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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Decisão e lucidez




A lucidez é algo difícil de reconhecer. De fato, somos "obrigados" continuamente a decidir, escolhendo e rejeitando, renunciando e assumindo uma infinidade de realidades, de entre uma infinidade maior de tantas outras. Perante as nossas escolhas nem todos entendem que fizemos o melhor. 

Nem todos nos reconhecem como pessoas lúcidas que sabem escolher. E nós temos sempre a sensação de poder ter sido mais concretos, mais minuciosos, mais cuidados e prudentes na escolha. 

Não é fácil ser lúcidos e ser reconhecido como tal. Parece que nada na vida é tão evidente que possa ser tido por todos como verdadeiro, bom e agradável. Só mesmo a humildade de quem sabe que pode errar é que faz com que tomemos as decisões e não nos deixamos cair no impasse. Hoje dizia a um amigo: "conheço muitos como tu que se viram de repente sem dentes e com uma bengala nas mãos e sem saberem o que fazer". 

A vida passa e não podemos estar indefinidamente à espera da última palavra para escolher o que é melhor. A humildade faz-nos aceitar a factualidade do engano. E faz também com que sejamos mais lúcidos porque nos dá o bom senso de escutar a sabedoria dos que sabem e da vida, mestra em muitas matérias. 

S. Paulo diz aos Coríntios:

A ciência envaidece, ao passo que a caridade edifica. Se alguém pensa que sabe alguma coisa, ainda não sabe como deve saber. Mas se alguém ama a Deus, é conhecido por Deus. (1Cor 8,1).


Palavras sábias que têm muito para nos ensinar. 


"Quem pensa que sabe alguma coisa, não sabe"

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