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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Chico Xavier foi Ruth-Céline Japhet



LUCIANO DOS ANJOS 

Parte 1


Em 2001, inspirado em ideia do meu amigo Hermínio Corrêa de Miranda (no cap. 13 do Eu Sou Camille Desmoulins), iniciei a produção da obra Quem foi Quem, sequenciando cerca de mil e quinhentas reencarnações e perto de setecentas entradas. Compendiei revelações de obras confiáveis, entre clássicas, mediúnicas e de estudiosos sérios do Espiritismo, além de alguns casos de tradição consagrada e bem aceita. Hoje, terminado o trabalho mais pesado, devo dizer que dois terços do livro foram completados por meu filho Luciano dos Anjos Filho, bem assim por algumas outras colaborações de membros do Grupo dos Oito, como o Pedro Miguel Calicchio (já desencarnado), a Viviane Albuquerque Calicchio e o Jorge Pereira Braga. Certos percalços de saúde atrasaram bastante o arremate, mas eis que estamos agora na revisão final. É um repositório de fôlego, com breves biografias de cada personagem, sem faltar a fonte em que nos baseamos.

Pois desde aquela época, bem antes de avolumar-se a poluição dessa língua negra vocalizadora de que Chico Xavier é Allan Kardec, ali já estava inserido o verbete Francisco Cândido Xavier nos seguintes registros cronológicos, alguns nomes anotados nos primórdios da década de 60):

Hatshepsut, rainha faraó (séc. XV a.C.) - Hebreia no Egito (entre o séc. XVIII a.C. e o séc. XIV a.C.) - Judia em Canaã (c. séc. XIII ou posterior) - cidadã grega (c. 600 a.C., séc. VII a.C.) – Chams, princesa (século VI a.C.) - cidadã síria (período a.C. até d.C.) – cidadã cartaginense (entre os séc. X a.C. e séc. II a.C.) – Flávia Lêntulus (séc. I) – Lívia (séc. III) – Joana, a Louca (1479-1555) – Verdun, abadessa (séc. XVI) – Jeanne d’Alencourt (séc. XVIII) – Ruth-Céline Japhet (1837) / Dolores del Sarte Hurquesa Hernandez (séc. XIX) - Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier (1910-2002)

Por volta de 1999, enviei para o Chico e, em 2008, também para o Divaldo Pereira Franco, o verbete de cada qual, pedindo-lhes que, se fosse o caso, me indicassem algum reparo aconselhável. Nenhum dos dois se opôs a nada.

A reencarnação do Chico como sendo a Ruth-Céline Japhet me havia sido repassada desde 4.8.1967, quando o Abelardo Idalgo Magalhães esteve com o médium em Uberaba e, lado a lado, foi anotando as vidas pregressas do Chico personificadas nos romances de Emmanuel.

Arnaldo Rocha é reconhecidamente espírita sério, honesto, de inatacável probidade

Tenho esse quadro comigo até hoje com a assinatura do Abelardo. A Ruth-Céline não aparece porque não foi personagem de nenhum dos romances, mas o Abelardo também falou dela, a meu pedido, e recebeu a confirmação. Eu já sabia desde aquela década, em mero exercício especulativo. Essa mesma confirmação o Divaldo Pereira Franco ouviu diretamente do Chico, que tinha acabado de chegar de Paris, onde visitara o túmulo do Codificador. Ainda mais. Muitos anos antes, foi o mesmo Chico quem fizera igual revelação para um dos seus maiores amigos e confidentes, o Arnaldo Rocha, marido da Meimei, esse Espírito maravilhoso que nos ditou mensagens de elevado teor evangélico.      

Destaco como importante que, de todos os que andam por aí se jactando de terem ouvido declarações do Chico, ou tirando conclusões por conta própria de que ele era Allan Kardec, nenhum deles viveu a intimidade vivida pelo Arnaldo Rocha. E, ainda este ano, quando mais uma vez esteve aqui em minha residência, o Arnaldo voltou a me afirmar que o Chico era a Ruth-Céline Japhet. Também há pouco menos de um mês, no programa da Globo News em homenagem ao centenário do Chico, ele retomou o assunto e, em resposta a pergunta que lhe foi feita, falou, até com certo enfado, que não passa de bobagem essa ideia de que Chico Xavier era Allan Kardec. Anote-se que o Arnaldo Rocha é reconhecidamente espírita sério, honesto, de inatacável probidade. Ninguém, absolutamente ninguém, no momento, tem mais autoridade do que ele para colocar um ponto final nessa ficção que o bom senso e o conhecimento da doutrina espírita deveriam de há muito ter inumado.

Já em agosto do ano passado, em entrevista concedida ao site “Espiritismobh”, o Arnaldo havia divulgado que, num diálogo acontecido em 1946, o Chico lhe revelara que era a reencarnação da Ruth-Céline. O Arnaldo só não incluiu essa revelação no livro Chico – Diálogos e Recordações, de autoria do Carlos Alberto Braga, porque, transcorridos tantos anos daquele diálogo, ficou em dúvida se se tratava da Céline Japhet ou da outra médium de Kardec, que ele supunha chamar-se Céline Baudin. Na verdade, essa outra se chamava Caroline Baudin. Posteriormente, o Arnaldo dirimiu a dúvida, conforme relatou em entrevista mais recente, divulgada no mesmo site. “Tive a oportunidade de ir ao Rio encontrar um amigo muito querido, Luciano dos Anjos. Questionado por que não coloquei a história da Ruth-Céline Japhet no livro, respondi que fiquei muito em dúvida com os nomes, pois sabia da existência das duas Celines. Ele então me respondeu que a médium auxiliar de Kardec era a Ruth-Céline Japhet, judia e desencarnada em 1885.”

A personalidade de Francisco Cândido Xavier nunca teve nada a ver com a do Codificador

Conversamos, sim, sobre o livro. Ele me expôs as razões e eu lhe expliquei que apenas a Japhet se chamava Céline e que, portanto, era a ela que o Chico se referira. Não existiu uma Céline Baudin. Mesmo porque, eu também já tinha essa informação desde há muito tempo e lhe pedira que aguardasse alguns detalhes que eu lhe passaria. Apenas questão de datas, pois o Arnaldo já sabia de tudo.

Ultimamente tem crescido esse movimento que vem fecundando a biografia do Chico com o radicalismo de ideias canonizantes. A personalidade de Francisco Cândido Xavier nunca teve nada, nada a ver com a do Codificador. E o próprio Chico ressaltou essa diferença, em declaração publicada no Diário da Manhã, de Goiás, de 28.8.1998, e que me dispus a propalar pela internet, em nota de 29.3.2010. Chico Xavier, como vimos aqui, no início desta matéria, tem sido sempre mulher. E, diga-se, nesta última vida de médium, foi uma grande mulher, com sentimentos que mostraram ao mundo o valor de saber ser mulher num corpo masculino. Isso é muito difícil, mas o Chico, nesse particular, foi um vitorioso, vencendo tendências naturais que lhe poderiam ter arrastado ao fracasso da missão.

Nesse entrecho, tem acontecido até anedota de humor despudorado. Médica espírita de São Paulo publicou artigo na Folha Espírita, alegando que o Chico não se casou da mesma forma que também Allan Kardec não viveu maritalmente com Amélie Boudet. Teria existido entre o casal apenas um amor platônico, daí não terem tido filhos (?!). A que delirante paroxismo chegamos. Vale tudo para colocar Kardec como santo católico, na mesma vestalidade das fêmeas mais pulcras. Ora, convenhamos: para estar a par de uma intimidade tão grande entre os dois só se admitindo – concluem os piadistas – que a doutora é a Amélie Boudet reencarnada. E já não duvido de que ela venha a público fazer essa fantástica confissão de identidade. A essa altura, espero por qualquer esquizofrenia.

Voltarei ainda à figura de Francisco Cândido Xavier. Por agora, vamos conhecer melhor Ruth-Céline Japhet, sobre quem, aliás, Allan Kardec nos deixou muito poucas informações, o que, de resto, também o fez em relação aos demais médiuns que participaram do preparo de O Livro dos Espíritos. Esclareceu ele que assim agiu para evitar exatamente o que hoje vêm fazendo com Francisco Cândido Xavier, que até procissão pelas ruas de Pedro Leopoldo já ganhou. Tem mais. Já há gente fazendo-lhe romaria ao túmulo para recolher lágrimas que “surgem” dos olhos do busto de bronze. Na continuidade do show carismático, acaba de ser produzido um hino a Chico Xavier, cuja letra, diga-se, é desoladoramente trash. Mas nada estará perdido. Talvez sirva para acompanhamento nas novenas, que com certeza surgirão.

A infância de Ruth-Céline Japhet lembra os infortúnios de Chico Xavier, tal a luta que empreendeu

É por isso que creio já ser hora tardia de resgatar da vulgaridade essa atual febre de negativa propaganda do Espiritismo.

Ruth-Céline Japhet na realidade se chamava Ruth-Céline Bequet. O sobriquet Japhet ela o adotou para identificar-se como sonâmbula profissional. Reencarnou em 1837, na província de Paris, cujo local exato não consegui localizar. No ano de 1841, ainda morava por lá, com os pais, quando ficou gravemente doente, impedida de caminhar. Sua infância lembra os infortúnios de Chico Xavier, tal a luta que empreendeu pela saúde combalida. Era médium desde pequena, mas só por volta dos 12 anos começou a distinguir a realidade entre este mundo e o espiritual. Na infância, confundia os dois. Acamada por mais de dois anos, foi um magnetizador chamado Ricard quem constatou que ela era médium (sonâmbula, na designação da época), colocando-a em transe pela primeira vez. Mas não fizeram mais do que três sessões. Impaciente com a ineficácia dos remédios que tomava para recuperar os movimentos das pernas, seu irmão resolveu, por conta própria, magnetizá-la, assim tentando durante seis semanas seguidas. O resultado foi fantástico. Ela conseguiu levantar-se e voltou a caminhar com o auxílio de muletas. Nessas condições assim ficou por quase um ano (onze meses), depois do que, afinal, pôde dispensar as muletas, claudicando embora.

Em 1845, quando ainda tinha 8 anos, a família, empolgada pelos resultados obtidos com os passes magnéticos, resolveu seguir para Paris, à procura do magnetizador Ricard, aquele que houvera feito com Ruth-Céline as primeiras experiências. Então ele a levou ao colega Millet, em cuja residência acabou conhecendo outro magnetizador famoso, o sr. Roustan (não confundir com o grande missionário Roustaing), que estudava o magnetismo de cura desde 1840. Ele morava na rue Tiquetone nº 14 e negociava com joias, na rue des Martyrs nº 19 (outras referências indicam o nº 46).

Foi a partir desse contato e diante de todos os benefícios amealhados, que ela assumiu a condição de sonâmbula profissional (médium profissional), sob o controle de Roustan. E passou a adotar o nome de Ruth-Céline Japhet (srta. Japhet).

Explique-se que, naquela época, e até mesmo hoje, em países como os Estados Unidos, a Inglaterra e a própria França, só existiam médiuns remunerados e era comum a adoção de “nomes de guerra”. Ainda estava por surgir a doutrina espírita. Transformado em febre na Europa, o Espiritismo se constituía apenas em bases fenomênicas, importado não há muito da América. Allan Kardec é quem vai dar um novo rumo ao seu desenvolvimento prático, acrescentando-lhe o principal, isto é, conteúdo sério e sentido moral.

A partir da primavera de 1851, as sessões ocorriam duas vezes por semana, sob a direção do sr. Japhet

Daí que, como não poderia deixar de acontecer – e veremos isso adiante –, Allan Kardec não pôde exonerar-se de algumas divergências com suas médiuns, em especial a principal do grupo, srta. Ruth-Céline Japhet.

Ela permaneceu atendendo ao seu público durante quase três anos seguidos, dando consultas médicas que lhe eram transmitidas por Samuel Hahnemann, fundador da homeopatia, Anton Mesmer, fundador do mesmerismo, e por seu próprio avô. Também lhe apareciam, ditando mensagens de orientação, Teresa d’Ávila e outros benfeitores espirituais.

Sigamos a cronologia. Roustan levou-a, em 1849, para uma sessão no palácio do conde d’Ourche, em Vincennes. Estavam presentes: o conde e a condessa d’Ourche, o barão Louis de Guldenstubbé (possuo sua obra em minha biblioteca) e sua irmã Sônia, o casal De Lagia, o filósofo holandês barão Tiedeman-Marthèse, o sr. e a sra. Roustan, e o sr. Japhet, pai de Ruth-Céline. Funcionou como médium Mme. Abnour, que havia acabado de retornar da América e estava mais familiarizada com os fenômenos de magnetismo. Ruth-Céline, com 12 anos, era a mais jovem dos presentes. Ao término dos trabalhos, Mme. Abnour aproveitou aquele encontro para convidar Guldenstubbé, Roustan e a Ruth-Céline para formar um grupo particular que, com mais a integração de Abbé Chatel e das três demoiselles Bauvais, passaram a se reunir na casa onde então morava o sr. Japhet e sua filha, na rue des Martyrs nº 46. Ao todo eram nove pessoas.

A partir da primavera de 1851, as sessões aconteciam duas vezes por semana, sob a direção do sr. Japhet, que era médium intuitivo, e com Roustan prosseguindo no auxílio médico-espiritual à srta Japhet, cuja saúde, em geral, continuava sempre bastante precária. Ela mesma funcionou ali mediunicamente desde 1851 até 1857, ou seja, dos 14 aos 20 anos.

No ano de 1855, participavam das reuniões: Tierry, Taillandier, Tillman, Ramón De la Sagia, Victorien Sardou e seu filho, o casal Roustan e, naturalmente, o sr. Japhet, a essa altura já viúvo, e a filha Ruth-Céline. Outra importante presença era Adèle Maginot, a médium principal de Alphonse Cahagnet, o maior magnetizador da época. Com ele, praticamente todos os magnetizadores de então iniciaram o aprendizado, inclusive Roustan. Pois bem, Roustan considerava Ruth-Céline médium superior a Adèle Maginot.

Essas sessões copiavam o modelo norte-americano trazido por Mme. Abnour: Ruth-Céline ficava no centro do salão rodeada pelos demais participantes, com as cadeiras em forma de ferradura. Os Espíritos se valiam da tiptologia e, às vezes, da psicofonia. Assim aconteceu e se estendeu até meados de 1864, bem depois de já haver sido lançado O Livro dos Espíritos.

No dia 1º de agosto de 1855, Kardec foi levado a participar das sessões em casa do sr. Baudin

As comunicações recebidas eram consideradas por todos como excelentes, de alto valor instrutivo.

Em 8 de maio de 1855, Allan Kardec assistiu pela primeira vez a uma sessão de Espiritismo (mesas girantes), na residência da sra. Plainemaison, na rue Grange-Batêlier nº 18. Ali conheceu o sr. Japhet e sua filha Ruth-Céline. Ele era guarda-livros (espécie de contador) em casas comerciais.

Victorien Sardou tinha o seu próprio grupo de magnetizadores e há cinco anos vinha frequentando as sessões em casa do sr. Roustan, na rue Tiquetone nº 14. Ele é quem teria passado para Allan Kardec os cinquenta cadernos com as anotações dos Espíritos, ponto de partida de O Livro dos Espíritos. Segundo outras fontes, Carlotti, velho amigo do professor Rivail e que também integrava o grupo, é quem teria repassado os cadernos. Frequentavam essas sessões: Victorien Sardou e seu pai, o professor e lexicógrafo Antoine Leandre Sardou; o futuro acadêmico Saint-Renné Taillandier; o livreiro e editor Pierre-Paul Didier; Tiedeman-Marthèse; e outros.

Naquele exato ano, no dia 1º de agosto de 1855, Allan Kardec é levado a participar das sessões em casa do sr. Baudin, cujas filhas Caroline e Julie atuavam como médiuns, na rue Rochechouart nº 7. A primeira reunião com a presença de Kardec realizou-se numa quarta-feira. Baudin era fazendeiro, cultivava cana-de-açúcar, na ilha da Reunião, território francês no oceano Índico. Nos primeiros momentos, o Codificador quase abandona tudo, dada a frivolidade das sessões. Mas ele mesmo dá novo rumo às reuniões e ali tem início o esboço de O Livro dos Espíritos, seguido da confecção de grande parte da obra. Baudin mudou-se depois para a rue Lamartine nº 32. Ainda em 1855, Allan Kardec é levado por seu amigo Victorien Sardou (outras fontes dizem que o convite partiu do sr. Leclerc) à casa do sr. Japhet, cuja filha contava 18 anos.

Em 1856, Allan Kardec começou a frequentar também as sessões em casa do sr. Roustan, na rue Tiquetone nº 14, onde Ruth-Céline psicografava com a cesta de bico (corbeille-toupie). Durante certo tempo, participou das reuniões nas casas do sr. Roustan e do sr. Japhet. Ruth-Céline Japhet era sempre a médium principal, havendo Allan Kardec assegurado que essas reuniões “eram sérias e se realizavam com ordem”. Tanto mais que ali se manifestou, pela primeira vez, o Espírito da Verdade. (Continua no próximo número.)



Nota do Autor:

Clique em http://vimeo.com/9098617  para ver a palestra “Chico, Diálogos e Recordações” proferida em 9/10/2009, em que Arnaldo Rocha fala sobre o saudoso médium Chico Xavier e confirma a informação contida neste artigo.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

DISCERNIMENTO por Emmanuel



Reunião pública de 26-8-60
Questão n°216





Encarecendo a prática do bem por base da cooperação com os instrutores desencarnados, não será lícito esquecer o imperativo da educação.

Não somente ajudar, mas também discernir.

Não apenas derramar sentimentos como quem faz do peito cofre aberto, atirando preciosidades a esmo, mas articular raciocínios, aprendendo que a cabeça não é simples ornamento do corpo.

Coração e cérebro, sintonizados na criatura, assemelham-se de algum modo ao pêndulo e ao mostrador no relógio. O coração, à maneira do pêndulo, marca as pulsações da vida; entretanto, o cérebro, simbolizando o mostrador, estabelece as indicações.
No trabalho em que se conjugam, um não vai sem o outro.
Tornemos ao domínio da imagem, para clareza do assunto.
Operário relapso não encontra chefe nobre.
Escrevente inculto não se laureia em provas de competência.
Enfermeiro bisonho complica a assistência médica.
Aluno vadio é problema para o professor.

Em qualquer gênero de serviço, é indispensável que o colaborador se interesse pela melhoria dos próprios conhecimentos, a fim de valorizar o amparo que o valoriza.
Tarefa sustentada através do tempo não brota da personalidade. Exige burilamento, disciplina, renunciação e suor.
A educação confere discernimento. E o discernimento é a luz que nos ensina a fazer bem todo o bem que precisamos fazer.


É por isso que Jesus avisou no Evangelho: "Brilhe a vossa luz diante dos homens para que os homens vejam as vossas boas
obras." É ainda pela mesma razão que o Espírito da Verdade recomendou a Allan Kardec gravasse na Codificação do Espiritismo a inolvidável advertência: "Espíritas, amai-vos! — eis o primeiro ensino. Instrui-vos! — eis o segundo.”.

Do livro "Seara dos Médiuns", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier

Decisão e lucidez




A lucidez é algo difícil de reconhecer. De fato, somos "obrigados" continuamente a decidir, escolhendo e rejeitando, renunciando e assumindo uma infinidade de realidades, de entre uma infinidade maior de tantas outras. Perante as nossas escolhas nem todos entendem que fizemos o melhor. 

Nem todos nos reconhecem como pessoas lúcidas que sabem escolher. E nós temos sempre a sensação de poder ter sido mais concretos, mais minuciosos, mais cuidados e prudentes na escolha. 

Não é fácil ser lúcidos e ser reconhecido como tal. Parece que nada na vida é tão evidente que possa ser tido por todos como verdadeiro, bom e agradável. Só mesmo a humildade de quem sabe que pode errar é que faz com que tomemos as decisões e não nos deixamos cair no impasse. Hoje dizia a um amigo: "conheço muitos como tu que se viram de repente sem dentes e com uma bengala nas mãos e sem saberem o que fazer". 

A vida passa e não podemos estar indefinidamente à espera da última palavra para escolher o que é melhor. A humildade faz-nos aceitar a factualidade do engano. E faz também com que sejamos mais lúcidos porque nos dá o bom senso de escutar a sabedoria dos que sabem e da vida, mestra em muitas matérias. 

S. Paulo diz aos Coríntios:

A ciência envaidece, ao passo que a caridade edifica. Se alguém pensa que sabe alguma coisa, ainda não sabe como deve saber. Mas se alguém ama a Deus, é conhecido por Deus. (1Cor 8,1).


Palavras sábias que têm muito para nos ensinar. 


"Quem pensa que sabe alguma coisa, não sabe"

Ilusões





Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!

Bob Marley

Lucidez e dor





A lucidez não tem que ser necessariamente dolorosa, embora resulte inegavelmente do fato de romper com aquilo que nos “cegava” e o abrirmos a visões mais amplas e menos ingénuas das coisas, é um ato de ruptura com as disposições das nossas cabeças e com as nossas vidas e muda radicalmente os nossos vínculos, para o qual quase sempre parece implicar um parto doloroso. 

(…) lucidez e dor são inseparáveis em todos os momentos? 

A felicidade é possível no momento de lucidez? 

O iluminado está condenado à dor da solidão? 

(…) parece ser mais aconselhável o risco da dor da clareza do que viver a felicidade na ignorância. Não acham?

(anônimo)

Avisos sobre o amor - Marta Medeiros




Para meus amigos que estão...SOLTEIROS
O amor é como uma borboleta. Por mais que tente pegá-la, ela fugirá.
Mas quando menos esperar, ela está ali do seu lado.
O amor pode te fazer feliz, mas às vezes também pode te ferir.
Mas o amor será especial apenas quando você tiver o objetivo de se dar somente a um alguém que seja realmente valioso. Por isso, aproveite o tempo livre para escolher .

Para meus amigos...NÃO SOLTEIROS
Amor não é se envolver com a "pessoa perfeita", aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

Para meus amigos que gostam de...PAQUERAR
Nunca diga "te amo" se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.
Nunca toque numa vida, se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém, se não quiser vê-lo derramar em lágrimas por causa de ti.

A COISA MAIS CRUEL QUE ALGUÉM PODE FAZER É PERMITIR QUE ALGUÉM SE APAIXONE POR VOCÊ, QUANDO VOCÊ NÃO PRETENDE FAZER O MESMO.

Para meus amigos...CASADOS.
O amor não te faz dizer "a culpa é", mas te faz dizer "me perdoe".
Compreender o outro, tentar sentir a diferença, se colocar no seu lugar.
Diz o ditado que um casal feliz é aquele feito de dois bons perdoadores.
A verdadeira medida de compatibilidade não são os anos que passaram juntos;
mas sim o quanto nesses anos vocês foram bons um para o outro.

Para meus amigos que têm um CORAÇÃO PARTIDO
Um coração assim dura o tempo que você deseje que ele dure, e ele lastimará o tempo que você permitir.
Um coração partido sente saudades, imagina como seria bom, mas não permita que ele chore para sempre.
Permita-se rir e conhecer outros corações.
Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida.

A DOR DE UM CORAÇÃO PARTIDO É INEVITÁVEL, MAS O SOFRIMENTO É OPCIONAL!
E LEMBRE-SE: É MELHOR VER ALGUÉM QUE VOCÊ AMA FELIZ COM OUTRA PESSOA, DO QUE VÊ-LA INFELIZ AO SEU LADO.




Para meus amigos que são...INOCENTES.
Ela(e) se apaixonou por ti, e você não teve culpa, é verdade.
Mas pense que poderia ter acontecido com você. Seja sincero, mas não seja duro; não alimente esperanças, mas não seja crítico; você não precisa ser namorado(a), mas pode descobrir que ela(e) é uma ótima pessoa e pode vir a se tornar uma(um) grande amiga(o).

Para meus amigos que tem MEDO DE TERMINAR.
As vezes é duro terminar com alguém, e isso dói em você.
Mas dói muito mais quando alguém rompe contigo, não é verdade?
Mas o amor também dói muito quando ele não sabe o que você sente.
Não engane tal pessoa, não seja grosso(a) e rude esperando que ela(e) adivinhe o que você quer.
Não a (o) force terminar contigo, pois a melhor forma de ser respeitado é respeitando.

Pra terminar ...

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata....
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom . .
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutar para realizar todas as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

Martha Medeiros






terça-feira, 7 de outubro de 2014

Responsabilidade e discernimento



Responsabilidade e discernimento: a escolha de um bom caminho para sua vida!

responsabilidade-discernimento

Certo dia participei de uma meditação em grupo e, ao final da atividade, houve um momento para cada um colocar suas opiniões.

Deu-se início a uma conversa sobre alguns temas como: O que é responsabilidade?  Qual a diferença entre julgamento e discernimento?

Como atuar positivamente nas situações que a vida nos coloca?



O verdadeiro significado de responsabilidade

Durante as reflexões, a palestrante conceituou a palavra responsabilidade como a habilidade de responder.

E isso ficou marcado em minha memória: “responsabilidade é a habilidade de responder”.

Para mim essa afirmação clareia o conceito de responsabilidade e tira o “peso dos ombros” de quem se sente responsável.

Responsabilidade é a habilidade natural, que cada um tem, de responder as situações que o mundo oferece, de acordo com sua consciência e sua experiência de vida.



Exemplos de responsabilidade positiva

Precisamos exercitar nossa consciência, no sentido de deixarmos de ser contra algo negativo e passarmos a ser a favor de algo positivo.

Por exemplo:

Não seja contra a violência e a guerra, mas a favor da paz.

Não seja contra o desmatamento das florestas, mas a favor da preservação e do reflorestamento.

Não seja contra o mau humor, seja a favor do sorriso estampado no rosto.

Quando somos contra as imperfeições, estamos justamente as alimentando. Precisamos mudar o foco para sermos a favor da perfeição, pois é esta que deve ser alimentada.



Atuar com responsabilidade é ter discernimento

A palavra discernir pode ser definida como “encontrar dois cernes”, duas sementes, dois âmagos. Ou seja, olhar com discernimento uma situação significar poder encontrar os dois lados da moeda. A situação passa a ter seu lado bom e seu lado ruim.

O discernimento nos traz clareza e nos ajuda a fazer nossas escolhas; nos possibilita a responsabilidade da escolha de ser contra ou ser a favor de algo.

Nesse momento surge o julgamento.



O julgamento faz parte de nossas escolhas

Julgar é tomar decisões para realizar ações.

Devemos então, analisar a situação com discernimento e assumir a atitude que acreditamos ser a mais correta.

É necessário a consciência de que o julgamento é interno, é escolha entre caminhos; nisso consiste um julgamento legítimo e produtivo.

Agora pergunto, qual o seu julgamento sobre isso?  Você concorda ou discorda?



A responsabilidade de atuar positivamente

Para atuar de maneira positiva na vida, observe e aja com discernimento.

Seja a favor do que julga ser o melhor, o perfeito para a situação que se apresenta, assuma a responsabilidade de suas respostas e de seus atos e seja feliz!

O desafio é individual, o resultado universal.

Marcos Simões

Extraído do blog: http://animamundhy.com.br/blog/responsabilidade-e-discernimento-um-bom-caminho

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Discernimento

                                                             


DISCERNIMENTO


Os defeitos mais arraigados são aqueles que tomamos à feição de qualidades.

É preciso discernir:

Apresentação e vaidade;

Brio e orgulho;

Serenidade e indiferença;

Correção e frieza;

Humildade e subserviência;

Fortaleza e segurança de coração.

Quando algum sentimento nos induzir a parecer melhor ou mais forte que os outros, é chegado o momento de procurar a nossa própria realidade, para desistir da ilusão.

De que serve a felicidade dos felizes quando não diminui a infelicidade dos que se sentem menos felizes?

André Luiz

Do livro “Endereços da Paz”

Dê de você mesmo o quanto puder





"Dê de você mesmo o quanto puder! Sabe, quando você se for, a única coisa que vai deixar é a lembrança do que fez aqui."
                     

                                                                    Chico Xavier