Sobre os ortodoxos que querem transformar o espiritismo em religião de livro sagrado e aqueles que adoram seguir estes, por ausência de reflexão, ficam aqui algumas ponderações e observações.
Os puristas sempre existiram em Espiritismo. É muito fácil criticar quem
esta fazendo. O difícil é trabalhar com amor. Sobre os puristas
doutrinários, percebi que sua pureza nunca era sobre os pontos básicos da
doutrina, mas sobretudo em detalhes.
Eles sempre se pegavam nos detalhes por que nos detalhes entram a sua opinião
sobre o assunto. A sua versão da realidade. Eles não argumentavam com lógica,
sua argumentação precisava ser ortodoxa, presa a letra, para que as suas
interpretações pessoais do que é a verdade pudessem funcionar.
Ou existe progresso ou as religiões tradicionais estão certas.
Se existe progresso, espiritismo não pode ter livro sagrado. É uma
contradição em termos.
Ortodoxia numa ciência do mundo espiritual, sobre o qual tão pouco
sabemos é algo extremamente limitado e contraditório.
A ciência do mundo espiritual não pode ter teólogos versados em decorar
as obras de Kardec.
O mundo espiritual não cabe num livro.
Todo ortodoxo tem a pretensão de engessar o pensamento com as suas
ideias sobre o que é a verdade segundo ele. Daí que a mediunidade sempre será
algo com a qual ele irá ter uma relação distante ou dará crédito apenas aquela
entre os seus que respalde seu discurso.
Por isso, todo o seu raciocínio se desenvolve com trechos pinçados das
obras de Kardec. Trechos que corroborem a sua interpretação da obra kardequiana.
As outras obras sejam psicografadas, seja de quem utilize estas obras
psicografas como referência para estudos e palestras serão reprovadas, alguns
ortodoxos mais destemperados irão debochar, ridicularizar, menosprezar, médiuns,
obras trabalhadores e federações atraindo pessoas invigilantes para suas
argumentações. Isso fazem por que os informes mediúnicos sérios lhes dá
vertigem, possuem dificuldades para aceitar o que não estiver explicito num
livro sagrado, são atavismos de outras vidas com os quais não quiseram ou puderam romper, daí
que para eles, os informes mediúnicos
soam com uma insustentável leveza de ser, um caminho imaterial o qual não
estão predispostos a trilhar. Querem a segurança da tradição, mediunidade só a
do s médiuns de Kardec no século XIX, qualquer outra é vista como intrusa à
Doutrina pois lhe escapa entre os dedos.
Eles não têm como DOMINAR os discursos com essa disseminação barata da
mediunidade.
Por isso mesmo boa parte dos ortodoxos abandonam o espiritismo depois de
um tempo. Sua raiva contra o misticismo ( assim chamam a prática mediúnica e
seus informes), cedo ou tarde irá também contra boa parte da produção mediúnica feita
na França do século XIX, ao perceber, os ortodoxos nem mais são espíritas,
tanta raivosidade, tanta invigilância, fazem com que percam a capacidade de ser
um trabalhador comum de casa espírita, não se adaptam e acabam saindo, graças a
rigidez de seu pensamento que é incapaz de conviver com o que pensa diferente,
no caso o movimento espírita, que não aceita transformar-se em mais
uma seita cristã ortodoxa e aí ele sai.
Não raro continuando o que fazia antes, detonando, atacando, menosprezando o espiritismo. Deixando muita crítica ácida, muita ironia, muito desrespeito, muito intelectualismo improdutivo, os que produzem algo, destroem muito mais, e quando produzem algumas vezes tendem a querer torcer ou manipular o pensamento de Kardec ao seu ponto de vista. Nem todo ortodoxo purista é radical, alguns por educação são mais contidos, mas trazem desprezo por qualquer coisa que não esteja escrita em algumas das obras de Kardec. E reforma intima ?
Não raro continuando o que fazia antes, detonando, atacando, menosprezando o espiritismo. Deixando muita crítica ácida, muita ironia, muito desrespeito, muito intelectualismo improdutivo, os que produzem algo, destroem muito mais, e quando produzem algumas vezes tendem a querer torcer ou manipular o pensamento de Kardec ao seu ponto de vista. Nem todo ortodoxo purista é radical, alguns por educação são mais contidos, mas trazem desprezo por qualquer coisa que não esteja escrita em algumas das obras de Kardec. E reforma intima ?
Não é bem a praia deles. Muitos tem posições de classe média alta com
relações a temas do dia a dia como maconha e aborto, não aceitam que se diga
sobre a influência negativa durante o Carnaval. Acham exagero. Ou seja,
não abrem mão de nenhuma de suas ideias terra a terra em virtude de terem
adquirido conhecimento espírita.
O purista doutrinário gosta mesmo é de criticar para
diminuir o outro e assim chegar ao poder.
Poder aqui não só a direção de um centro ou de uma federação mas o poder
da hegemonia cultural. O domínio das mentes.
Todo ortodoxo nos arraiais espíritas se acha
dono da verdade. E sua principal arma contra os que não lhe seguem a
cartilha é o deboche. Nunca o argumento sólido.
A maioria dos ortodoxos nunca viu um espírito, nunca teve um vislumbre
de suas vidas passadas, nunca desdobrou para fora do corpo. Por isso, ele
desanca com as experiências alheias, não se iluda pensando que ele está
só contra Chico Xavier e Emmanuel. Ele está contra todos os médiuns,
inclusive você.
Ele despreza toda a mediunidade e justifica suas interpretações
num livro ( ou partes dele) que ele elegeu como sendo a verdade....
Se observarmos com cuidado percebemos que o ortodoxo, o purista
doutrinário, sem o perceber, é contra a teoria espírita da mediunidade por que
seu argumento, ainda que não diga explicitamente, ou nem pense nisso, mas seu
argumento é que ou o espirito e inferior ou é o médium que sendo mal caráter
escreve e atribui o resultado da obra a farsa.
Falam no maior cinismo que a obra Paulo e Estevao é uma mentira. Como
assim? É mentira, é invenção por que "eles" estão dizendo que
é, simples assim.
E usam até mesmo material historiográfico para acabar com a obra. Como
se fosse possível algo assim. Não é. A não ser, claro, que a pessoa não seja
espírita e desconheça o fenômeno mediúnico, aí claro, tudo pode ser considerado
fantasia. Mas a pessoa se diz espírita e nem se dá ao trabalho de verificar os
acertos da obra, que ultrapassam as centenas. Paulo e Estêvão ultrapassa em
centenas as referências exatas sobre o império romano e sua vida privada.
A pessoa , como é do contra, usa argumentos dos inimigos do espiritismo para
ridicularizar não só a obra mas o fato mediúnico como o espiritismo
explica.
Afirmando de que a mediunidade só funcionou com confiança com
Kardec. E aí ele irá fazer todo um malabarismo para justificar isso, o que ele
não percebe é que ele está dizendo que a proposta de Kardec não funciona. Ora,
se Chico, Yvone Pereira, Divaldo Franco e todos os outros médiuns que já
passaram nos arraiais brasileiros são pastiches, eles estão dizendo, sem
dizer, que é a ideologia do padre Quevedo ou da teosofia que possuem
razão e não a de Kardec, por que a de Kardec é o pleno uso da Mediunidade com
seriedade e amor como foi e é utilizada nas casas espíritas sérias e
idôneas.
Então quando você chama um orador ortodoxo você está sendo contraditório
por que dá espaço a quem no fundo, no fundo, despreza o trabalho mediúnico da
casa espírita.
Por que meus amigos, não se iludam, Chico Xavier antes de ser um médium
famoso, foi um excepcional trabalhador de centro espírita, pé no chão, lidando
com a população, durante mais de 70 anos, servindo, amando,
socorrendo.
Através do trabalho dele, de sua influência direta e indireta,
surgiram milhares, leiam de novo, MILHARES de casas de assistência,
orfanatos, casas do pão, asilos, bazares, centros espíritas,
dispensários, hospitais, escolas, creches, lares, milhares.
Isso ocorreu graças às pessoas que lá iam na busca de amparo e eram
socorridas, uma vez estando bem queriam ficar lá em Pedro Leopoldo ou
Uberaba trabalhando com Chico, ele dizia que "muitos mourões juntos
não fazem uma cerca." E mandava a pessoa trabalhar na cidade de
origem dela. Ele falava para a pessoa - faça lá, onde você mora.
Outras tantas que iam lá e os espíritos, através de suas mãos,
estimulavam-lhes a abertura de locais de assistência em suas cidades. Isso os
ortodoxos não falam.
Não há no Brasil uma pessoa que tenha inspirado, estimulado,
influenciado, a abertura de casas de socorro, caridade e amparo mais do que
Chico Xavier. Mas especificamente a dupla Chico Xavier / Emmanuel.
Uma árvore se avalia pelos frutos que dá.
A árvore Chico Xavier / Emmanuel foi a que mais deu frutos de
caridade, socorro e assistência no Brasil. Podendo contar entre aqueles
benfeitores do mundo que mais influenciaram para o bem de todos e a
assistência espiritual no mundo.
É um desafio a qualquer destes puristas que desancam com o Chico a
fazerem mais.
Não tem como. Para isso teriam que parar de atacar e servir, servir
muito, usando sua inteligência que com certeza é excepcional, para somar e não
para destruir.
Não quer dizer que CHICO XAVIER seja infalível como pessoa ou como
médium. Podemos discordar de algo, sobretudo por que a sociedade mudou. Ao
longo das décadas. Natural que certos discursos moralistas datados dos
anos 30, 40 e 50 caiam por terra. Para isso precisamos trabalhar de forma
saudável o binômio admiração/discordância.
Uma coisinha aqui outra ali. Normal haver discordância, interpretações
diferenciadas , buscando opções de respostas aqui ou ali. Discordar até mesmo
de estilo literário. Ok. Eu posso discordar de algo sem que eu perca a
admiração de quem fez a obra.
O fenômeno mediúnico nunca será 100% puro. Mas isso não é o que os
ortodoxos xiitas fazem. Eles querem banir TODA OBRA mediúnica que não seja
Kardec, com raríssimas exceções, como Herculano Pires, uma delas,
paradoxalmente, Herculano intelectual, filósofo, pedagogo, mas Herculano dirigiu um grupo mediúnico, nunca
foi contra a mediunidade ou contra o movimento espírita brasileiro, tendo
atuado brilhantemente e produzido muito, não se sectarizou, foi crítico, sim, mas não agia para detonar, liquidar médiuns e mediunidades.
Sobre o tema mediunidade escreveu
excelente obras, não se deixando cair na armadilha fácil da ortodoxia agressiva
e dinamitadora que vemos grassar na internet hoje. Inclusive Herculano Pires trabalhou com Chico Xavier. Produziram obras juntos.
A ortodoxia dentro do Espiritismo se tornou uma secção que ataca o
movimento espírita chamando-o pejorativamente de "meb."
Chamou o movimento espírita de meb com ironia fique atento,
provavelmente é um ortodoxo que critica muito e é dono da verdade. E todo dono
da verdade tem dificuldade em amar o que não é espelho.
Ele quer ter poder, razão e seguidores.
Por isso fica na oposição. Sempre contra. Sempre ironizando quem
trabalhou. Sem um olhar parcimonioso. Por que ele quer ocupar o lugar de
realce.
Por isso Chico e Emmanuel são seus principais adversários.
Cada um pense o que quiser. Mas vigiemos. Decorar itens de O Livro dos Espíritos
não é se espiritualizar.
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