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quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Proteção Materna
Esta é uma história verídica de sacrifício da mãe durante o terremoto no Japão.✓
Após o terremoto tinha diminuído, quando os socorristas chegaram as ruínas da casa de uma jovem mulher, que viu seu corpo morto através das rachaduras. Mas sua pose foi de alguma forma estranha que ajoelhou-se sobre os joelhos, como uma pessoa estava adorando; seu corpo estava inclinado para a frente e as duas mãos estavam apoiando por um objeto. A casa desabou caiu de costas e a cabeça.
Com tantas dificuldades, o líder da equipe socorrista colocou a mão através de uma abertura estreita na parede para alcançar o corpo da mulher. Ele estava esperando que essa mulher poderia ser ainda viva. No entanto, o corpo frio e duro lhe disse que ela tinha falecido com certeza.
Ele e o resto da equipe deixaram esta casa e estavam indo para pesquisar o próximo edifício desmoronou. Por algumas razões, o líder da equipe foi impulsionado por uma força convincente para voltar para a casa de ruína da mulher morta. Novamente, ele ajoelhou-se e usou seu tinha através das rachaduras estreitas para pesquisar o espaço pequeno sob o corpo morto. De repente, ele gritou com emoção,"uma criança! Há uma criança! “
Toda a equipe trabalhou juntos; cuidadosamente, eles removeram as pilhas de objetos ruínas em torno da mulher morta. Havia um 3 meses velho menino envolto em um cobertor florido sob o cadáver de sua mãe. Obviamente, a mulher tinha feito um último sacrifício para salvar seu filho. Quando sua casa foi caindo, ela usou seu corpo para fazer uma capa para proteger seu filho. O menino ainda estava dormindo tranquilamente quando o líder da equipe pegou ele.
O médico veio rapidamente para exame do menino. Depois ele abriu o cobertor, ele viu um celular dentro do cobertor. Havia uma mensagem de texto na tela. Ele disse:"se você pode sobreviver, você deve se lembrar que eu te amo." Este celular foi passando em torno de um lado para outro. Chorou de cada corpo que ler a mensagem. "Se você pode sobreviver, você deve se lembrar que eu te amo." Tal é o amor de mãe para filha!!!!
Uma incômoda pitada de magia
http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/09/14/uma-incomoda-pitada-de-magia/
Pesquisadoras brasileiras descobrem pó alquímico em arquivo da Royal Society, sede da revolução científica
CARLOS HAAG
Não é fácil abalar a fleuma britânica. Daí a sintomática reação de Keith Moore, diretor dos arquivos da Royal Society, ao ser questionado sobre a importância do achado das pesquisadoras Ana Maria Goldfarb e Márcia Ferraz, do Centro Simão Mathias da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Cesima PUC-SP). Com a sobrancelha levantada e cauteloso, Moore respondeu: “Estava debaixo de nossos narizes, mas em 350 anos ninguém encontrou”.
Trata-se de uma pitada de pó amarelado e com odor pungente embalada num pequeno envelope colado em uma carta de 1675 endereçada ao primeiro-secretário da Royal Society, Henri Oldenburg (1515-1677), vinda da Antuérpia e enviada por um apotecário e alquimista chamado Augustin Boutens. Embora não chame a atenção, é uma valiosa e concreta amostra do alkahest, famigerado solvente universal, que foi alvo de buscas que movimentaram gerações de alquimistas e mesmo filósofos naturais como Robert Boyle e Isaac Newton.
Após revelar, em 2010, num Projeto Temático apoiado pela FAPESP, a única receita completa do alkahest (“A agenda secreta da química”, Pesquisa FAPESP n˚ 154), de 1661, a dupla encontrou agora, afirmam, “uma primeira amostra real de Luduscomposto, um alkahest, de que se tem notícia desde o século XVII”. O que é o pó?
Certamente, a Royal Society quer que a amostra seja analisada por um de seus fellows, provavelmente Martyn Poliakoff (ver entrevista na página 25), vice-presidente da instituição. “Apesar da curiosidade pessoal, como pesquisadoras em história da ciência, não pretendemos ir ao laboratório para procurar saber o que seria pelos moldes de hoje o tal pó”, fala Márcia. “O que importa é a descoberta de mais uma evidência forte de que uma boa porção das ciências antigas, como a alquimia, persiste mesmo após o surgimento de uma nova visão de ciência (e até fizeram parte na formação desta), mantendo-se na agenda das figuras que supostamente promoveram a revolução científica que originou a química moderna. Há uma história pouco conhecida que conta que essa passagem foi mais suave e coerente e só se encerrou no século XIX”, afirma Ana.
Acima de tudo, confirma o credo das pesquisadoras que fazer a história da ciência é arregaçar as mangas e enfrentar a poeira secular dos documentos originais para dar vida a eles. Prova disso, para surpresa de Moore, é que o documento passou pelas mãos da historiadora Marie Boas, responsável, nos anos 1960, pela catalogação da correspondência de Oldenburg, por 15 anos o “faz-tudo” da Royal Society. Diante do pequeno envelope, Marie apenas anotou: “Amostra do que parece ser pirita, anexada ao texto”.
Essa é apenas uma parte do artigo, leia o artigo original na íntegra aqui:
'Creating the Spectacle!' Online - Part 1 - Finding Freedom.
A artista britânica Susan Austin criou uma cadeira de rodas modificada subaquática. Austin, é uma cadeirante desde 1996. Foram inseridos propulsores, superfícies de controle e de flotação na cadeira para sua utilização subaquática. A cadeira de rodas é parte do curso de Austin, projeto Freewheeling que incide sobre a intersecção entre arte e deficiência. Austin e sua cadeira de rodas se apresentarão em uma série de vídeos e performances ao vivo no Reino Unido.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Somos uma poeira no universo
É inimaginável o tamanho dessa estrela. Somos pequeninos demais, orgulhosos demais e egoístas demais.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Clube da Esquina II - Flávio Venturini
Indescritível. Melodia perfeita. Motivação para mudanças. QUe bom saber que músicas assim existem.
Uma inspiração sagrada.
Sonhos não envelhecem...
Um Hino.
Minha alma se cantasse exsudaria essa melodia, na curva de um Rio, Rio, Rio, Rio...
E lá se vai mais um dia.
Esquina mais de um milhão quero ver então a gente.
Gente humana
sem maldades, sem pré conceitos, sem cristalizações sobre o outro...
E lá se vai, mas um dia....
Alma que voa, singra os ares. Decidido: vamos terminar nos mares de Minas. Andarilho da Luz.
Longe de tanto turbilhão. Voa alma, por que sonhos não envelhecem.
Tanto ruido, tanta falsa alegria, tanta ilusão...
E o coração na curva de um rio...
E lá se vai mais um dia.
Alma se comunica com suas origens e inspire as diretrizes, corrigir caminhos, paixões e decepções
E lá se vai mais um dia....
Decidido: vamos terminar esta jornada humana nos mares de Minas. Andarilho em busca da Luz. Do Santo Graal.
como pode uma melodia ser tão próxima assim? De onde vem esses sons e encaixes e sintonias?
E lá se vai mais um dia.
Esquina mais de um milhão quero ver então a gente. Que sente, minha gente, onde está?
Síndrome do estrangeiro? Passageiro do infinito..., vá! aproveita o momento e solte a alma e encontre os seus...eles estão logo ali, não vÊs?"
Música linda mesmo. E na voz do Flávio Venturini ganha toda a mística possível. Revigorante.
Que democracia é essa?
Já parou para pensar que não podemos exercer democracia, soberanamente, se são as empresas que financiam as campanhas visando seus interesses?
Que no final das eleições os eleitos em campanhas milionárias, de uma forma ou outra darão o lucro esperado aos seus financiadores?
Você sabia que a Delta do Cachoeirinha foi a construtora do Parque de Madureira?
Entendeu o riso da Mafalda agora?
Mafalda a menina adulta, a criança sábia, a criança interior, pura e sábia, irônica na medida certa, a ironia inteligente que faz a mente do ironizado fervilhar se quer crescer ou se encolerizar se está fossilizado...ou não entender se está brutalizado...
Amigos - Para a vida inteira e não durante a vida inteira...
Os amigos não precisam estar ao lado para justificar a lealdade. Mandar relatórios do que estão fazendo para mostrar preocupação.
Os amigos são para toda vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira.
Temos o costume de confundir amizade com onipresença, e exigimos que as pessoas estejam sempre por perto, de plantão.
Amizade não é dependência, submissão. Não se tem amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra. É independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual, uma experiência diferente.
Se o amigo desaparece por semanas, imediatamente se conclui que ele ficou chateado por alguma coisa. Diante de ausências mais longas e severas, cobramos telefonemas e visitas. E já se está falando mal dele por falta de notícias. Logo dele que nunca fez nada de errado!
O que é mais importante: a proximidade física ou a afetiva? A proximidade física nem sempre é afetiva. Amigo pode ser um álibi ou cúmplice ou um bajulador ou um oportunista, ambicionando interesses que não o da simples troca e convívio.
Amigo mesmo demora a ser descoberto. É a permanência de seus conselhos e apoio que dirão de sua perenidade.
Amigo mesmo modifica a nossa história, chega a nos combater pela verdade e discernimento, supera condicionamentos e conluios. São capazes de brigar com a gente pelo nosso bem estar.
Os amigos são para toda vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira.
Temos o costume de confundir amizade com onipresença, e exigimos que as pessoas estejam sempre por perto, de plantão.
Amizade não é dependência, submissão. Não se tem amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra. É independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual, uma experiência diferente.
Se o amigo desaparece por semanas, imediatamente se conclui que ele ficou chateado por alguma coisa. Diante de ausências mais longas e severas, cobramos telefonemas e visitas. E já se está falando mal dele por falta de notícias. Logo dele que nunca fez nada de errado!
O que é mais importante: a proximidade física ou a afetiva? A proximidade física nem sempre é afetiva. Amigo pode ser um álibi ou cúmplice ou um bajulador ou um oportunista, ambicionando interesses que não o da simples troca e convívio.
Amigo mesmo demora a ser descoberto. É a permanência de seus conselhos e apoio que dirão de sua perenidade.
Amigo mesmo modifica a nossa história, chega a nos combater pela verdade e discernimento, supera condicionamentos e conluios. São capazes de brigar com a gente pelo nosso bem estar.
Assim como há os amigos imaginários da infância, há os amigos invisíveis na maturidade. Aqueles que não estão perto podem estar dentro. Tenho amigos que nunca mais vi, que nunca mais recebi novidades e os valorizo com o frescor de um encontro recente. Não vou mentir a eles, “vamos nos ligar?”, num esbarrão de rua. Muito menos dar desculpas esfarrapadas ao distanciamento.
Eles me ajudaram e não necessitam atualizar o cadastro para que sejam lembrados. Ou passar em casa todo final de semana ou me convidar para ser padrinho de casamento, dos filhos, dos netos, dos bisnetos. Caso os encontre, haverá a empatia da primeira vez, a empatia da última vez, a empatia incessante de identificação.
Amigos me salvaram da fossa, amigos me salvaram das drogas, amigos me salvaram da inveja, amigos me salvaram da precipitação, amigos me salvaram das brigas, amigos me salvaram de mim.
Amigos me salvaram da fossa, amigos me salvaram das drogas, amigos me salvaram da inveja, amigos me salvaram da precipitação, amigos me salvaram das brigas, amigos me salvaram de mim.
Os amigos são próprios de fases: da rua, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, da faculdade, do futebol, da poesia, do emprego, da dança, dos cursos de inglês, da capoeira, da academia. Significativos em cada etapa de formação. Não estão na nossa frente diariamente, mas estão em nossa personalidade, determinado, de forma perceptível, as nossas atitudes.
Quantas juras foram feitas em bares a amigos bêbados e trôpegos?
Amigo é o que fica depois da ressaca. É glicose no sangue. A serenidade.”
- Fabrício Carpinejar
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Sobre os que se acham sempre certo? Cuidado com eles
O que tinham em comum era a certeza de suas verdades absolutas. O fanatismo não se encontra APENAS na religião, mas em toda ideologia que coloca a sua ideologia À frente da vida humana.
Não Sei
"Não Sei"
Cora Coralina
Não sei... se a vida é curta ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais,
Mas que seja intensa, verdadeira, pura...
Não me mate
Não é porque você não está me vendo que eu deixo de ser gente. Deixe-me viver, depois a gente vê como é que fica. Dá a mão aqui!
Manuscrito Voynich
Vocês já ouviram falar no Manuscrito Voynich? Conhecido como o manuscrito mais misterioso do mundo.
O Manuscrito Voynich tem sido apelidado de “O manuscrito mais misterioso do mundo”, o único documento datado da Idade Média cuja escrita ainda nao foi decifrada. O nome do manuscrito é uma homenagem ao seu descobridor, o vendedor de livros antigos e colecionador americano,
Wilfrid M. Voynich, que a descobriu em 1912, entre uma coleção de manuscritos antigos mantidos em Villa Mondragone, em Frascati, perto de Roma, que tinha sido até então se transformou em um Colégio dos Jesuítas (encerrada em 1953)
O Manuscrito possui 234 páginas, ricamente ilustradas, sendo escrito em escrita e língua desconhecidas. Percebe-se uma divisão em 5 seções, sendo que das 4 primeiras pode ser intuído o conteúdo a partir das gravuras: Botânica, Astronomia (ou Astrologia), Biologia (animais), Farmacologia (ou Medicina). A 5ª e última seção contém apenas escrita. Recentes estudos de datação por Carbono 14 e por radiação infravermelha dataram o manuscrito na primeira metade do século XIV, embora houvesse quem o atribuísse ao frade franciscano Roger Bacon (século XIII, mais antigo).
O volume pertenceu ao Imperador Rodolfo II do Sacro Império Romano e, desde então, houve muitas tentativas para decifrar o texto, inclusive por especialistas em criptografia da marinha norte-americana, mas não houve sucesso algum.
O livro está hoje guardado na “Biblioteca Beinecke de manuscritos e livros raros” da Universidade de Yale, Estados Unidos, a disposição para quem pretenda decifra-lo.
Alguém se habilita?
O "Manuscrito Voynich" está na "Biblioteca Beinecke de Manuscritos e Livros Raros" que fica na Universidade de Yale, em New Haven nos Estados Unidos.
Para quem ficou curioso, essa é a Biblioteca Beinecke. Não é maravilhosa?
Silêncio, por favor
Silêncio, por favor
Para o neurocientista Iván Izquierdo, há ruídos demais no mundo. E, para saber diferenciar no meio da balbúrdia o que faz diferença, só usando o que se aprende desde pequeno: o bom senso. Ou cantar como Balu, o urso que adora aproveitar a vida no filme Mogli: “Eu digo o necessário, somente o necessário. Por isso que nessa vida eu vivo em paz”. Aos 71 anos, o coordenador do Centro de Pesquisas da Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, e hoje pesquisando “basicamente o que faz com que as memórias persistam por mais tempo”, como diz, Izquierdo defende a necessidade de fazer escolhas – para escapar de tanto ruído.
E sabe do que fala. Ele é autor do livro Silêncio, por Favor, no qual analisa a sociedade contemporânea e os ruídos – os mais variados possíveis – que atrapalham a qualidade de vida. O médico e pesquisador argentino, radicado no Brasil desde 1973, chama a atenção pela produção nada silenciosa: 630 artigos publicados, a maioria sobre a memória, e 18 livros. O mérito consiste em mesclar ciência e humanismo em boa parte de suas obras. Em uma sala coberta de publicações, ele conta, após desligar um rádio, que usa há dez anos aparelho auditivo. “Mas só em um ouvido”, faz questão de reforçar.
Há ruídos demais no mundo, o senhor admite. Mas de onde eles vêm?
Vêm do excesso de informações com que somos bombardeados, o tempo todo, pelas formas mais diversas, e isso atordoa. Os ruídos não são só auditivos mas também visuais, linguísticos e sensoriais. São os sons indesejáveis, que gostaríamos de ignorar para poder atender aos sinais que nos são importantes. No livro que escrevi, cito que no meio da balbúrdia generalizada queremos ouvir a voz que nos chama. A voz é o sinal. Tome-se como exemplo uma entrevista em que os repórteres se juntam todos a disparar perguntas. Quem vai responder, das inúmeras perguntas feitas, só vai entender uma. O restante atrapalha. Quanto ao excesso de informação, no jornal que se lê diariamente, ocorre o mesmo. É preciso selecionar os sinais em meio ao ruído. Quem lê pede “Silêncio, por favor!”. Se quero extrair informações sobre um filme num site, tenho dados em torno sobre todo o restante do mundo. As que realmente podem ser de interesse são poucas. Isso é ruído e é preciso saber escolher, tirar a mosca da sopa. Afinal, não queremos comer a mosca!
Nascemos fazendo barulho, chorando. O ruído, então, não é parte da dita condicão humana?
Não, esse ruído é diferente, é informação. Não é melodia e, como sorriso, é uma forma de expressão. É como avisar alguém que está na rua e vai cair: por vezes, emitimos ruídos considerados fe ios, gritos, mas é uma maneira que se tem no momento de comunicar.
Como os ruídos e o excesso de informacão podem afetar a memória e as emocões?
A memória, o cérebro, querem gravar informações. O que a gente quer é irrelevante. Se o silêncio compete com o ruído, atrapalha diretamente a formação da memória porque o cérebro “escolhe”, por mecanismos diferentes de me mória, a forma desse processamento. Atrapalham a memorização, a percepção e a sensibilidade, nas suas mais variadas combinações, inclusive prejudicando as memórias guardadas anteriormente. Para dar um passo, preciso me lembrar do passo anterior para que possa ter sentido de direção. E continuar, seguir a vida. Na saúde mental, existe uma situação patológica que é a esquizofrenia, em que não se consegue identificar os sinais em meio aos ruídos – percebe-se tudo como importante. Mas, mediante tratamento, como no caso do cientista John Nash, que teve a vida retratada no filme Uma Mente Brilhante, é possível melhorar, levar a vida – inclusive ganhar um Nobel, como ocorreu com ele. Tratando-se de emoções, podem gerar ansiedade e, se ela for demasiada, causar desespero. Com tratamentos apropriados, entretanto, é possível se ver livre do “ruído que vem de dentro”, causado pela ansiedade.
Como se prevenir?
O cérebro, por meio de um sistema chamado “memória de trabalho”, quando não consegue fazê-lo, registra uma espécie de intoxicação e aí entra um processo de confusão. A principal forma de prevenção é se manter atento, aprender a discriminar informação de ruído.
Em que medida as pausas – por exemplo, parar para tomar um café durante o trabalho – são importantes para manter a mente mais tranquila?
Sempre fazemos pausas. É necessário para a percepção correta do que vivenciamos. É como o ponto final nos textos escritos, que usamos para, depois, seguir, passar para outra linha. A vida está cheia disso, caso contrário não conseguiríamos discriminar as memórias porque a capacidade de armazená-las é saturável.
A ignorância é barulhenta?
É muito barulhenta. Há um tipo de desinformação que tem sua origem no desejo de simplificar, reduzir tudo a uma frase de efeito. De tanto interpretar besteiras, às vezes por descaso, às vezes pelo hábito de não prestar atenção, as pessoas se confundem em meio à ignorância emitida até por gente que não é burra, por pessoas que sabem ler e escrever. Temos certos escritores por aí que se enquadram nessa classificação. Os demagogos e os políticos, com suas falsas promessas não cumpridas, que geram desinformação, são outros.
Como reconhecer em meio à balbúrdia, outro termo usado pelo senhor, quem e o quê, no meio dos ruídos, vale a pena?
Utilizando, novamente o bom senso. Muitos fatores, é verdade, influenciam. Mas o que importa é buscarmos afinidade nos relacionamentos, procurar ler, ouvir as músicas de que se gosta, refletir sobre o que é importante ou pelo menos útil. E sorte.
Há o risco de incorporar os ruídos definitivamente ao cotidiano, deixando de percebê-los?
Apareceu, junto com o ruído, o hábito do ruído, o costume de não saber mais ouvir em silêncio. É preciso prestar atenção na volta. É uma questão de educação coletiva. A imprensa desempenha um papel-chave, noticiando o necessário.
Grita-se para que se possa ser ouvido no meio dos ruídos, como numa festa, ou para se defender, se proteger e proteger os demais. Se fico sabendo de uma roubalheira no governo, por exemplo, posso fazer algo, gritar para defender o bolso do contribuinte.
As pessoas sabem conviver com o silêncio?
Não conheço ninguém. Os monges, talvez. Não sei.
Fonte – Vida Simples 76 – 02/2009
Publicado em Saúde
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