Você pergunta qual a postura ideal perante oo alto grau de violência que nos encontramos?
A moral espírita não é inventada segundo conveniências locais ou personalismos. Ela se alicerça nos ensinos do Cristo. Entendemos, nós, espíritas, que o Cristo nos trouxe ensinos que liberta. Para isso devem ser vividos e aplicados na nossa vida. Estes ensinos não são para serem pregados, adorados, mas vividos.
Perante a violência a ação do espírita é a da não violência. Ponto final.
Se o espírita trabalha na área da segurança, óbvio que precisará utilizar dos recursos que foi treinado para lidar com tiroteios e agressões. Sem deixar que o ódio e a vingança tomem seu caráter. O confronto na sociedade brasileira é, infelizmente, frequente. O militar espírita deve exercer sua profissão com dedicação mas sem gosto pela violência.
A polícia é a representação oficial do direito exclusivo da violência que o Estado possui. No entanto, ele o possui para que haja ordem na sociedade, não vingança. O policial espírita deve ser espírita policial. Um instrumento da paz, da ordem, não da violência gratuita.
A reação ao roubo, ao assalto, ao assassínio deve ser dura mas dentro da lei. Isso faz parte da profissão. Mas deve vigiar para não transformar o que deve ser o ato ordeiro e dentro da lei em licença para matar ou punir com as próprias mãos.
Há regras claras dentro da lei.
E nós que não trabalhamos na área da segurança pública, a Doutrina espírita nos instrui
que ninguém morre, de que precisamos implantar em nosso cotidiano os valores da paz. A paz, Jesus nos mostra, se consegue com o amor. Amor empático. Que busca auxiliar, compreender, amparar. Sentir do possível.
O conhecimento espírita nos mostra que só a educação do caráter fará com que o mundo melhore. A Noruega demonstrou que Kardec tinha razão. Pessoas nobres modificaram suas leis para atender sua população, logo ela saiu de país mais pobre do Norte da Europa para o país com a melhor qualidade de vida do mundo. Sem violência.
As soluções existem e passam pelo cuidado com todos.
O ódio ao outro liga-nos a necessidade da reconciliação. Todo o avanço evolutivo fica interdito até que este processo se resolva.
O conhecimento espiritual nos esclarece que
muitos atos aceitos em uma época resultam em dívidas que podem durar séculos.
É o caso da escravidão no Brasil. Semanalmente vemos ainda casos graves de obsessão, em que as causas da mesma surgiram, no longo período em que se escravizou nas Américas.
Sabedor disso, entendemos que abater pessoas sem que esteja na mais absoluta legítima defesa, como quer o governador do Rio de Janeiro, é repetir os erros que foram cometidos no passado por capitães do Mato, inquisidores e torturadores, muitos ainda hoje, presos em masmorras no mundo espiritual.
Tivemos um caso grave de alucinação psiquiátrica em que a pessoa, sargento reformado da Polícia Militar, matador contumaz, hoje se encontra encostado pela psiquiatria, vendo muitos dos que matou. Você quer isso para você?
Ceder a violência sempre será arriscado para a saúde evolutiva da pessoa.
Violência se resolve com distribuição de renda. Olhemos para a Noruega, Holanda, Coréia do Sul.
Em casos de legítima defesa, sabemos, o profissional de segurança terá que reagir pois ali, ele representa o Estado. Mas passando o momento de conflito mais grave, deve, sempre que o meliante estiver vivo, levar a pessoa a julgamento.
Pode ser que, uma vez preso, esta pessoa se modifique. Ela não reencarnou por acaso. As sociedades terão que resolver os problemas coletivos, cedo ou tarde.
Não cabe a ninguém retirar a vida de uma pessoa. Ninguém morre e a pessoa poderá sim, se tornar um obsessor contumaz de seu algoz.
O que não queremos para nós, não podemos querer para ninguém.
Educação e distribuição de renda, são as únicas maneiras reais de se acabar de uma vez por todas com a violência. Todas as outras medidas apenas enxugam gelo.
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