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quinta-feira, 31 de julho de 2025

segunda-feira, 28 de julho de 2025

terça-feira, 22 de julho de 2025

O BRILHO QUE ENCANTA

 O BRILHO QUE ENCANTA


O brilho que encanta,
cada face,
cada ser,
cada sorriso,
é único e especial.
A alma que emana alegria,
contamina tudo ao seu redor,
traz amor e paz no coração.
Brilho no olhar;
ninguém consegue apagar.
Seja você e ilumine-se.
Pessoas são diferentes,
cada qual com a sua personalidade.
e autenticidade.
Quem propaga luz,
terá a sua beleza reservada.
Retornará com mais intensidade e mais brilho mesmo se o tempo passar.
Deixará a sua marca.
Cada raio de luz que incidir,
seu coração vai se abrir,
vai iluminar o caminho que você percorrer e de quem levar com você.
Às vezes o que importa é mostrar que se importa.
O seu brilho é único e você quer que todos brilhem também.
Seja sempre luz por onde passar e não esqueça,
ela retornará a você.

Silvana Amato
Julho 2025

Ishi: a última voz de um mundo silenciado

 Ishi: a última voz de um mundo silenciado

Em 1911, um homem faminto emergiu das sombras da selva da Califórnia, próximo a Oroville. Suas costelas marcavam a pele escurecida pelo sol; seus olhos, porém, carregavam uma história que nenhum livro ousara contar. Era o último conhecido do povo Yahi, um ramo da nação Yana, devastada por décadas de massacre, doença e deslocamento — feridas abertas durante a Corrida do Ouro.
Por anos, sobreviveu sozinho nas montanhas, guiado apenas pela terra, pelos rituais da memória e pelo silêncio que a solidão impõe. Sem tribo, sem abrigo, sem ninguém que conhecesse seu nome — porque, segundo a tradição Yahi, um nome só pode ser dado por outro. E já não havia outro.
Quando finalmente desceu à cidade, não foi apenas um homem que caminhava — era um povo inteiro, uma cultura inteira, que entrava na história com passos silenciosos.
Os antropólogos da Universidade da Califórnia, Berkeley, o acolheram com respeito e espanto. Entendendo a profundidade do seu silêncio, chamaram-no de “Ishi”, a palavra Yana para “homem”. Para eles, ele não era apenas objeto de estudo, mas uma biblioteca viva de um mundo em extinção.
No museu da universidade, em São Francisco, Ishi compartilhou o que o tempo não conseguiu apagar: como moldar pontas de flechas com obsidiana, como acender o fogo sem fósforos, como falar uma língua à beira do silêncio eterno. Mas mais do que técnicas de sobrevivência, ele ensinou dignidade — resistência sem alarde, sabedoria sem vaidade.
Visitantes vinham esperando encontrar uma relíquia do passado. Em vez disso, encontraram um homem de humor sereno, presença firme e uma humanidade que atravessava séculos.
Ishi morreu em 1916, vítima de tuberculose — apenas cinco anos após seu primeiro contato com o mundo moderno. Mas nesse curto tempo, sua existência redesenhou a forma como a história indígena era compreendida. Ele não foi apenas “o último da sua tribo”, foi o último a lembrar — com a alma inteira — de uma civilização apagada pela colonização.
Hoje, Ishi é lembrado não pelo fim que representou, mas pela presença que ofereceu. Gentil, resiliente, silenciosamente grandioso.
Sua vida é um lembrete pungente de que, mesmo quando uma voz é quase silenciada, ela ainda pode ecoar através do tempo — com verdade, com coragem, com humanidade.

Revendo o antigo corpo físico

segunda-feira, 14 de julho de 2025