A pessoa é chamada de louca pela pessoa "amiga", de desequilibrada, pegajosa, insegura, imatura, por que ela demonstrou fraquezas ou simplesmente por que se abriu demais, se expôs demais. A pessoa sente afinidade e considera a outra uma amiga, mas essa consideração não é recíproca. Um é amigo, o outro, colega, às vezes nem isso...
Pode acontecer que você goste de conversar com a pessoa e ela te considere um chato, um peso, um incômodo, não retribui a afeição, criticando acremente sua personalidade para os outros , sempre pronta a salientar seus defeitos, erros e não raro, acentuando e debochando de suas imperfeições.
Se você se oferece para ir fazer algo para a pessoa, ela recusa, se você pergunta se pode ir na casa dela, ela está de saída. Por vezes ela possui mais de um número de telefone, mas te fornece apenas um, para o que os outros números possam estar disponíveis para os..... verdadeiramente mais chegados.
Interpreta suas ações de forma distorcida, podendo dizer a você ou a terceiros que você é intrometido ou fofoqueiro ou ela nada diz, ri indiferente a sua oferta, mas na primeira oportunidade que tem, te crítica acidamente por trás, podendo inclusive, acontecer, de outras pessoas usarem informações que você passou para ela em confiança, contra você, para te humilhar. Seja de forma direta, seja com postagens irônicas no face...
Mas, o tempo passa e você, solidário, ao ver a pessoa em dificuldades, se oferece para ajudar, e agora, que você está sendo necessário, com amparo, dinheiro ou qualquer outra forma de auxílio, sua presença, opinião, às vezes muito mais frequente do que jamais fora antes, não é vista como um incômodo, como assédio ou é debochada, não te chamam de fofoqueiro ou te dão foras. Ao contrário você recebe elogios, declarações de amizade, e atitudes suas que antes eram mal interpretadas, são vistas de forma carinhosa e paciente. Agora que você se tornou útil e necessário, portador de alguma solução ou vantagem, a pessoa muda, e você é elogiado, exaltado e aplaudido.
O que mudou no ato de sua presença: tudo. Agora há o interesse do outro. Se antes haviam indiretas contra você nas redes sociais, agora há elogios, públicos ou velados, frutos das necessidades de ocasião.
Depois disso poderá ser que surjam laços de verdadeira amizade, mas não raro, as pessoas egoístas, isoladas tribalmente, só conseguem dar carinho, aos parentes mais próximos e às pessoas que, não sendo da família estejam ou tenham tido um relacionamento amoroso, esposa/o ou namorada/o com a mesma. Ou seja, que lhes deem ou tenham dado momentos de prazer físico-sensório.
Quanto mais presa aos conceitos terra a terra a pessoa é, maior a sua incapacidade de sentir amizade fraterna, que exige algum grau de reciprocidade, e não o " me dá, me dá" do egoísta inveterado, daí que se os benefícios rareiam, sua gratidão com relação ao outro encurta, retornando o tratamento de distanciamento.
Esses pseudo-amigos não devem ser escorraçados, nosso intuito ao escrever sobre esse tema não é esse. Mas apontar o fato de que vivemos em um mundo ainda muito animalizado, por isso devemos evitar criar expectativas em cima das pessoas, imperfeitas como nós mesmos o somos, não transferindo a ninguém o peso ou a responsabilidade de nos cativar.
A verdeira amizade é, acima de tudo um ato espontâneo e recíproco. Exigências, ciúmes e cobranças não cabem, são, ao contrário o caminho mais rápido para a decepção e o endurecimento do coração.
Num mundo em que o interesse pessoal predomina, fica difícil relações de amizades puras. Daí o número imenso de relações vazias, traições e atrações eminentemente egóicas.
"A ingratidão é um dos frutos mais imediatos do egoísmo, e revolta sempre os corações virtuosos."(Allan Kardec, Evangelho segundo o Espiritismo)
Melhor amigo, amizade atemporal, amizade raríssima, são quase que uma benção.
Feliz daquele que realmente os tem. Não amigos da boca para fora, que vivem dizendo " te amo amigo", mas amigos que se sentem bem com a sua presença, e que não querem obter vantagens, elogios, presentes, de você.
Amigo verdadeiro é coisa para se guardar do lado direito do peito, para sempre.
Se sua amizade passou pela prova do desinteresse, se ela te deu a mão e não usou o que você disse contra você ou manipulou informações para que ficasse bem na fita e você saísse como um condenado ou um imbecil, se essa amizade te deu amparo, te ofereceu a casa, a guarida, a comida e o sorriso e nada pediu em troca, o fez pelo carinho que tem a você. Se pessoas assim existem ao seu lado...
Meu irmão, você é um abençoado!
Não perca essas pessoas de vista.
Tenha a esses corações afins uma profunda gratidão por existirem, estejam próximas ou distantes. São o amapro da jornada e devem ao coração grato, vibrações de fraternidade. Tenha a essa amizade gratidão ,carinho, atenção. Isso é um AMIGO.
Assim, ainda que percebamos a fraqueza das amizades ao nosso derredor, (as vezes parece que só existem colegas, nunca AMIGOS), não nos endureça o coração, antes entendamos que num mundo tão materializado como nosso, amizades puras são raras e almas limitadas e dúbias são a maioria.
Mas não nos revoltemos quanto a isso, apenas entendamos que essas pessoas não são amigas, mas que devemos ampará-las no que for possível, sem dar-lhes o quinhão da intimidade, que lhes pesaria, pois não guardam de fato uma relação de amizade profunda para conosco, que fazer?
O egoísmo faz com que as pessoas adorem ser elogiadas e queiram ganhar favores e mimos, mas são incapazes de retribuir. Por vezes, nem mesmo lembrando da data de seu aniversário ou, mesmo que lembrem, pois o facebook hoje alerta as pessoas do mesmo, são indiferentes/displicentes a isso; Às vezes gestos simples como o não te chamar para participar de suas datas festivas demonstra que apesar da consideração que você tenha, ela não é recíproca, essas atitudes não devem deixar, no entanto, que endureçamos nossas almas.
A desconsideração alheia, vejam bem, denuncia de fato, o estado daquela alma, e isso, deve ser objeto de nossa compaixão e não de nossa cobrança.
Não são de fato amigos, seu egoismo não lhes permite ser, mas isso não significa que devamos negar-lhes nossa assistência. Não.
Saber que não são amigos do peito, deve ser antes um antídoto, para que não usemos as pessoas como muletas emocionais. Ninguém salva ninguém, e de fato, a maioria das pessoas se quer tem esse interesse.
Querem resolver seus dramas, consertar seus brinquedos quebrados, encontrar o par perfeito e ficar postando frases bonitas nos blogs e no face. Almas vazias que merecem nosso afeto, nosso amparo, nossa compaixão, mas que não podemos confundir como sendo amigas.
Demos-lhes assistência, amor e pão, mas não nos iludamos, não criemos expectativas, ainda que elas façam declarações de amizade.
Palavras, leva-as o vento. Verdadeira amizade se mostra com atitude. Palavras bonitasconseguem seduzir, mas só através das atitudes, pequenos detalhes, às vezes, perceberemos que se trata de um amigo e não de um colega.
Dê-lhes o amor que ampara e auxilia no seu progresso, mas não se torne marionete em suas mãos, nem ceda as chantagens, muito menos lhes dê intimidade, que invariavelmente poderá ser utilizada, você saiba ou não, contra você. Por que como não há verdadeira simpatia, em geral há uma surda disputa, e todo traço seu negativo poderá ser utilizado contra você.
E atente que, se você está cercado apenas por pessoas que você percebe, não estão receptivas a uma amizade profunda e fraterna, com claras mostras de desconsideração, ausência de admiração e crítica rápida e fácil, não esqueçamos, o acaso não existe, e quando dizemos isso não é para justificar os infortúnios cotidianos com a ideia de vidas passadas. Mas lembrar que as circunstâncias ao nosso redor ocorrem devido as atitudes que tomamos com relação ao mundo e isso é fruto de nossas escolhas, ainda que não percebamos tal fato. ( Diga-se de passagem, a maioria não só não percebe, como nega que o responsável por tal estado de coisa é ela mesma, fruto de suas atitudes de hoje)
Mas do que pensar em dívidas de vidas passadas, no caso abordado: as pseudo amizades, a afinidade acontecendo com apenas uma das pessoas, a incompreensão alheia e a ingratidão.
Queremos dizer que essa sensação de ausência de vera amizade possa ser, quem sabe, fruto das escolhas, fruto dos ambientes, fruto de desrespeito consigo mesmo, da preguiça mental, da mesmice, do comodismo de mudar de ambientes, de apegos a pequenos ganhos, de apegos a imagens e não a conteúdos, ao gosto por frases que não se provam ou seja, a toda uma postura para com a vida com ausência de reflexão, de auto-estima, e sobretudo de uma ausência de disposição para com a vida, entendendo os sinais deixados plea experiência como convocações para o crescimento emocional, espiritual, estético, financeiro, enfim. Abraçando a vida sem ficar preso a pessoas e locais em que fica claro a ausência de afinidade. Buscando sair para avida, aprender coisas novas, olhar para novas possibilidades e questionar sempre suas crenças e valores. Conseguindo pouco a pouco encontrar coisas legais para fazer, que gosta, que sente prazer e pessoas afins ao nosso jeito de ser. Sem com isso se prender a elas e/ou criar expectativas...
Nossos medos de errar, de se posicionar, de ser independentes, de mudar para melhor, por vezes explica o por quê de tanta gente não afim, ao seu redor.
No entanto, que a ingratidão alheia não nos faça parar de assistir. Que possamos estar sempre receptivos as necessidades dos outros. Sem deixarmos que nos manipulem, pois todos somos carentes, e nosso egoismo acentuado, por vezes não permite a construção de amizades sinceras e espirituais.
Este artigo dúbio, pois fala de duas questões aparentemente antagônicas: insinceridade de amizade e servir ao próximo,
quer salientar que se amizades profundas são raras, não devemos por isso, nos magoar ou congelar o coração perante o imenso egoísmo interesseiro que graça por todo canto.
Antes, entendendo que o homem é um ser educável, se você tiver grandes amigos de alma, leais e de grande afinidade e simpatia valorize-os, cative-os, esteja próximo a eles, não espere que venham a você, demonstre sua gratidão se aproximando, amparando, valorize essa amizade, retribuindo a gratuidade da amizade sincera que essas pessoas especiais te ofertaram. E, se você identificou que as pessoas ao seu redor não são assim, são mais para colegas ou amigos , mas de retórica, não se magoe, não se deprima, não seja exigente, doe você de si, abra seu coração e os acolha, como assistidos, como doentes da alma, sem jogar neles o peso de uma amizade forçada. Que seja pela falta de afinidade, seja pelo egoismo de nosso mundo contemporâneo, individualista e indiferente, seja pela seletividade que faz com que escolhamos amizades e relações baseadas em ostentações, status social, interesses e ganhos, seja mesmo por que nós mesmos não criamos laços de simpatia ou somos pessoas agradáveis, belas ou posudas para atrair a a tenção das pessoas, elas não podem retribuir essa amizade, ainda que digam o contrário, e isso não deve ser objeto de frustração, antes desafio para o altruísmo, a ampliação de nossa auto-estima (precisamos gostar de nós mesmos e não criar dependências em cima da aprovação alheia).
Saindo da armadilha confortável da mágoa ou da desilusão, que nos leva a se tornar mais um ingrato no mundo.
Que saibamos que a amizades profundas são lances de afinidades e que se constroem lentamente, daí que as verdadeiras são raras, pois levam vidas pra serem sedimentadas.
Entendamos assim que não devemos cobrar atitudes ou gratidões, admirações ou reciprocidade de atitudes de ninguém.
Essa pessoa não é uma pessoa amiga, mas é teu próximo.
É alguém o qual percebemos defeitos e imperfeições e por isso mesmo devemos estabelecer uma relação mas assistidora do que uma relação de intimidade, evitando assim cair nas cobranças e criando condições de servir INCONDICIONALMENTE. Não por ser o GRANDE amigo, mas por ser um ser humano, com seus limites, defeitos, virtudes e afinidades, como eu e você.
Fazendo assim, não cobramos nada de ninguém, o egoismo e a desconsideração dos outros não congelarão nossas boas intenções, nem dará aquela vontade de ir morar no campo, longe de tanta superficialidade. A tendência a ermitão é por vezes, o nosso egoísmo dizendo, "também eu que cobro tanto, talvez não seja, o amigo que gostaria de ter. "
Se formos esperar que as pessoas sejam amigas sinceras para lhes ajudar, nunca faremos nada de bom neste mundo.
Mas o auxilio deve ser amplo, não circunscrito a uma pessoa que por carinho, tenhamos uma maior vontade de cuidado. Devemos ampliar nosso auxílio, sobretudo Àqueles que mesmo não sendo de nosso circulo familiar ou de amizade, é carente, é física ou mentalmente incapaz.
Sirvamos e caminhemos, sem esperar dos outros consideração ou mesmo amizade sincera, pois toda expectativa colocada em cima de ombros falíveis estão fadados a trazer desilusão.
"Se seu coração é grande, nenhuma ingratidão o flecha, nenhuma indiferença o cansa"
Leon Tolstoi
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