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domingo, 30 de novembro de 2014

Saiba como evitar um AVC

 


A maioria dos fatores de risco, como colesterol alto e hipertensão, pode ser controlada

LETÍCIA GONÇALVES 

O AVC é responsável pela morte de cinco milhões de pessoas no mundo a cada ano, de acordo com a OMS. No Brasil, a doença mata mais que o infarto: são mais de 100 mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde. Outro dado alarmante é que um em cada seis brasileiros corre risco de sofrer um derrame. 


"Popularmente conhecido como derrame, o acidente vascular cerebral é uma alteração do fluxo de sangue no cérebro, que ocorre por falta ou extravasamento de sangue em alguma região do corpo", explica o neurologista André Lima, do Hospital Barra D'or, especialista em prevenção dessa doença. 

Mas é possível se prevenir de um AVC, já que a maioria dos fatores de risco para o quadro clínico pode ser evitada. "Quanto mais idade a pessoa tiver, maiores são as chances de derrame e, por isso, os cuidados devem ser redobrados", alerta o 

neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas e Santa Catarina. Conheça esses fatores e saiba como combatê-los, além de ficar atento aos sintomas. 

Colesterol alto


O excesso de colesterol no sangue aumenta o espessamento e endurecimento das artérias. "Placas de colesterol e conteúdos gordurosos se depositam lentamente na artéria, fazendo com que ela se feche aos poucos e impeça a passagem de fluxo sanguíneo", explica Maurício Hoshino. Esse processo provoca arteriosclerose - endurecimento das artérias - e prejudica a oxigenação do cérebro, aumentando o risco de AVC. 


Sedentarismo e obesidade


A prática de exercícios físicos é fundamental para controlar praticamente todos os fatores de risco de AVC. Por outro lado, 


a falta desse hábito e a obesidade só aumentam as chances. "Pressão alta, colesterol elevado, diabetes e doenças cardíacas 


são complicações decorrentes do excesso de peso e precisam ser prevenidas e controladas com bons hábitos, o que inclui 


atividade física regular", alerta Maurício Hoshino.  


Má alimentação


Uma vez que diabetes, colesterol, obesidade e hipertensão aumentam as chances de AVC, todos os cuidados para controlar 


essas doenças servem de prevenção - e a alimentação ganha destaque. Fazer uma dieta balanceada, moderar o consumo de sódio 


(para pressão alta), evitar alimentos ricos em colesterol e gorduras saturadas (frituras), controlar o consumo de açúcar 


(para diabetes) são alguns dos hábitos que devem fazer parte da rotina.



Pressão alta


A pressão alta ocupa o topo do ranking de maiores causas de acidente vascular cerebral. O neurologista André Lima explica que as paredes internas das artérias sofrem traumas por causa do fluxo do sangue mais forte. "Esses traumas formam pequenos ferimentos nas paredes, que podem obstruir a passagem do sangue (AVC isquêmico) ou romper a parede da artéria (AVC hemorrágico)", explica.


 É possível, entretanto, controlar a hipertensão com medicação e hábitos saudáveis, como reduzir o consumo de sal da alimentação e praticar exercícios. 







Excesso de açúcar no sangue


O excesso de glicose no sangue - característica do diabetes - aumenta a coagulação do sangue e o deixa mais viscoso. "Isso diminui o fluxo de sangue das artérias e pode levar a um AVC", conta André Lima. Além disso, é comum que pessoas com diabetes também apresentem sobrepeso, colesterol alto e pressão alta - todos fatores de risco de derrame cerebral. Mas vale lembrar que esses problemas - inclusive diabetes - podem ser controlados com tratamento médico regular e hábitos de vida saudáveis.


Os riscos que a Diabetes Tipo 2 representará em sua vida serão muito importantes para motivá-lo a evitar uma dieta pobre. 


Algumas complicações surgem rapidamente, enquanto outras progridem muito devagar. Os tipos de complicações que podem surgir com a diabetes incluem:

Diminuição do fornecimento de sangue à pele e aos nervos. 

Substâncias gordurosas e manchas de sangue nos vasos sanguíneos 9chamado de Aterosclerose).

Risco aumentado de falha cardíaca e convulsões,cãibras durante caminhadas.


Visão permanentemente prejudicada.


Falha renal (rins).


Danos nos nervos (com dormência, dores e perda de funções).


Inflamação, infecções e pele quebradiça.


Angina (dor cardíaca), etc.


Tabagismo


Substâncias do cigarro fazem com que a coagulação do sangue aumente. Com isso, o sangue fica mais grosso e fluxo nas artérias, por sua vez, fica prejudicado, aumentando as chances de um derrame. "Pessoas que fumam e usam contraceptivos orais têm riscos maiores ainda, pois os hormônios dos anticoncepcionais também interferem na coagulação sanguínea", explica André Lima.  


Doenças do coração


De acordo com o neurologista André Lima, arritmias cardíacas podem formar pequenos coágulos dentro das artérias e veias do coração. "Esses coágulos podem ser enviados às artérias cerebrais, provocando um AVC isquêmico", explica. 

O neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas, de São Paulo, também lembra que há uma série de problemas do coração que podem atrapalhar o fluxo sanguíneo e aumentar as chances de derrame. "Um deles é o Forame Oval Patente (FOP), uma má formação do coração que atinge 15% da população e faz com que coágulos que deveriam ser filtrados pelo pulmão permaneçam na circulação, aumentando o risco de AVC, inclusive, em jovens", explica.  


Sintomas do AVC


Quem sofrer um AVC do tipo isquêmico (com incidência três vezes maior que o tipo hemorrágico) tem até quatro horas e meia para ser socorrido e reduzir o risco de sequelas ou risco de morte, como explica o neurologista Maurício Hoshino. "É possível perceber os sintomas através da sigla SAMU, que significa dar um Sorriso, para verificar desvios na boca; tentar dar um Abraço, para ver se há dificuldade de levantar os braços e tentar cantar uma Música, para ver se há dificuldade de fala e processamento do cérebro", conta.  

Infelizmente, Hoshino conta que menos de 5% dos pacientes que frequentam o Hospital Santa Catarina e Hospital das Clínicas, onde ele trabalha, chegam antes do período de quatro horas. 



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