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sexta-feira, 2 de março de 2012
Preconceito revela nosso homem das cavernas interior
Uma nova pesquisa revela que, assim como nossos ancestrais das cavernas lutavam por territórios e parceiras, o homem moderno ainda mantém essa mentalidade contra “grupos de fora”.
Os pesquisadores comentam que a visões prejudiciais do homem são motivadas por agressão, enquanto a mulher gera seu preconceito pelo medo, e esses modos psicológicos diferentes evoluíram da nossa história de conflitos entre grupos.
Essa é a premissa básica da chamada “hipótese do homem guerreiro”, formulada por Carlos Navarrete, da Universidade Estadual de Michigan, e seus colegas. Para chegar a suas conclusões, os pesquisadores analisaram a literatura científica e social sobre preconceitos entre grupos, conflitos e seleção sexual.
Eles descobriram que os homens e mulheres tiveram papeis muito diferentes nos antigos conflitos grupais, e essas diferentes posições levaram às psicologias distintas de hoje.
Homens são de Marte
De sociedades pequenas de caçadores até toda a formação dos estados e nações modernos, a história humana é repleta de violentos conflitos entre grupos diferentes. “Esse conflito grupal é primeiramente perpetuado pelos homens, que veem os outros como competição e criam uma psicologia de agressão contra eles”, comenta Navarrete.
No passado, atacar outros grupos permitia que os homens ganhassem acesso a territórios, status e potenciais parceiras. A hostilidade contra “os grupos de fora” continua presente hoje: estudos mostram que os homens são geralmente mais xenófobos do que as mulheres, e têm mais tendência a desumanizar pessoas de outros grupos, descrevendo-os como animais.
Ao mesmo tempo, os homens se identificam mais e cooperam melhor, em comparação com as mulheres, com aqueles do seu próprio grupo. Em um experimento, os homens deixavam mais de lado suas motivações egoístas em causas públicas – que envolviam doar dinheiro para uma organização – quando o sucesso de seu próprio grupo estava em jogo.
Sabendo que os chimpanzés, um dos nossos parentes genéticos mais próximos, formam patrulhas de machos agressivos para proteger as fronteiras, os pesquisadores propõe que esses comportamentos violentos contra grupos de fora vêm de algum ancestral comum.
Mulheres são de Vênus
As mulheres, sendo um alvo principal de homens invasores, desenvolveram um medo de estranhos para se proteger de coerções sexuais e da morte de seus filhos.
Em um estudo anterior, Navarrete descobriu que mulheres brancas avaliam homens negros de maneira diferente, dependendo de onde estão no ciclo menstrual. Elas pensavam mais negativamente, em termos de afetividade e medo, quando estavam mais aptas a ter filhos. Outros estudos descobriram que, independente da raça, as mulheres viam homens com um físico bom de forma pior do que aqueles que parecem mais fracos. Ao juntar isso, os pesquisadores sugerem que as mulheres institivamente evitam pessoas que apresentam uma ameaça reprodutiva maior – homens fortes de outros grupos.
Mas esses medos não levam a guerras. “Nunca houve grupos de mulheres para patrulhar e matar outras mulheres”, comenta Navarrete.
Diminuindo as guerras
David Geary, um psicólogo da Universidade do Missouri que não esteve envolvido no estudo, afirma que ele concorda com a hipótese do homem guerreiro. “O novo estudo está chegando a alguns detalhes sobre a cooperação e competição masculina”, comenta.
Mas essas conclusões, comenta Geary, não significam que todas as guerras são culpa dos instintos sexuais do homem.
“Certamente o motor reprodutivo sexual do homem contribui para competições mais intensas, o que, em algumas condições, pode se expressar de forma violenta”, afirma. “Mas sob outras condições, pode ser uma competição pela melhor ideia para o mercado, ou o melhor chip de computador”.
Navarrete afirma que ele pensa que a hipótese tem implicações claras para diminuir as guerras. Uma, comenta, é “as mulheres conseguirem poder político e tornarem-se mais tomadoras de decisões, o que ajudaria”.
Outra ideia que Navarrete propõe para diminuir os conflitos é eliminar a ideia “dos grupos de fora”, ao trazer todos para uma identidade global. “Então o único grupo de fora seria dos alienígenas”, finaliza. [LiveScience]
Fonte: Hypescience
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