Podemos sentir a mais profunda das solidões estando com alguém. Haverá solidão maior do que repartir um espaço com alguém que dorme ao nosso lado e nem se apercebe que choramos baixinho?
Haverá maior solidão do que chegar a casa e em vez de se partilhar as nossa angústias e alegrias temos alguém que sussurra umas palavras e se senta no sofá sem nos escutar? A este tipo de solidão poderemos chamar solidão a dois! Já estão separados por dentro mas continuam juntos por fora! Repartem o mesmo espaço físico mas pouco os une!
o Homem não nasceu para viver só.
Tentamos esconder-nos mas não podemos fugir de nós próprios.
Enquanto não aprendermos a viver e a gostarmos da nossa companhia a solidão será um estado de alma que nos rondará incomodando, deprimindo, angustiando!
O homem solitário, todo aquele que se diz em solidão, exceto nos casos patológicos, é alguem que se receia encontrar, que evita descobrir-se, conhecer-se, assim ocultando a sua identidade na aparência de infeliz, de incompreendido e abandonado.
O egoísta nunca está solícito, por isto, sempre atormentado.
A única pessoa que nos vai acompanhar para sempre somos nós próprios, muitas pessoas entram e saem das nossas vidas.
Mas ninguém se consegue livrar de si próprio!
Quando aprendermos a cultivar o nosso interior e a gostar da nossa imagem, deixaremos passar para o exterior a nossa sinceridade, o nosso sorriso, a nossa simpatia e a partir do momento que doamos o nosso melhor para o exterior, para o além de nós, não para um fim qualquer de ganho, mas pela gratuidade e prazer de fazê-lo. Nos preencheremos. Nos reconectaremos com a energia da vida. O vazio existencial deixará de existir e em seu lugar surgirá um preenchimento íntimo, uma alegria de viver que contagiará as pessoas ao redor. Aproximando as pessoas de nós com o seu melhor.
Desta forma, mesmo que estejamos sozinhos não sofreremos da angústia da solidão.
Como nos lembra Joanna de Ângelis:
"O homem solidário, jamais se encontra solitário."
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