesmo
depois de reencarnados.
Pelas ruas da referida cidade estranha, desfilavam, de maneira
semelhante a cordões carnavalescos, multidões compostas de entidades que se
esmeravam em exibições de natureza pornográfica, erótica e debochada. Os
maiorais eram conduzidos em andores ou tronos colocados sobre carros
alegóricos, cujos formatos imitavam os órgãos sexuais masculinos e femininos.
Uma euforia generalizada parecia dominar aquelas criaturas, ou mais
apropriadamente, assistia-se a uma “festa de despedida” de uma multidão
revelando a certeza da aproximação de um fim inexorável, que extinguiria a
situação cômoda até então usufruída por todos. De fato, aqueles Espíritos, sem
exceção, haviam recebido um aviso de que estava determinado, de maneira
irrevogável pelos “Planos da Espiritualidade Superior”, o seu próximo
reingresso à vida carnal na Terra. A esse decreto inapelável não iriam escapar
nem os próprios maiorais.”
ALGUNS ANOS SE PASSARAM
O relato de Newton Boechat fora-nos transmitido aproximadamente
dez anos depois do seu bate-papo com Chico Xavier, em Pedro Leopoldo. Na
ocasião em que o ouvimos, o fato causou-nos uma forte impressão e pudemos
gravá-lo bem na memória.
Cerca de doze anos se passaram depois que o Newton nos fez esta
revelação. Lembramo-nos, de que ainda trabalhávamos em uma divisão do DAEE, em
São Paulo. Um dos nossos colegas havia regressado de uma viagem de férias. Ele
estivera nos países do norte da Europa e surpresíssimo, vira em bancas de
jornais, em algumas capitais, revistas pornográficas expostas à venda
livremente. Impressionado com aquela novidade, ele adquiriu algumas revistas e
trouxe-as, para mostrar aos amigos o que se estava passando naqueles países
“ultracivilizados”.
No dia em que nosso colega recomeçou a trabalhar, ele nos mostrou
as tais revistas. Imediatamente, lembramo-nos do episódio que nos fora revelado
por Newton e, inadvertidamente, deixamos escapar uma expressão que nenhum dos
nossos colegas entendeu: “Oh! Eles já estão aí!”
Realmente percebemos imediatamente que aquelas revistas deviam ser
um dos sinais típicos do reingresso daqueles Espíritos que jáziam nas zonas do
Baixo Astral, na corrente da vida terrena. Com eles viriam mudanças profundas
nos costumes da humanidade: a licenciosidade, as “músicas” ruidosas e
desequilibrantes, a rebeldia dos nossos filhos, a instabilidade das
instituições familiares e sociais, e, finalmente, o que presenciamos, hoje em
dia, com o recrudescimento da criminalidade e da insegurança, além do cortejo
de outros inúmeros problemas com os quais se defrontam as criaturas humanas,
neste atribulado fim de século.
CONCLUSÃO
É elementar e poucos ignoram que a História da espécie humana se
apresenta pontilhada de períodos de grandes crises, seguidos de fases de
prosperidade e reequilíbrio. É semelhante a uma sucessão de ciclos que se
desenvolvem como uma espiral em constante ascensão. Há um lento progredir
apesar dos episódios negativos. Provavelmente, os “Planos Superiores da
Espiritualidade” velam pela humanidade, dosando sabiamente os “ingredientes”
injetados na corrente da vida: a par dos espíritos rebeldes, reencarnam também
aqueles que lutam pelo Bem, pela Ciência e pelo aperfeiçoamento do homem. Não
percamos a esperança…”
* Correio Didier – Março/abril de 1998 – Ano
II – n° 3. Nota da Editora.
(Fonte: texto extraído do livro Sexo e Obsessão, de Manoel P. Miranda, por
Divaldo Franco)
Nenhum comentário:
Postar um comentário