A aura é o envoltório fluídico do homem, fruto das irradiações e expansões de seu perispírito. Kardec nos coloca que "cada ser tem o fluido próprio, que o envolve e o acompanha em todos os seus movimentos, como a atmosfera acompanha e envolve cada planeta. A irradiação dessas atmosferas individuais é variável, quanto à extensão; no estado de repouso completo do Espírito, pode ser de alguns passos, mas agindo à vontade, pode estender-se indefinidamente" (O.P., "Introdução ao Estudo da Fotografia e da Telegrafia do pensamento").
Para o estudo da aura humana, convém fixar os seguintes detalhes:
1) além do corpo físico, há uma camada leitosa, emanação do próprio corpo. É a aura, material, à qual se dá o nome de duplo etéreo, duplo etérico, ou aura vital, comum a todos os seres orgânicos, existindo, portanto, nos vegetais, nos animais e nos homens. Esta aura material, emanação de nosso corpo físico, interpenetra-o, ao mesmo tempo em que parece dele emergir, emitindo, continuamente, uma emanação energética que se apresenta em forma de raias ou estrias que partem de toda a sua superfície.
André Luiz, esclarece: "Considerando-se toda célula em ação por unidade viva qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações, e que essas radíações se articulem, através de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear por "tecidos de força", em torno dos corpos que as exteriorizam" (Evolução em Dois Mundos, Cap. XVII). André Luiz também cita-o como "os eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, seu conjunto, como sendo o duplo etérico, formado por radíações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico. (Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 11, pág. 98-99).
A câmera Kirlian é uma máquina que consegue fotografar as emanações de um corpo submetido a um campo elétrico de alta voltagem e de baixa amperagem, e foi desenvolvida pelo pesquisador russo Semyon Davidovitch Kirlian, 1939, na antiga União Soviética, na Universidade de Kirov. Há muita polêmica sobre os resultados das pesquisas com as fotos Kirlian, como sobre o que realmente ela é capaz de registrar, e a ciência oficial ainda não reconhece a validade de suas pesquisas.
Sabe-se que a fotografia Kirlian (ou efluviografia) não é capaz de fotografar a aura humana em toda a sua complexidade, mas registra um campo de emanações materiais, irradiações energéticas humanas. Essas emanações ou eflúvios, foram denominados por alguns autores de bioplasma, e de irradiações bioenergéticas por outros, que nada mais são do que a aura material. O fenômeno Kirlian aparece também nos objetos inertes. As reações físico-químicas que ocorrem em cada átomo, despertam reações elétricas e magnéticas, que escapam pela superfície destes corpos, permitindo que essa energia possa ser detectada pela foto Kirlian.
2) interpretando e exteriorizando a aura material, nos homens existe uma camada fluídica, emanação do perispírito, em forma oval, formando a aura humana propriamente dita.
"Todos os seres vivos, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um halo energético que lhes corresponde à natureza. No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada, pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura.
"Aí temos, nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a aura humana, peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo em que parece emergir dele, à maneira de campo ovóide, não obstante a feição irregular em que se configura, valendo por espelho sensível em que todos estados da alma se estampam com sinais característicos e em que todas as idéias se evidenciam plasmando teias vivas quando perduram em vigor e semelhança, como no cinematógrafo comum" (Evolução em Dois Mundos, Cap. XVII).
De acordo com Kardec,
"os movimentos mais secretos da alma repercutem no envoltório fluídico" (GE., Cap. 15, item 15), é assim que uma alma pode ler outra alma como um livro, vendo o que não é perceptível aos olhos do corpo. Constitui, portanto, a aura humana a fotosfera psíquica do homem, apresentando cores variadas, segundo a onda mental emitida, retratando-lhe os pensamentos em cores e imagens, conforme os objetivos escolhidos, nobres ou deprimentes. André Luiz cita um aparelho do plano espiritual, o psicoscópio, que "destina-se auscultação da alma, com o (poder de definir-lhe as vibrações e com capacidade para efetuar diversas observações em torno da matéria [...] a moralidade, o sentimento, a educação e o caráter são claramente perceptíveis, através de ligeira inspeção" (Nos Dominios da Mediunidade, Cap. 2, pág. 21-22).
Finaliza André Luiz:
"A aura é, portanto, a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do Espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas Inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa [...] É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços de mediunidade na Terra" (André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, Cap. 17. Pág. 130) .
Emmanuel se pronuncia nesse sentido na seguinte passagem:
"... na vida comum, a alma entra em ressonância com as correntes mentais em que respiram as almas que se lhe assemelham. Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos. E que sentindo, mentalizando, ralando ou agindo, sintonizamo-nos com as emoções e idéias de todas as pessoas, encarnadas ou desencarnadas, da nossa faixa de simpatia. Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal, segundo a direção que escolhemos" (Pensamento e Vida, Cap. 8, pág. 40-41).
É nessa região também que se estabilizam nossas formas-pensamento ou ideoplastias (Veja André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade, Cap. 19, pág. 137-138), que Kardec denomina de criações fluídicas ou fotografia do pensamento: "O pensamento, criando imagens fluídicas, reflete-se no envoltório perispiritual como num vidro; aí toma um corpo e se fotografa de alguma sorte" (GE., Cap. 14, item 15). São condensações de matéria mental que emitimos reiteradamente (várias vezes, com muita intensidade), corporificando-se em imagens ou figuras que povoam a nossa imaginação, e transformando-se em energias cristalizadas com atuação benéfica ou maléfica, conforme o tipo de fluido que as origina.
A aura espiritual compõe-se:
a) de um campo estável, fundamental, indicativo do caráter das pessoas e de seu grau de espiritualidade (parte fixa);
b) de faixas ondulantes que revelam as reações do Espírito encarnado às inúmeras circunstâncias da vida exterior (parte variável);
c) conjunto de estrias que são cintilações, radiações que indicam impulsos momentâneos, de caráter passageiro.
Nos trabalhos de cura espiritual, os videntes são chamados a proceder a exames espirituais para determinação de perturbações físicas e psíquicas; isso impõe a necessidade de conhecimentos sobre o corpo humano e do Perispírito, do qual a aura é uma espécie de espelho exterior. Os médiuns, para fazerem exames espirituais, devem, apenas, deter-se no campo fixo, estável, da aura. Ela reflete saúde, doença, caráter, os pensamentos, sentimentos, virtudes e vícios. Sabemos que, quanto mais evoluído o Espírito, mais clara, mais homogênea e mais expandida sua aura. Quando nossos pensamentos estiverem em padrão vibratório elevado, em prece ou estudos edificantes, por exemplo, nossa aura apresenta-se maior e mais iluminada. Nas moléstias graves, a aura se desvanece.
Há consenso sobre a composição da aura e suas partes, mas quanto à coloração, o significado e proporções referentes a cada aspecto da aura podem variar. As cores variam juntamente com os tipos de pensamentos e atitudes, com a nossa personalidade e com nosso grau de evolução, refletindo também o nosso estado de saúde.
Sobre algumas cores e seus significados há interpretações semelhantes, mas há inúmeras variações, ou seja, de acordo com a sua intensidade, tamanho, local e tempo de permanência (se constante ou momentânea). Por exemplo, a cor vermelha pode significar atividade muito grande quando está sempre presente na aura.
Uma atitude de prece indica aura em cor azul-prata. Na prática de estudos edificantes, aura amarelo-pálido. Sentimento de amor, aura rosada. Na tristeza, depressão, temor, a aura registra uma cor cinza-escuro; nos casos de vingança, violência, rancor ou ódio, a aura se reflete em vermelho-escuro. Ambientes pacíficos, pensamentos elevados, resultam em efeitos límpidos, brilhantes, e com idéias destrutivas e vibrações negativas, têm-se auras com estrias escuras.
A leitura da aura é uma técnica de avaliação das condições espirituais das pessoas através da vidência. Mas é ponto pacífico no Espiritismo que a vidência não oferece nenhuma condição de segurança para servir como instrumento de pesquisa" (Herculano Pires, em Mediunidade, Cap. 13, pág. 111). Do que foi exposto, conclui-se que a interpretação das cores da aura pelos médiuns videntes requer muito cuidado, experiência e reservas quanto ao seu significado.
Na desencarnação, a aura material ou duplo etéreo permanece no corpo físico e depois de algum tempo se decompõe, devolvendo suas propriedades ao reservatório da natureza. A aura, propriamente dita, segue com o Perispírito, refletindo a ação e a natureza do Espírito.
Bibliografia
Mecanismos da Mediunidade, caps. I, IX, X e XI- André Luiz
Evolução em Dois Mundos, cap. XVII - André Luiz.
Passes e Radiações - Edgard Armond.
Passes e Curas Espirituais - Wenefledo de Toledo.
Mediunidade (Vida e Comunicação), caps. IV e XII - Herculano Pires
Evolução em Dois Mundos, cap. XVII - André Luiz.
Passes e Radiações - Edgard Armond.
Passes e Curas Espirituais - Wenefledo de Toledo.
Mediunidade (Vida e Comunicação), caps. IV e XII - Herculano Pires
Fonte: www.centroespiritadaconsolacao.org.br
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