Alguém no referido forum havia especulado sobr e kardec ser a reencarnação de Elias tese especulativa escrita por confrade aqui do Rio.
E aí eu escrevi:Nem Chico, nem Kardec foram Elias« Responder #6 em: 06 de Novembro de 2005, 03:26:01 »
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Kardec não era Chico, nem foi Elias, muito menos João Batista. Olha só aonde chegamos: Fantasias bíblicas para aqueles que vêem no livro histórico-tradicional a palavra de Deus. Assim, vinculando as figuras bíblicas, ao movimento espírita estaríamos respaldados biblicamente.
Assim, Chico seria Kardec que seria Elias que seria João Batista que foi dito por Jesus ser o maior de todos depois do Cristo. Esquece-se como foram elaborados os textos do Novo Testamento. Esquece-se do resto do texto que dará maior luz sob o contexto de tal afirmação:“Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior do que João, o Batista e, no entanto, o menor no reino dos céus é maior do que ele.desde os dias de João batista até agora, o Reino dos Céus foi tomado pela violência e violentos se apoderaram dele. Porque todos os profetas bem como a Lei profetizaram até João. E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que deve vir. Quem tem ouvidos ouça.” Mateus 11, 11-15.Lógico que um texto tem contexto cultural e diversidade de apropriações e interpretações. Portanto, esse breve comentário não pretende ser a verdade no país das teologísses. Mas uma possibilidade de percepção, dentre outras:Jesus está se referindo não a superioridade evolutiva de João batista- Elias, sobre todos os outro seres humanos. Mas afirmando que este indivíduo que fora Elias e depois reecarnou-se como João estava ligado a uma forma de ser profeta: violenta, inflexível e partidária que os não diferenciava, até então, da maioria das pessoas.A partir de Jesus, tudo seria diferente, ele inaugura uma Nova Forma de agir e de ser. Por isso Elias/João, era grande na Terra .
Por isso Elias/João, era grande na Terra mas no plano espiritual, não. Ele não havia atingido o Reino dos Céus que se atinge não cortando cabeças (Elias)ou xingando asperamente as pessoas em erro(João). Mas amando.A mensagem de Jesus inaugura um novo paradigma que efetivamente leva a pessoa ao reino dos céus. “Quem quiser ser o primeiro que seja o Último”, servir ao próximo, amar ao próximo, “Quem é meu próximo?”, Jesus invectiva a renúncia do interesse pessoal e o devotamento a humanidade. Isto posto, vemos que a partir de uma noção errada, calcada em um percepção ingênua de evolução: depois de Jesus “fulano é o mais evoluído do mundo”, logo, fulano é Kardec. Kardec é o espírita mais evoluído, logo ele é Chico. Vamos de meia verdade a meia verdade, perdendo tempo e inserindo a Doutrina Espírita no reino da fantasia.
Abdicamos da ponderação kardequiana, positiva, desapaixonada, para o biblismo apologético. Renunciamos aos estudos, seguimos os achismos, mediúnicos ou não e aceitamos escritos. Está faltando não é pureza doutrinária, coisa que nos tornamos craques, esquecendo que muitos destes puristas zelosos, apenas criam campo para suas versões pessoais, disto ou daquilo. (Nada de novo, a história humana foi e é escrita por muitas dessas disputas de poder que perpassam todas as atividades humanas, inclusive e muito notoriamente, no campo religioso. )Está faltando pautarmos nossas análises com o mesmo bom senso de Kardec, que na introdução do Evangelho seg o Espiritismo avisava-nos da problemática das interpretações dos textos bíblicos e as teologias. O papel aceita qualquer coisa. E podemos ter a opinião que quisermos, o que não podemos é jogar a proposta espírita propugnado por kardec e continuada bravamente por L. Denis, Delanne e durante tantas décadas tão lúcida,amorosa e sabiamente por Chico Xavier ser jogada num conjunto de análises que visam transformar pessoas que dedicaram com muitos esforços, lágrimas e renúncias em santos, quase deuses.
Achismos bem formulados em escritos bem diagramados não se tornam verdades doutrinárias. Mensagens mediúnicas isoladas e emitidas por médiuns que sempre tiveram opiniões pessoais que apenas referendam as opiniões de um médium ou de um grupo, também não. Nem a Doutrina Espírita, muito menos Kardec, precisam dessa verticalização bíblicizista . A Reencarnação é um conceito sério que deve nos levar a reflexões profundas sobre nosso autoconhecimento, nossas vaidades e nossas idolatrias. E não para cairmos em velhas repetições de um passado reencarnatório tumultuado, no qual como sabemos buscava-se ganhar notoriedade politico-social sendo o defensor de verdades doutrinárias absolutizantes.
Podemos ter a opinião que quisermos sobre quem foi a reencarnação de quem, mas e principalmente no caso Kardec-Chico Xavier, pilares do espiritismo brasileiro. Devemos deixar bem claro, a mídia e ao público espírita e não espírita que se trata de opinião pessoal. E a melhor postura, ao meu ver, seria esperar que outros médiuns, menos comprometidos com o tema, oriundos de fora de Minas Gerias, e mesmo de outros países pudessem vir a confirmar tais invectivas, e, só assim divulgar as páginas mediúnicas, sem pressa de rápida divulgação. Como, exemplarmente fez D. Yvonne Pereira no caso das cidades espirituais. Esperou anos até que saísse a obra Nosso Lar para só aí divulgar o seu maravilhoso “Memórias de um Suicida.” E olha que neste caso era um trabalho mediúnico de boa cepa. Desinteressado. O que não ocorre no caso “Kardec ser C.Xavier.” Que : “se non è falso è male trovato”
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